Carpe mors (releitura)
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Carpe mors (releitura)
Relembrando a primeira mensagem :
Bom galera, após um bom tempo sem postar nada que preste, eu decidi fazer uma coisa que a muito tempo tenho vontade, uma re-leitura de carpe mors!!!
Como eu acho que minhas histórias ficam melhores quando são escritas em primeira pessoa, vou tentar fazer essa história da seguinte forma, cada fragmento vai ser narrado por um dos personagens, porém, assim que o ciclo for fechado, a narração volta ao primeiro personagem.
Cada personagem vai começar sua narração um pouco antes da parte que terminou a narração do personagem anterior, não sei se vou manter uma ordem certa das narrações dos personagens, mas a cada ciclo, cada personagem vai narrar apenas uma vez... Acho que é uma ótima forma de treinar perspectiva de vários personagens ao mesmo tempo... não sei ao certo qual a frequência que irei postar os fragmentos... talvez um por semana... então, vamos ao 1° fragmento... como sempre conto com vocês para o feedback e correções!!
Bom galera, após um bom tempo sem postar nada que preste, eu decidi fazer uma coisa que a muito tempo tenho vontade, uma re-leitura de carpe mors!!!
Como eu acho que minhas histórias ficam melhores quando são escritas em primeira pessoa, vou tentar fazer essa história da seguinte forma, cada fragmento vai ser narrado por um dos personagens, porém, assim que o ciclo for fechado, a narração volta ao primeiro personagem.
Cada personagem vai começar sua narração um pouco antes da parte que terminou a narração do personagem anterior, não sei se vou manter uma ordem certa das narrações dos personagens, mas a cada ciclo, cada personagem vai narrar apenas uma vez... Acho que é uma ótima forma de treinar perspectiva de vários personagens ao mesmo tempo... não sei ao certo qual a frequência que irei postar os fragmentos... talvez um por semana... então, vamos ao 1° fragmento... como sempre conto com vocês para o feedback e correções!!
Carpe mors (releitura).
1° Fragmento – Augusto.
1° Fragmento – Augusto.
- Spoiler:
Dia 24 de dezembro 3:15 am, em algum posto de gasolina a beira da pista, o barulho forte do ônibus parando me acordou, a porta da cabine se abriu e de lá, o motorista colocou a cabeça.
Motorista – 15 minutos!
O aperto do ônibus faz as articulações doerem, então sai para me esticar, acendi um cigarro e dei uma boa tragada.
As pessoas acham estranho o fato de eu pagar duas passagens para poder levar meu violão sempre ao meu lado, mas elas não sabem que é dele que retiro meu sustento, então não me importo com o que elas falam.
Retirei ele da capa e ao tocar o acorde “Sol” percebi que a corda “Si” estava desafinada.
Enquanto afinava pacientemente a corda, via o rosto das pessoas, fazendo caras e bocas de preconceitos, talvez por meu cabelo estilo Kurt Cobain, talvez por minhas calças jeans rasgadas, talvez minha camiseta do Iron Maden ou simplesmente por que elas sentem prazer de menosprezar os outros, é a sociedade hipócrita que diz: Ou você se encaixa ou você não serve!
Um casal de velhos passou por mim falando alto.
Homem – Ah, minhas costas doem, que oras a gente chega a Brasília?
Mulher – O moço da rodoviária disse que por volta das 6 horas da manhã!
Homem – Não sei se minhas costas vão agüentar...
Após terminar de afinar, o guardei de volta na capa e fiquei aproveitando meu cigarro, vi saindo do ônibus uma mulher magra de cabelos pretos e cacheados, que veio em minha direção.
Mulher – tem um cigarro para mim?
Augusto – Claro, aqui, pegue!
Ela pegou dois cigarros do maço, um ela guardou na bolsa e o outro ela acendeu.
Augusto – A propósito, meu nome é Augusto.
Mulher – a propósito, obrigada!
Após dizer isso ela foi ao banheiro, ela não me disse o seu nome, mas eu sabia que logo a gente ia acabar se falando de novo.
Só a vi de novo quando deu a hora do ônibus partir.
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
Idade : 38
Re: Carpe mors (releitura)
Eu confesso que acho meio estranha a estruturação desses fragmentos. São pequenos demais para serem capítulos e grandes demais para serem cenas, sei lá.
gabs, the gabs- Mensagens : 185
Data de inscrição : 11/04/2013
Re: Carpe mors (releitura)
eu gosto de escrever de pouquinho em pouquinho, pois assim não fica cansativo para ler, geralmente eu divido um fragmento por pg escrita e nesse caso em particular, cada fragmento, é um ponto de vista de um dos personagens envolvidos na trama, as vezes foge um pouco da regra de uma pag por personagem, por que eu não consigo resumir os acontecimentos em uma pg só, outras vezes fica menos que uma pg por que estou planejando acontecimentos que devem ser contado por outros personagens...
Sei lá, não gosto de seguir linhas de raciocínios padrões, como dividir por cenas; capítulos; quadros; ou páginas de quadrinhos, gosto desse jeito, por que posso escrever coisas pequenas, já que não tenho muito tempo para escrever e quando preciso recapitular alguma coisa fica fácil ainda mais pra mim, já que sou um leitor preguiçoso!!
Em outras palavras, sou um egoísta nato! kkkk
Acho que só escrevo por que gosto de escrever, por isso acabo não me preocupando com muitas regras de português, mas é claro também que sempre estou disposto a receber críticas e tentar aprender mais, afinal, ignorante é aquele que não sabe e burro é aquele que não quer saber.
Espero que continue lendo esses fragmentos e espero também que esteja gostando, apesar de nesse exato momento eu só ter mais um fragmento pra postar por que dei uma empacada, já que o próximo personagem a aparecer é uma criação do Pedro, "O Poder", os personagens do Pedro são muito difíceis de "interpretar", então eu estou tentando pensar em algumas saídas para esse meu probleminha, até pensei em re-ver jornada nas estrelas e estudar um pouco o Vader, assistir filmes antigos de herois como super-man, ou até rever os episódios de YU-YU-Hakusho onde o vilão é o Sensui, pois acho que quero um vilão bem ruim, mas com um propósito egoísta mas humano... Um mix dessas três referências seria bacana para meu propósito...
Sei lá, não gosto de seguir linhas de raciocínios padrões, como dividir por cenas; capítulos; quadros; ou páginas de quadrinhos, gosto desse jeito, por que posso escrever coisas pequenas, já que não tenho muito tempo para escrever e quando preciso recapitular alguma coisa fica fácil ainda mais pra mim, já que sou um leitor preguiçoso!!
Em outras palavras, sou um egoísta nato! kkkk
Acho que só escrevo por que gosto de escrever, por isso acabo não me preocupando com muitas regras de português, mas é claro também que sempre estou disposto a receber críticas e tentar aprender mais, afinal, ignorante é aquele que não sabe e burro é aquele que não quer saber.
Espero que continue lendo esses fragmentos e espero também que esteja gostando, apesar de nesse exato momento eu só ter mais um fragmento pra postar por que dei uma empacada, já que o próximo personagem a aparecer é uma criação do Pedro, "O Poder", os personagens do Pedro são muito difíceis de "interpretar", então eu estou tentando pensar em algumas saídas para esse meu probleminha, até pensei em re-ver jornada nas estrelas e estudar um pouco o Vader, assistir filmes antigos de herois como super-man, ou até rever os episódios de YU-YU-Hakusho onde o vilão é o Sensui, pois acho que quero um vilão bem ruim, mas com um propósito egoísta mas humano... Um mix dessas três referências seria bacana para meu propósito...
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
Idade : 38
Re: Carpe mors (releitura)
Carpe mors (releitura).
- 1° Fragmento – Augusto:
Dia 24 de dezembro 3:15 am, em algum posto de gasolina a beira da pista, o barulho forte do ônibus parando me acordou, a porta da cabine se abriu e de lá, o motorista colocou a cabeça.
Motorista – 15 minutos!
O aperto do ônibus faz as articulações doerem, então sai para me esticar, acendi um cigarro e dei uma boa tragada.
As pessoas acham estranho o fato de eu pagar duas passagens para poder levar meu violão sempre ao meu lado, mas elas não sabem que é dele que retiro meu sustento, então não me importo com o que elas falam.
Retirei ele da capa e ao tocar o acorde “Sol” percebi que a corda “Si” estava desafinada.
Enquanto afinava pacientemente a corda, via o rosto das pessoas, fazendo caras e bocas de preconceitos, talvez por meu cabelo estilo Kurt Cobain, talvez por minhas calças jeans rasgadas, talvez minha camiseta do Iron Maden ou simplesmente por que elas sentem prazer de menosprezar os outros, é a sociedade hipócrita que diz: Ou você se encaixa ou você não serve!
Um casal de velhos passou por mim falando alto.
Homem – Ah, minhas costas doem, que oras a gente chega a Brasília?
Mulher – O moço da rodoviária disse que por volta das 6 horas da manhã!
Homem – Não sei se minhas costas vão agüentar...
Após terminar de afinar, o guardei de volta na capa e fiquei aproveitando meu cigarro, vi saindo do ônibus uma mulher magra de cabelos pretos e cacheados, que veio em minha direção.
Mulher – tem um cigarro para mim?
Augusto – Claro, aqui, pegue!
Ela pegou dois cigarros do maço, um ela guardou na bolsa e o outro ela acendeu.
Augusto – A propósito, meu nome é Augusto.
Mulher – a propósito, obrigada!
Após dizer isso ela foi ao banheiro, ela não me disse o seu nome, mas eu sabia que logo a gente ia acabar se falando de novo.
Só a vi de novo quando deu a hora do ônibus partir.
- 2° fragmento – Carla:
- O ônibus estava parado, eu estava com vontade de fumar, mas não tinha nenhum cigarro comigo, estava voltando para capital, pois tinha ido para casa dos meus pais no interior visitar meu filho, Allan, infelizmente não posso levar ele comigo graças a vida que levo...
Alguém do lado de fora do ônibus estava tocando violão, ao olhar pela janela, vi que ele estava fumando.
Carla – Bem, não custa nada perguntar.
Na minha frente desceu um casal de idosos, chatos e barulhentos como todos os velhos são, não dei muita atenção para o que eles falavam, com certeza estavam reclamando de alguma coisa.
Fui até o roqueiro de cabelos loiros e cara de mau, até achei ele bonito, mas no geral os roqueiros são sempre pessoas sem muito dinheiro, então não posso me dar ao luxo.
Carla – tem um cigarro para mim?
Augusto – Claro, aqui, pegue!
Peguei dois cigarros do maço, queria guardar um para mais tarde, apesar de ser proibido fumar no ônibus, mesmo que no banheiro, eu não sei se iria aguentar até chegar à Brasília.
Já estava de saída quando ele disse:
Augusto – A propósito, meu nome é Augusto.
Não quis ser indelicada, mas não iria dar intimidade a ele por nada, não sem ele pagar o preço.
Carla – a propósito, obrigada!
Depois disso, fui até o banheiro e fiquei por lá um bom tempo, quando saí o ônibus já estava por partir, então subi e passei por ele sem nem mesmo olhar para seu rosto.
Dei uma cochilada, mas acordei com o senhor que sentava na poltrona atrás de mim tossindo muito, peguei meu celular para ver as horas, era por volta das 5: 45 am, logo chegaríamos ao nosso destino, mas eu não agüentava mais, fui até o banheiro e acendi o cigarro que havia guardado.
Estava bem tranqüila sentada no vaso quando percebi que o ônibus estava parando.
Carla – Droga, o que será que está acontecendo agora?
Sai do banheiro e ou buchichos das pessoas falando sobre um acidente na estrada.
O motorista tinha decido, assim como alguns dos passageiros, a maioria estava tentando olhar pela janela.
Eu desci, já estava com o cigarro apagado mas ao chegar fora do ônibus eu o acendi de novo, ao longe vi um homem vindo mancando no meio da rua, aparentemente o caminhão tinha tentado desviar desse homem e acabou perdendo o controle e saio fora da pista, mas devido a dimensão do caminhão, a carga estava bloqueando a passagem, impedindo assim a gente seguir viagem.
- 3° fragmento – Carlos:
- Eu vinha tranquilamente pela estrada até alcançar um ônibus que estava indo na mesma direção que eu, eu geralmente não gosto de dirigir durante a madrugada, mas como tinha que entregar um software que a pouco terminei de programar, não tive muita escolha, mas quando for o dono da minha própria empresa de programação, isso nunca mais vai acontecer!
Decidi não ultrapassar o ônibus, é melhor chegar um pouco mais tarde do que não chegar, estranhamente, o ônibus foi reduzindo a velocidade, ameacei ultrapassá-lo, foi quando vi um caminhão tombado na pista, impedindo assim a passagem, tanto de quem vem de lá pra cá, quanto de cá pra lá.
Reparei que um homem vinha mancando em nossa direção, assim como vários passageiros do ônibus eu também desci do meu carro e fui olhar mais de perto.
Uma mulher desceu do ônibus e parou do meu lado e acendeu um cigarro, aquele cheiro insuportável me fez chegar mais perto do acidente, o motorista do ônibus correu em direção ao homem que vinha mancando.
Motorista – Você está bem?
Eu nem poderia imaginar o que aconteceria logo em seguida.
Uma voz sai do meio do mato.
Voz – Não se aproxime desse homem!
Quando olhei para o motorista novamente, ele estava com a mão no ombro do homem que estava mancando, logo depois, o homem ferido se virou bruscamente e mordeu o braço do motorista, arrancando um pedaço, o motorista se jogou no chão com a mão segurando a ferida, se debatendo de dor.
Nisso, um homem segurando um facão em uma mão e carregando uma garotinha na outra, saiu do meio do mato.
Ele parou, colocou a menina no chão e disse:
Homem que saio do mato – Maria fique ali, perto das pessoas, se alguém agir estranho, você já sabe o que fazer, certo!?
Maria – Ok Pedro!
Ver aquela menina tão nova segurando uma arma pra mim foi meio que um choque, mas foi um choque ainda maior quando o homem que acabou de sair do meio do mato pegou o seu facão correu até onde o motorista estava e arrancou a cabeça do homem que havia mordido o motorista sem qualquer hesitação, após isso ele olhou para o motorista e disse:
Pedro – Me desculpe.
O grito de medo e suplica do motorista nunca mais vai me deixar dormir.
- 4° fragmento – Maria:
- Estava frio, como todas as noites, eu não conseguia dormir, mesmo com o Pedro me abraçando e ter me enrolado na única coberta que a gente tinha.
O relógio da catedral marcava 4:00 am.
Alguns jovens saiam da balada, tropeçando em suas próprias pernas, passaram pela gente falando palavrões e obscenidades alto, um deles até veio em nossa direção e vomitou do nosso lado, Pedro se levantou bravo.
Pedro – Ei! Você não está vendo que tem uma garotinha aqui?! Vá vomitar em outro lugar!
Um dos rapazes puxou um revolver e mirou em Pedro.
Rapaz 1– Ei, seu vagabundo! Acho melhor você ficar bem quietinho se não quiser ir passear no outro mundo! Hahahahah!
Todos riam, menos eu e o Pedro.
Do fundo do beco, uma mulher vinha se escorando nas paredes, seus cabelos cobriam seu rosto e ela andava meio desengonçada, no momento achei que ela estava bêbada também, mas eu estava errada!
Ela foi se aproximando do rapaz que tinha acabado de vomitar, ele a viu chegando e começou a falar:
Rapaz 2 – Ai galera, uma puta pra gente se divertir, está vendo, mesmo eu nessa situação ela me quer! Deixa eu ver esses peitinhos!
Ele limpou a boca e deu uma boa apalpada no peito daquela mulher, apertou de um jeito que até eu senti dor, o Pedro segurava seu facão, que estava atrás de mim, caso eles tentassem alguma coisa, mas parecia que eles tinham encontrado outra pessoa para encher o saco.
A mulher não teve reação alguma com relação ao rapaz que apertava seus seios, apenas colocou uma mão do lado direito do pescoço do rapaz, colocou a outra segurando o ombro dele.
Rapaz 2– Nossa você é bem forte!
Após isso ela o mordeu no pescoço com tanta força que os esguichos de sangue respingaram em meu rosto.
Rapaz 2 - Me solta! WAAAAAAAAHHHH!!!
Ele caiu no chão e o outro que segurava a arma começou a atirar, era estranho, ela parecia sentir os tiros, mas não demonstrava dor, sempre seguindo em direção a eles, ela acabou atacando o rapaz que segurava a arma, os outros correram desesperadamente.
O rapaz que havia sido mordido por primeiro foi pouco a pouco parando de se debater no chão, quando finalmente ele parou de se mexer, tive a certeza de que ele estava morto.
- 5° Fragmento – Pedro:
- Eu não queria que a Maria sentisse frio, então eu a cobri e a abracei, para que meu corpo pudesse a manter aquecida.
Alguns filhinhos de papai apareceram e um deles começou a vomitar perto de Maria, eu fiquei muito bravo, até onde vai o desrespeito desses moleques malditos!
Pedro – Ei! Você não está vendo que tem uma garotinha aqui?! Vá vomitar em outro lugar!
Um dos rapazes resolveu bancar o herói e puxou um revolver e mirando em mim, eu poderia cortá-lo no meio com o facão que estava guardado atrás da Maria, pra mim seria mais fácil do que cortar um tablete de manteiga, mas eu queria poupar ela desse tipo de cena, mesmo assim o garoto insistia em me provocar.
Rapaz 1– Ei, seu vagabundo! Acho melhor você ficar bem quietinho se não quiser ir passear no outro mundo! Hahahahah!
Aqueles pivetes estavam se divertindo, mas era por muito pouco tempo.
Percebi que uma mulher vinha se aproximando, aqueles garotos, ao vê-la encontraram algo mais interessante para fazer do que maltratar mendigos.
Rapaz 2 – Ai galera, uma puta pra gente se divertir, está vendo, mesmo eu nessa situação ela me quer! Deixa eu ver esses peitinhos!
Enquanto ele se aproveitava daquela mulher, eu segurava meu facão pronto pra defender a Maria, caso fosse necessário.
Rapaz2 – Nossa você é bem forte!
Eu estava olhando pro garoto que segurava a arma quando o outro garoto começou a gritar.
Rapaz2 – Me solta! WAAAAAAAAHHHH!!!
Por medo o garoto começou a atirar na mulher que foi avançando em sua direção até que se jogou em cima do garoto com a arma, ele gritava pedindo ajuda, mas seus companheiros já tinham saído correndo.
Os dois moleques estavam mortos, vi o medo muito evidente nos olhos da Maria.
Aquela mulher se levantou e se virou para a nossa direção, não poderia permitir que ela fizesse o mesmo comigo ou com a Maria, com toda minha força, atingi ela no meio do crânio.
Ela caiu, mas estranhamente os dois rapazes que acabaram de morrer por ela se levantaram, eu esperava que fosse um sonho, mas infelizmente não era.
Após matar os dois, dei a arma para a Maria e saímos em busca de algum abrigo, quanto mais a gente andava, mais dessas coisas a gente encontrava, eles só morriam com golpes fortes na cabeça.
Pedro – Acho que não tem lugar seguro aqui em Guará...
Depois disso, fomos em direção a pista, foi quando vi ao longe um caminhão perder a direção por causa de um desses monstros, vi também um ônibus parando por perto, então corri para tentar evitar o pior.
Vi um homem chegando perto daquele monstro sem saber o risco que corria e tentei avisá-lo.
Pedro – Não se aproxime desse homem!
Infelizmente eu cheguei tarde de mais, o homem que parecia ser o motorista do ônibus se debatia no chão enquanto aquele monstro se alimentava de sua carne.
Antes de seguir em direção daquela coisa, coloquei a Maria no chão e disse.
Pedro – Maria fique ali, perto das pessoas, se alguém agir estranho, você já sabe o que fazer, certo!?
Maria – Ok Pedro!
Eu deixei a Maria com a arma que pegamos com aquele moleque, infelizmente eu não podia mais privar ela daquela realidade cruel a qual todos estávamos presos.
Antes de matar o motorista eu só pude dizer:
Pedro – Me desculpe.
Ele já não era mais humano.
- 6° Fragmento – Striker:
- O relógio no meu pulso estava manchado de sangue marcavam 5:30 am, até que enfim aqueles braceletes que meu pai deixou pra mim foram úteis, eles rasgavam a carne daqueles defuntos que perambulavam por ai tão fácil que era quase prazeroso, infelizmente, cada vez aparecia mais e mais desses defuntos, e por mais que eu seja forte, bonito, inteligente, interessante, elegante e... Eu já falei forte? Bom que seja, eu não dou conta de todas essas coisas sozinho.
Assim que tive uma oportunidade, peguei uma moto e parti, infelizmente a moto que peguei fazia muito barulho e isso acabou atraindo vários deles, apenas queria fugir, mas quando dei por mim, havia um caminhão impedindo minha passagem, tinha também um ônibus, um carro e várias pessoas olhando em direção do acidente, não, na verdade, todos estavam olhando para um homem que estava executando alguém que estava caído no chão, ele segurava um facão e parecia um mendigo.
Como estava distraído com aquela cena, não vi que um desses defuntos estava se arrastando pela pista e acabei o atropelando e com isso perdi um pouco o controle da moto e acabei batendo no carro que estava perto do ônibus.
Carlos – Meu carro! O que você fez seu maluco?!
Striker – Ora! Você deveria estar feliz de Striker estar aqui! Striker acaba de salvar sua vida, um desses defuntos estava vindo por traz de vocês e vocês nem iam perceber, fora que logo ali atrás vem uma horda e Striker está aqui pra ajudá-los!
Carlos – Quem diabos é Striker?
Striker – Mas sou eu mesmo! Eu poderia te dar um autógrafo, mas o tempo ruge!
Carlos – Eu tenho que salvar meu notebook!
O rapazinho foi todo desesperado e pegou sua bolsa, só com isso ele ficou todo ofegante.
Striker – Deixe isso para lá, rapazinho, Striker está aqui e está decidido! Vocês todos estão a salvo!!
Carlos – Não, agora com esse barulho e com esse fogo, mais dessas coisas vão vir pra cá!
Striker – Ops!
- 7° Fragmento – Leon:
- Leon – Que dia longo...
Finalmente estava tirando minha folga do quartel que estava sendo adiada há algum tempo, as primeiras coisas que me vieram à cabeça foram: tomar algumas bebidas, fazer um sexo e brigar com alguém; eu não queria mais nada, então fui direto ao bar que sempre vou.
Barman – Olha se não é o jovem Leon, como estão as coisas?
Leon – Uma bela duma droga, como de costume, me manda um mata leão ai pra eu começar bem a folga!
Barman – Claro, está na mão, vou deixar a garrafa aqui caso precise dela!
Leon – É cara, você me conhece bem.
Bebi como se hoje fosse o fim do mundo, o que eu não sabia é que realmente era.
Eu acordei no banheiro do bar, abraçado com o vaso que estava todo vomitado, minha cabeça doía e eu estava um pouco tonto, decidi fazer o que a gente faz neste tipo de situação... Lavar o rosto, enxaguar a boca, olhar pro espelho e dizer:
Leon – Tá lindo!
Ao sair do banheiro ouvi barulho de freada e logo em seguida um estrondo muito forte, fui até o lado de fora do bar, estranhamente, não tinha mais ninguém no bar, nem mesmo o dono e mesmo assim estava tudo aberto.
Olhei para a direção que veio o barulho e lá estava um caminhão atravessado na pista, passado algum tempo ouvi mais um acidente, foi nessa hora que decidi ir ver o que estava acontecendo.
Por causa do horário talvez, não tinha muitos carros parados, do meu lado tinha uma van e mais dois carros populares, eu ainda não tinha entendido, achei muito estranho os veículos estarem vazios, dei a volta no caminhão e vi um ônibus, um carro e uma moto que tinha batido no carro.
Havia discussões, as pessoas estavam nervosas, tinha uma garotinha segurando um revolver e um cara um facão.
De dentro do ônibus saiu um outro cara segurando numa mão um violão e na outra uma arma, decidi me impor naquela baderna.
Leon – Eu sou militar, por favor...
Antes que eu terminasse a frase, um tiro veio em minha direção, eu pude ouvir o zumbido quando a bala passou rente a minha orelha, só depois percebi que um corpo tinha caído logo atrás de mim.
Me virei para ver, era um homem de meia idade, quando voltei a olhar na direção daquela bagunça, eles estavam vindo em minha direção.
Leon – Parem se não eu atiro!!
Aquele homem segurando o facão era realmente muito rápido antes que eu pudesse perceber, ele já estava muito próximo de mim, com um movimento muito rápido, ele baixou minha arma ao mesmo tempo em que encostou aquele facão em minha garganta, fui completamente rendido, eu suei frio e engoli seco.
Pedro – Venha com a gente, e eu explicarei tudo.
Muita gente entrou no ônibus, 15 pessoas vieram em minha direção, subimos todos na van, e eu fui dirigindo.
- 8° Fragmento – Isabela:
- Eu já estava cansada de ser perseguida por repórteres tentando revirar a minha vida para fazerem suas carreiras, era desgastante e humilhante, eu não suportava mais aquela pressão sobre minha cabeça.
Quando eu vi aquele senhor perto da minha casa, Lancelot de Saleil, famoso repórter investigativo, esse homem tem um histórico de furos de reportagens inigualáveis, se esse homem começasse a fuçar em minha vida eu nunca mais iria ter paz.
Meu relógio marcava 5:30 da manhã, mexi em uma das gavetas do meu closet, e de lá, peguei uma das poucas
lembranças que tenho de meu pai, aquela arma era bonita, pequena e mortal, assim como eu gostaria de ser.
Eu o abordei antes que pudesse entrar em áreas movimentadas, não estava nada confiante, eu tremia e minhas mãos soavam muito, mesmo assim ele me olhava sem nenhum medo, aquela atitude me irritava.
Isabela – Vamos!
Lancelot – E pra onde deveríamos ir?
Isabela – Pra qualquer lugar longe daqui!
Mas antes que pudéssemos sair, um grito veio de uma rua por perto.
Lancelot – Acho que você vai ter que esperar um pouco.
Ele disse isso e logo saiu em disparada com aquele carro velho.
- 9° Fragmento – Lancelot:
- Há muito a se pensar quando se tem uma arma apontada para sua cabeça. Era por volta das 6 da manhã e eu tinha me levantado para ir comprar pão, foi ai que ela apareceu, com sua arma em punho, tremendo.
Eu deveria ter pensado na minha família ou nos melhores momentos da minha vida, mas não, eu só conseguia pensar nos 785g que aquela Beretta Px4 deveria pesar, também pensava na capacidade de dar 10 tiros, também me veio a mente que talvez aquela bela arma nunca tinha sido usada antes devido a conservação dela, seria uma peça de colecionador?
Ela simplesmente entrou em meu carro.
Isabela – Vamos!
Lancelot – E pra onde deveríamos ir?
Isabela – Pra qualquer lugar longe daqui!
Mesmo querendo obedecer, eu não pude ignorar os gritos que vinham da rua ao lado.
Lancelot – Acho que você vai ter que esperar um pouco.
Lá eu vi uma bela mulher de cabelos ruivos sendo perseguida por algumas pessoas.
Lancelot – Desculpe-me, mas tenho que ajudar aquela jovem, eu vou parar o carro ao lado dela e então você abre a porta.
Isabela – Espere... O que?!
E aquilo foi exatamente o que eu fiz, a moça entrou no carro, infelizmente meu velho carro me deixou na mão na hora da fuga.
Estávamos nós três, cercados por aquelas pessoas cobertas de sangue. Só me veio a cabeça uma frase: É só esperar para morrer!
- 10° Fragmento – Elizabete:
- Meu plantão acabaria ás 6 horas, eu ainda tinha que esperar mais 5 minutos, eu estava fechando o armário de medicamentos quando ouvi um grito da sala de cirurgia.
O homem que estava sendo operado tinha chego com ferimentos estranhos que parecia com mordidas, quando ele chegou estava se debatendo muito, infelizmente até onde eu tinha visto, ele não tinha sobrevivido.
Quando a porta se abriu, a enfermeira que estava lá dentro gritava por socorro, ela estava com um ferimento grave no pescoço, mas antes que eu pudesse chegar até ela, à porta se abriu de novo e o médico se jogou em cima dela e começou a mordê-la e a arrancar pedaços.
O paciente logo saiu da sala, logo após ele saiu também mais dois enfermeiros que estavam lá, todos respingando sangue, aquilo parecia um pesadelo.
Eu peguei um quite médico e corri, era só o que eu podia fazer, mas parecia que quanto mais eu corria, mais daquelas pessoas apareciam, eu só podia correr e gritar pedindo socorro, até que um carro surgiu e parou perto de mim, a porta se abriu e eu me joguei lá dentro.
Um homem, deveria ter seus 50 anos, eu acho; e uma mulher bem mais jovens, bom, quem sou eu para julgar o relacionamento dos outros.
Infelizmente a tentativa de resgate deles foi frustrada, o carro morreu e não pegava de forma alguma.
Lancelot – Muito prazer, meu nome é Lancelot, a senhorita se chama...?
Elizabete – Ah, muito prazer, eu sou a Elizabete...
Isabela – Isso não é hora para apresentação, nós estamos cercados, o que está acontecendo??
Elizabete – Eu não sei, quando vi eles estava atacando uns aos outros, eu só pude fugir.
Lancelot – Isso é loucura.
Depois dele dizer isso, ouvimos um barulho de freada, então uma van foi em direção aquela multidão ensangüentada.
- 11° Fragmento – Rocky:
- O despertador do celular tocou e como de costume eu o coloquei no modo soneca, estava tão gostoso ficar embaixo das cobertas.
Logo ele tocou de novo, ai não teve jeito, levantei e fui escovar os dentes, o sol nem tinha saído ainda, eu fui fazer um café, infelizmente eu moro sozinho e não tem ninguém pra fazer nada por mim, eu só tinha meu mestre, mas ele não está mais entre nós.
Eu estava muito tranqüilo, tomando meu café, comendo aquele pão, quando ouvi um grito de mulher vindo lá da rua, não pude conter minha curiosidade, fui até a janela ela estava sendo perseguida por umas 10, talvez 15 pessoas, eu não entendi o que estava acontecendo.
Um carro parou perto dela e ela entrou dentro, mas o carro morreu e não conseguiram sair de lá.
Eu fiquei meio apreensivo, eu queria poder fazer alguma coisa, mas o que? Eu não entendia o que estava acontecendo!
Do nada, uma van virou a esquina e atropelou alguns dos perseguidores, os outros nem se incomodaram, tentavam estourar os vidros do carro a socos, era muita loucura, era como se eu estivesse vendo um filme, mas tudo estava acontecendo bem ali na minha frente, perto da minha janela.
O motorista da van saiu carregando um facão, e com golpes extremamente rápidos ele arrancava a cabeça das pessoas, a habilidade dele era medonha.
Da van também saiu um cara loiro segurando uma arma e atirando na cabeça das pessoas e outro com um sobretudo de couro que tinha uns braceletes com facas... Sei lá, enquanto o cara com o facão e o de sobretudo exterminava os caras que estavam a volta do carro, o loirinho foi até a janela do carro e falou alguma coisa para eles.
Eu estava confuso, com um pouco de medo, não sabia o que fazer, então o despertador do meu celular tocou mais uma vez, já era 6:37AM e o barulho não parecia tão auto, mas quando eu consegui desligar, ouvi alguém batendo com muita força na porta, com tanta força que chegou a quebrar o trinco.
Quando vi aquela pessoa toda ensangüentada, com um garfo enfiado no olho, e vindo em minha direção, eu só pude pular a janela e correr na direção daqueles caras.
- 12° fragmento – Augusto:
- Droga! O mundo está uma bagunça e eu nem posso beber uma vodka! Quanto mais eu olhos para essas pessoas dentro dessa van, mais eu acho que nada disso vai acabar bem, o que eu faço?
Tudo bem que eu tinha aquela arma que eu ganhei do meu primo, mas o que eu gostava de fazer era tocar violão, ficar com algumas garotas por noite e curtir cada momento como se fosse o último, o problema é que agora, realmente, cada momento pode ser o último.
Quando viramos as esquina, um monte daquelas criaturas estavam em volta de um carro, cara, aquele carro me lembrava um que meu avô tinha.
O problema era um só, bom, na verdade eram três, dentro daquela peça de museu, estavam duas garotas e um velho, que deve ser o pai ou avô delas.
Pedro – Temos que ajudar eles!
Striker – Vamos, Striker está aqui e ele vai resolver tudo!
Aqueles dois malucos iam sair do carro, ainda bem que eu não faço o tipo herói!
Pedro – Ei, loirinho, você vai com a gente, você resgata os três que estão dentro do carro,
Maria, você e o soldado protegem a van!
Augusto – Esp...
Não tive tempo de terminar de falar, ele acelerou com tudo e atropelou um monte daqueles... Bichos... Eles saíram e começaram a decapitar aquilo... Aqueles...
Augusto – Ah, que se f*d*!
Corri até o carro e bati com a arma no vidro, para chamar a atenção deles.
Augusto – Eu não sei o que está acontecendo, na verdade eu nem me importo, só que é o seguinte, agora vocês só tem duas opções, vocês ficam aqui e esperam a morte ou vocês podem vir conosco, o que não garante que vocês vão sobreviver, assim que os dois malucos terminarem de limpar esta área, o tempo de decisão de vocês estará no fim!
Nunca tinha sido tão dramático na minha vida.
A porta do carro se abriu e as duas moças saíram e foram para a van, o velho ficou me encarando, desconfiado mas isso durou muito pouco, nosso momento de desconfiança foi interrompido por uma janela se quebrando, um cara veio correndo em nossa direção.
Rocky – Ai, posso ir com vocês??
Antes que eu pudesse dizer sim ou não, eu olhei para o lado que carinha veio e eu acho que com o barulho que ele fez estraçalhando, muitas daquelas coisas estavam saindo daquele prédio.
Augusto – Ultima chamada tiozinho, você vem?
Agora aquela van estava com 19 pessoas completamente estranhas.
Meu celular tinha apenas dois “pauzinhos” de bateria, nenhum “pauzinho” de torre e o relógio marcava 6:45AM, era tão cedo e mesmo assim o sentimento de que era tarde de mais me assombrava.
- 13° fragmento – Carla:
- Quando o carro atropelou aqueles mortos vivos, eu fechei os olhos, segurei com tanta força no banco que a minhas unhas que não rasgaram o estofado, se quebraram.
Isso só deve estar acontecendo aqui, meu filho deve estar bem. Era nisso que eu pensava tentando me convencer!
Pedro – Temos que ajudar eles!
Só podia ser brincadeira, eu olhei para ele através do retrovisor, mas eu não podia acreditar naquela feição séria!
Striker – Vamos, Striker está aqui e ele vai resolver tudo!
Como eles podem pensar em ajudar mais pessoas sendo que nem a gente está seguro nesse momento.
Pedro – Ei, loirinho, você vai com a gente, você resgata os três que estão dentro do carro, Maria, você e o soldado
protegem a van!
Augusto – Esp... Ah, que se f*d*!
Eu não conseguia olhar na direção em que aqueles homens foram enfrentar aqueles monstros, eu ficava com a cabeça baixa, chorando, assim como várias pessoas que estavam lá.
Eu só conseguia ouvir os gritos monstruosos, aquilo me dava calafrios.
Abracei minha bolsa com muita força, como se quisesse me proteger usando ela, o que mais eu poderia fazer?
O medo me veio quando ouvi um barulho forte de vidraça se despedaçando, me virei e vi todos eles correndo em nossa direção.
Agora a van estava mais cheia, acho que por isso que eu me senti com mais falta de ar, ou talvez a falta de ar deva ser por ver tanto sangue espalhado pela rua, eu estava com muito medo de acabar como eles!
Eles estavam dirigindo para algum lugar, aquele silêncio estava me deixando agoniada, mas enfim alguém falou.
Carlos – Nó... Nós temos que...
Rokye – Se tem algo pra dizer, diga logo!
Carlos – Não podemos dirigir para sempre, eu estou com fome, já são quase 7 horas, seria bom se a gente dormisse um pouco e comecemos alguma coisa, acho que a maioria das pessoas aqui ainda não engoliu essa situação!
Tudo voltou a ficar em silêncio, todos concordavam com ele, mas ninguém se pronunciava, todos estavam com medo.
- 14° fragmento – Carlos:
- Eu estava paralisado de medo, ainda não sabia como tive força para subir naquela van, mas ainda estava em choque, só percebi que eles estavam conversando quando o cara do meu lado falou alguma coisa.
Striker – Vamos, Striker está aqui e ele vai resolver tudo!
Pedro – Ei, loirinho, você vai com a gente, você resgata os três que estão dentro do carro, Maria, você e o soldado protegem a van!
Augusto – Esp... Ah, que se f*d*!
Eu queria ajudar, mas como se eu nem conseguiria fechar a porta da Van se caso algum daqueles bichos viesse em nossa direção.
As pessoas choravam e rezavam, mas eu, eu estava apenas ali, no mais puro desespero.
Três pessoas saíram da van, e 7 voltaram para ela, todos estavam apreensivos e sem rumo, eu tinha que fazer alguma coisa, eu tinha que pensar no nosso futuro.
Carlos – Nó... Nós temos que...
Mesmo tomando coragem, eu ainda gaguejava muito.
Rokye – Se tem algo pra dizer, diga logo!
Carlos – Não podemos dirigir para sempre, eu estou com fome, já são quase 7 horas, seria bom se a gente dormisse um pouco e comecemos alguma coisa, acho que a maioria das pessoas aqui ainda não engoliu essa situação!
As pessoas me olhavam, acho que concordavam comigo, mas não se pronunciaram.
Tudo ficou quieto de novo, aquela situação estava muito chata.
Leon – Eu conheço um lugar, lá deve no dar abrigo e talvez mais armas, vire aqui à direita!
Acho que foi realmente útil trazer o militar com a gente, mas às vezes militares me dão medo, eu realmente fiquei desconfiado com a indicação dele.
Fomos seguindo as coordenadas dele até chegar a um galpão bem grande e parecia bem protegido, não se via nenhum daqueles mortos vivos do lado de dentro das cercas.
Pedro – Como vamos entrar?
Leon – O portão só abre com controle dentro do quiosque, alguém tem que entrar lá comigo pra abrir o portão.
Pedro – Certo, o plano é o seguinte: Eu, o soldado e você ai.
Carlos – Eu?!
Pedro – Sim, nós três vamos entrar, os outros cuidam da van, striker, se a gente demorar muito, dê o fora!
- 15° fragmento – Zubat:
- Nós só podíamos corre, aquela coisa vinha em nossa direção, despedaçando qualquer coisa que estivesse no caminho.
Chips – Corre, rápido, é por aqui!!
Zubat – Rápido, rápido, ele está vindo!
Chips estava segurando o taco de basebol, Tico estava com um cano, Du segurava uma garrafa quebrada, mas eu não segurava nada, a única coisa que eu carregava era o medo de ser despedaçado assim como uns cachorros que tínhamos encontrado à algumas quadras.
Tico – Droga, ele é muito rápido!
Du – Mas que ****** é ele? Com certeza não é humano e também, não se parece com os
zumbis que a gente matou!
Zubat – Eu... Acho que é um tipo de Alfa...
Chips – Alfa?
Zubat – Um macho Alfa ou algo do tipo, geralmente um Alfa é o mais forte de sua raça, o macho predominante... Esse zumbi não é normal, ele é mais rápido, mais forte e mais esperto que os outros...
Chips - Virem ali, naquela esquina!
Eu virei e logo me virei para ver se os outros estavam logo atrás de mim.
O Chips virou e o Du também, continuamos correndo até que ouvimos o grito de Tico, todos paramos e olhamos para trás, a cabeça de tico vinha rolando pela rua, aquela figura monstruosa estava brincando com ela assim como um cachorro, ele ficava batendo com a pata sobre a cabeça do Tico, cada batida, arrancava um pouco da pele do rosto dele, deixando ele completamente desfigurado.
O Du começou a vomitar, ele não conseguia dar nem mais um passo.
Chips – Zubat, pega o Du e some daqui.
O Chips não estava olhando para mim, mas pelo tom da voz dele, eu sabia que ele estava segurando o choro, eu sabia que assim como eu, ele estava sentindo um aperto muito grande no peito, era difícil ver alguém com quem a gente conviveu a vida inteira morto, ainda mais daquela forma.
Eu era covarde de mais para tentar ajudar o Chips, eu estava aterrorizado, eu só pude agarrar o braço do Du e correr, quase que arrastando ele, enquanto o Chips corria em direção a morte.
De longe eu ouvi o som do taco se quebrando, eu ouvi o som da carne sendo rasgada e dos ossos sendo esfarelados como se fossem realmente feitos de Chips, mas nenhum grito, nenhum choro, nem mesmo gemidos, nada que não fossem os meus próprios.
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Re: Carpe mors (releitura)
- 16° fragmento – Delta 2:
- Delta 2 – Certo mocinhas, estamos em uma operação de emergência, não podemos dar mole, por isso estamos divididos em grupos de cinco, Delta 3, 5, 8, 9 e 12, já estão posicionados, Delta 4, 7, 11 e 15, virão comigo, Delta 6, 10, 13 e 14 ficaram na base para proteger o Delta 1. Falhas não são aceitáveis, se for para voltar derrotados, que voltem em um caixão!
Todos os Deltas – Sim senhor!
Delta 2 – Certo, a equipe liderada pelo Delta 1, responderá pelo codinome Base, a equipe liderada pelo Delta 3, responderá pelo codinome Escorpião e nós responderemos pelo codinome Águia!
Deltas 4, 7, 11 e 15 – Entendido!
Delta 2 – Nosso objetivo inicial é a prefeitura, precisamos tomar aquela área de qualquer forma.
Deltas 4, 7, 11 e 15 – Sim senhor!
Delta 2 – Vamos!
Diário da missão, não tivemos muita resistência para chegar até metade do objetivo, existem muitos deles, mas são todos lentos e parecem não trabalhar em equipe, optamos por usar armas mais silenciosas para chamar menos atenção, esperamos que o Escorpião tenha sucesso na missão, pois sem isso...
Rádio - ... (chiado)... Escorpião para Águia, responda Águia... (chiado)...
Delta 2 – Águia falando, prossiga Escorpião!
Delta 3 (no rádio) – (chiado) Temos alguns civis sobre custódia, eles conseguiram invadir o galpão.
Delta 2 – Elimine-os!
Delta 3 (no rádio) – Senhor, nenhum aparenta estar infectado.
Delta 2 – Soldado, por acaso minhas ordens não foram claras?
Delta 3 (no rádio) – Sim senhor, Agora mesmo! Cambio, desligo.
Delta 7 – Senhor, temos uma barreira a frente.
Delta 2 – Certo, vamos procurar outro caminho, pode ser demorado de mais retirar este carro da frente e também pode chamar atenção.
Rádio – (Chiado)... Alô... Alô, seus idiotas! Só viemos buscar abrigo, talvez algo pra comer, não precisava nada disso!
Delta 2 – Quem é você?
- 17° fragmento – Pedro:
- Não sei se posso confiar nesse soldado... Vou com cautela.
Pedro – Como vamos entrar?
Leon – O portão só abre com controle dentro do quiosque, alguém tem que entrar lá comigo pra abrir o portão.
Pedro – Certo, o plano é o seguinte: Eu, o soldado e você ai.
Carlos – Eu?!
Pedro – Sim, nós três vamos entrar, os outros cuidam da van, striker, se a gente demorar muito, dê o fora!
Saímos sorrateiramente evitando conflito com os mortos.
Leon – Você consegue pular a cerca?
Pedro – Sim, eu consigo, e você?
Carlos – Tá louco? Isso tem uns três metros de altura!
Leon – Beleza, então Pedro, você entra primeiro e eu jogo o rapaz aqui pra você!
Carlos – Não... Espera ai, eu tenho medo de altura...
Pedro – Você só tem duas escolhas, pular ou virar comida de zumbi, estarei do outro lado esperando sua decisão!
O barulho que fiz para pular a cerca atraiu alguns mortos para a nossa direção.
Pedro – Seu tempo está acabando, o que você vai fazer?
Carlos – Ok, eu entendi!
Leon Deu o impulso para o Carlos e logo depois pulou.
Leon – Dá pra entrar por aquelas janelas, um entra e abre a porta para os outros, deve ser fácil abrir por dentro!
Pedro – Certo, então eu vou!
Assim que eu entrei, percebi que algo estava estranho, sem corpos, sem barulho, sem zumbis, sem alarmes, definitivamente, algo não estava certo, eu estava começando a achar que estávamos indo em direção a uma armadilha.
Carlos – Pedro, você está ai? Ele está demorando de mais!
A porta não estava trancada com chave, na verdade, uma tora de madeira era o que mantinha a porta travada, tudo estava muito estranho, eu nem imaginava quantos mistérios envolviam aquele lugar.
- 18° fragmento – Maria:
Pedro – Como vamos entrar?
Leon – O portão só abre com controle dentro do quiosque, alguém tem que entrar lá comigo pra abrir o portão.
Pedro – Certo, o plano é o seguinte: Eu, o soldado e você ai.
Carlos – Eu?!
Pedro – Sim, nós três vamos entrar, os outros cuidam da van, striker, se a gente demorar muito, dê o fora!
Depois disso, eles desceram, o Pedro não disse mais nenhuma palavra, isso fez meu peito doer, eu estava com medo de não ver mais ele, por que ele não me levou junto com ele?
Senti uma mão macia segurando a minha mão com bastante força, aquilo me deu um pouco de conforto.
Elizabete – Fique tranqüila, eles logo voltarão!
Não conseguia segurar as lágrimas, mesmo sem saber ao certo por que estava chorando.
Ela me abraçou, apertou minha cabeça contra o peito dela tentando me confortar e abafar o som do meu choro, ainda não estávamos seguros, a qualquer momento, todos poderíamos morrer.
O cara que falava em terceira pessoa estava no volante, ele estava diferente do que costuma estar, ele estava sério, atento, concentrado, o loirinho, segurava a arma entre as pernas, talvez tentando fazer com que os outros não vejam a arma, o garoto que pulou da janela, estava cuidando da porta, a outra mulher também tinha uma arma.
Eu podia dizer com certeza que todos estavam em alerta, pois todos estavam com a mesma feição que o Pedro costumava ficar quando a gente passava por lugares perigosos.
Todos éramos estranhos, mas agora parecíamos uma família, todos estavam tentando proteger uns aos outros, pouco a pouco meu medo foi diminuindo, eu também tinha uma arma e teria que usá-la caso alguns desses monstros ameaçasse nossa segurança!
Eles andavam e esbarravam em várias coisas como hidrantes, placas e carros parados, comiam qualquer coisa, cachorros, pessoas, até mesmo outros mortos.
- 19° fragmento – Isabela:
- E agora? Minha vida... Já não tenho mais nada... Nem mesmo motivos para me arrepender de nada.
Eu estava sufocando, pouco a pouco, aquela pressão, meu peito doía, meus olhos lacrimejavam, eu comecei a sentir falta de ar, e cada vez mais ofegante, o espaço dentro daquela van cada vez parecia menor, minhas mãos soavam frio, eu comecei a sentir tontura, um desespero, uma agonia, um mal estar, eu queria sair dali de qualquer forma, aquela sensação de estar presa, de não conseguir ficar a vontade num lugar.
Isabela – Eu preciso sair...
Minha nuca começou a doer, minha garganta ficou seca e minhas mãos começaram a tremer.
Isabela – Eu preciso sair daqui...
Minha voz quase não saia e as poucas pessoas que pareciam escutar, fingiam que não tinham ouvido.
Eu respirei bem fundo, apertei o braço da pessoa que estava perto da porta e olhei dentro dos olhos dele.
Isabela – Eu... Preciso... Sair... De dentro... Desse... Carro... *******!!!
Ele ficou olhando para mim por alguns segundos, as pessoas a volta também ficaram me olhando, mas eu tinha que sair, se não eu ia morrer, eu acho!
Augusto – Desculpe, mas...
Não pude esperar para ouvir o resto da resposta, puxei minha arma e apontei para a cabeça dele.
Ele parou por um instante, depois segurou minha mão e aproximou a testa da arma.
Augusto – Eu não posso... Acho que dessa distância vai fazer menos barulho...
Depois de dizer isso ele encostou a testa de vez na arma.
Uma velha gorda começou a chorar, lá no fundo, um homem ficou ensaiando, ameaçando pegar a arma de mim, a garotinha mirou a arma em minha cabeça.
Striker – Striker acha que não tem problema esticar as pernas um pouco!
Homem – O que você está dizendo seu louco, olhe para fora, quantos desses monstros tem!
Striker – É exatamente por isso que Striker acha esta a decisão mais lógica.
Elizabete – Tem certeza?
Strike – Claro, Striker sempre tem certeza, Striker garante que ele sozinho dá conta de todos os zumbis por aqui!
- 20° fragmento – Rocky:
- O clima estava realmente pesado, eu ainda não entendo por que eu estava me sentindo bem com aquilo, talvez minha natureza gostasse daquele perigo, pensando agora, me lembro de eu quebrando a vidraça, fugindo daquelas coisas, foi uma das melhores sensações da minha vida, pode parecer estranho, mas eu realmente gostei e agora, aquela mulher, estava completamente pálida, apontando a arma pro loirinho, não é que eu deseje o mal pra ele, mas aquilo era empolgante de mais!
Striker – Striker acha que não tem problema esticar as pernas um pouco!
Homem – O que você está dizendo seu louco, olhe para fora, quantos desses monstros tem!
Striker – É exatamente por isso que Striker acha esta a decisão mais lógica.
Elizabete – Tem certeza?
Strike – Claro, Striker sempre tem certeza, Striker garante que ele sozinho dá conta de todos os zumbis por aqui!
Parecia até que eu estava assistindo um filme!!
Maria – Cala a sua boca, o Pedro sempre sabe o que faz!
Lancelot – Calma, eu não quis...
Maria – Você é como todos os outros, mas se não fosse por ele, você seria como esses bichos!
Eu não sei como essa discussão começou, mas ela teria que parar, ou iria começar a atrair mais mortos vivos.
Rocky – Ei gente, falem mais baixo!
Striker – Striker acha que esse velho já está falando de mais, vamos parar com essa conversa por aqui, lá dentro a gente continua!
Realmente era como um filme e eu estava começando a me sentir como um personagem secundário, isso me levava a pensar que em breve, eu estaria morto.
- 21° fragmento – Elizabete:
- Muitos não saíram da van, estavam com medo de serem atacados, eu não poderia culpá-los, eu também estava com muito medo, mas por algum motivo, eu me sentia segura.
Striker – Striker acha que seria melhor vigiar o perímetro!
Augusto – É, acho que seria bom vigiarmos de pontos estratégicos.
Elizabete – Não seria perigoso se por acaso nós nos separássemos?!
Augusto – Sim, porém mais perigoso seria se uma horda deles nos pegasse desprevenido.
Elizabete – Entendo.
Striker – Menininha, fique em cima da van, tente ficar de olho pro tio Striker ok?!
Maria – Não precisa falar comigo como se eu fosse criança!
Augusto – Eu vou subir naquelas escadas de incêndio.
Striker – Tente não fazer barulho.
O rapaz loiro foi para onde disse que ia, a garotinha ficou em cima da van, era assustador de quanta frieza e concentração ela tinha, já o Striker, ficou por perto, acho que ele queria proteger o grupo caso as coisas fugissem do controle.
Lancelot – Acho que eles não deveriam ter ido sozinhos para lá, nós estamos em perigo enquanto eles estão lá fazendo sabe lá o que!
A jovem garotinha ao ouvir aquele comentário pulou de cima da van muito brava e foi em direção de Lancelot.
Maria – Cala a sua boca, o Pedro sempre sabe o que faz!
Lancelot – Calma, eu não quis...
Maria – Você é como todos os outros, mas se não fosse por ele, você seria como esses bichos!
Rocky – Ei gente, falem mais baixo!
Striker – Striker acha que esse velho já está falando de mais, vamos parar com essa conversa por aqui, lá dentro a gente continua!
Nessa hora, Augusto deu um sinal avisando que os portões do barracão estavam se abrindo.
- 22° fragmento – Leon:
- Não tinha nenhuma entrada além das janelas, a porta sempre era trancada por dentro.
Algumas vezes, eu fui designado para vigiar esse barracão, porém nem mesmo eu sabia o que era guardado lá.
Leon – Dá pra entrar por aquelas janelas, um entra e abre a porta para os outros, deve ser fácil abrir por dentro!
Pedro – Certo, então eu vou!
Pedro entrou, não fazia nem 5 minutos, mas aquelas aberrações esbarrando na grade fazia a gente ficar preocupado.
Carlos – Cara, não estou aguentando mais ficar aqui fora, cadê ele?
Leon – Ele não conhece o prédio, eu deveria ter entrado.
Carlos – Pedro, você está ai? Ele está demorando de mais!
A porta se abriu, nós entramos e logo, Pedro trancou a porta.
Pedro – Vá na frente soldado.
Leon – Espera, tem alguma coisa de estranho aqui.
Pedro – É, concordo plenamente, acho que seus amiguinhos estão por perto.
Leon – Se são meus amigos então estamos salvos!
Mal tinha terminado a frase e logo saiu 5 homens encapuzados com armas de ultima
geração apontada para nossas cabeças.
Pedro – Espera, nós só estamos procurando abrigo!
Delta 3 – Larguem as armas ou vamos atirar!
Leon – Eu sou um militar, minha identificação é...
Delta 3 – Silencio! Não foi lhe dada a ordem de falar soldado.
O soldado que falava com a gente pegou o radio e começou a se comunicar com seus superiores.
Delta 3 - Escorpião para Águia, responda Águia.
Delta 2 (no rádio) – Águia falando, prossiga Escorpião!
Delta 3 – Temos alguns civis sobre custódia, eles conseguiram invadir o galpão.
Delta 2 (no rádio)– Elimine-os!
Delta 3 – Senhor, nenhum aparenta estar infectado.
Delta 2(no rádio)– Soldado, por acaso minhas ordens não foram claras?
Delta 3 – Sim senhor, Agora mesmo! Cambio, desligo.
Carlos – Espera, nós somos inocentes!
Pedro – Não tem nada a ver com culpado ou inocente, nós entramos onde não deveríamos.
Leon – Então só temos uma escolha...
Pedro – Se abaixa garoto!
Carlos se jogou no chão, Pedro e eu começamos a lutar com os soldados, infelizmente em meio a batalha acabei sendo atingido por um tiro, mas no fim conseguimos rende-los.
Pedro pegou o radio.
Pedro - Alô... Alô, seus idiotas! Só viemos buscar abrigo, talvez algo pra comer, não precisava nada disso!
Delta 2 (no radio)– Quem é você?
- 23° fragmento – Lancelot:
Cada vez mais os riscos aumentavam, aquelas pessoas estranhas ao meu redor, defuntos que caminhavam por ai sem a menor explicação de como isso pode ser verdade, eu não tinha muitos fatos para me apegar para poder acreditar em tudo o que estava acontecendo, minha confusão e ânsia de buscar por algo concreto que pudesse explicar o que estava acontecendo, me deixava cada vez mais nervoso.
O mais estranho é o fato de que nenhum telefone celular funcionava, teria alguém feito isso de propósito? Isso é uma conspiração? Será que somos apenas cobaias em uma experiência? Será que as pessoas que estão aqui realmente não sabem o que esta acontecendo? Quem garante que aqueles três que se separaram do grupo não estão tramando algo?
Lancelot – Acho que eles não deveriam ter ido sozinhos para lá, nós estamos em perigo enquanto eles estão lá fazendo sabe lá o que!
Meu comentário foi impensado, meu raciocínio não estava funcionando como de costume, eu estava mais impulsivo e menos racional, isso causou um conflito desnecessário.
Maria – Cala a sua boca, o Pedro sempre sabe o que faz!
Lancelot – Calma, eu não quis...
Maria – Você é como todos os outros, mas se não fosse por ele, você seria como esses bichos!
Rocky – Ei gente, falem mais baixo!
Striker – Striker acha que esse velho já está falando de mais, vamos parar com essa conversa por aqui, lá dentro a gente continua!
Aquele evento me fez parecer um vilão, eu tinha acabado de me colocar em evidencia e isso é estupidez de minha parte.
Nessa hora, o rapaz loiro que estava vigiando deu um sinal, avisando que o portão estava sendo aberto, todos voltamos para a van e fomos em direção ao barracão.
A euforia do momento passou, mas meu medo era as consequências, afinal minha crítica foi feita para alguém que se portava como líder da matilha e eu não passava de uma ovelha desgarrada.
Entramos no barracão, passaram pelo portão uns cinco mortos que logo foram exterminados pelo a tiros de armas com silenciadores.
Ao adentrar no galpão pudemos perceber que cinco pessoas, vestidas como militares, estavam amarradas e parecia que eles eram de fato os originais donos das armas usadas para atirar nos mortos que ultrapassaram a cerca.
Lancelot – Oque está acontecendo aqui?
- 24° fragmento – Striker:
- Antes que nós pudéssemos entrar no barracão, alguns mortos vivos entraram, meu primeiro impulso foi seguir com o carro para cima deles, mas antes que eu pudesse fazer isso, eles caíram ao serem atingidos por um tiro, pelo menos foi o que eu deduzi já que não ouvi barulho algum.
Entramos e lá, Pedro e Carlos pareciam estar bem, já Leon estava sentado em um canto com a mão no canto do abdômen, com certeza ele tinha sido ferido, também tinham alguns caras amarrados.
Lancelot – Oque está acontecendo aqui?
Striker – Fica tranquilo tiozinho, antes que Striker considere deixa você sozinho com a garotinha ali.
Pedro veio em nossa direção segurando uma arma que eu nunca tinha visto em minha vida, provavelmente, foi aquilo que ele usou para matar os mortos... Striker acha isso meio redundante, mas é exatamente isso que aconteceu.
Pedro – Alguém aqui é médico?
Elizabete – Eu sou enfermeira.
Porém, fora ela ninguém se pronunciou.
Pedro – O Leon foi atingido, você pode fazer alguma coisa?
Elizabete - Eu posso tentar, mas eu vou precisar de alguns utensílios médicos.
Leon – Não temos muito tempo, acho que você sabe disso, eu tenho uma faca e um isqueiro, alguém tem bebida?
Elizabete – Ei, você está achando que é o Ranbo? Não é assim que as coisas funcionam.
Lancelot – Eu estava guardando para uma ocasião especial, mas acho que posso abrir mão disso por enquanto.
Aquele velho, enfiou a mão dentro do casaco e de lá retirou um frasco.
Elizaber – Não é assim tão simples, eu preciso de água fervendo, panos limpos, gases, bandagens, dentre antibióticos e anti-inflamatórios, não posso fazer isso assim.
Pedro – Então deixe ele morrer, é sua decisão.
Augusto – Espera um pouco! Vem comigo!
O loirinho pegou na mão da enfermeira ruiva e a puxou para um canto, Striker ficou morrendo de inveja, pois aquele doutorinha era muito lindinha.
- 25° fragmento – Elizabete:
- Eu não tinha qualificações ou meios para cuidar de tal paciente, não poderia aceitar tal coisa.
Elizaber – Não é assim tão simples, eu preciso de água fervendo, panos limpos, gases, bandagens, dentre antibióticos e anti-inflamatórios, não posso fazer isso assim.
Pedro – Então deixe ele morrer, é sua decisão, afinal, várias pessoas já morreram, uma a mais não fará diferença!
O aperto que senti no meu coração me deixou sem falas, o Pedro foi direto, mais direto do que eu podia suportar, agora eu estava em uma posição completamente delicada, se eu não cuidasse dele e ele viesse a falecer, a culpa era em partes minha, se cuidasse dele e eventualmente ele viesse a falecer, novamente em partes a culpa era minha, agora eu estava sendo alvo de uma pressão que jamais tinha sentido na vida.
Augusto – Espera um pouco! Vem comigo ruivinha!
De novo meu coração gelou, mas dessa vez era diferente, o toque firme em minha mão me puxando para um canto como que está te salvando de cair em um buraco, me tirando toda aquela sensação de não ter uma saída e me levando como um cavaleiro de armadura brilhante, igual aquelas historias medievais.
Ele segurou firme em minhas mãos e olhou fundo nos meus olhos.
Augusto – Não posso te culpar, nem mesmo tirar sua razão, o que você decidir, está decidido; ninguém pode te julgar, infelizmente, eu sou um inútil, eu não posso salvar aquele cara, mas eu quero poder pelo menos estar ao seu lado quando você salvar a vida dele, eu quero poder fazer alguma diferença nessa draga de mundo em que nós estamos vivendo... Eu quero...
Os olhos deles estavam lacrimejados, os meus já estavam em prantos desde que ele começou a falar, então eu o abracei, era exatamente o que eu precisava, de um abraço.
Elizabete – Eu faço...
Augusto – Você acha que consegue?
Elizabete – Não... Mas eu vou fazer...
Ele segurou meu queixo passando o polegar em meu lábio inferior e com a outra mão, passando por traz da minha cabeça acariciando minha nuca, encostando a testa dele na minha.
Augusto – Você não vai fazer isso sozinha!
Pela primeira vez naquele dia, eu senti meu coração aquecido, nossos rostos foram chegando perto, nossos lábios foram se atraindo, minhas mãos seguravam sua cintura tentando me mostrar que aquele momento era real.
Maria – Eu também posso ajudar!
Aquela linda garotinha estragou aquele momento, mas nós nos olhamos e sorrimos.
- 26° fragmento – Augusto:
- Sangue, o desespero no rosto das pessoas, todas fugindo da responsabilidade, nenhum querendo o sangue daquele cara nas mãos e então, o Pedro dá um tapa na cara de todo mundo, inclusive na minha.
Pedro – Então deixe ele morrer, é sua decisão, afinal, várias pessoas já morreram, uma a mais não fará diferença!
Aquilo chegou a gelar minha alma, aquele bolo na garganta e o arrepio na espinha me fazia soar frio, imagina como aquela garota poderia estar se sentindo, estando na mira, dando a cara a tapa.
Eu olhava para as pessoas ao redor, elas olhavam para os cantos como quem tenta dizer que não tem nada com aquilo, eu nunca fui do tipo herói, eu sou egoísta, sou até um idiota na maior parte do tempo, mas eu tinha que fazer alguma coisa.
Augusto – Espera um pouco!
Pedro ficou me olhando, sem mudar nem por um instante sua feição.
Augusto – Vem comigo ruivinha!
Eu tinha que tirar ela daquela multidão, era como se ela estivesse sendo devorada.
Eu olhei para ela e comecei a falar tudo que estava vindo em minha cabeça, sem pensar, eu estava apenas desabafando, não sei bem o que estava fazendo, mas eu tinha que fazer.
Augusto – Não posso te culpar, nem mesmo tirar sua razão, o que você decidir, está decidido; ninguém pode te julgar, infelizmente, eu sou um inútil, eu não posso salvar aquele cara, mas eu quero poder pelo menos estar ao seu lado quando você salvar a vida dele, eu quero poder fazer alguma diferença nessa draga de mundo em que nós estamos vivendo... Eu quero...
Ela respirou e chorou, aqueles olhos, aquela boca, ela parecia tão frágil que naquele momento eu só queria cuidar dela.
Elizabete – Eu faço...
Augusto – Você acha que consegue?
Elizabete – Não... Mas eu vou fazer...
Será que eu sou um cafajeste por pensar em beijá-la e... Bom...
Augusto – Você não vai fazer isso sozinha!
Meus desejos foram interrompidos...
Maria – Eu também posso ajudar!
Voltamos para a multidão, todos nos fitavam, mas agora estávamos mais confiantes.
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Re: Carpe mors (releitura)
- 27° fragmento – Maria:
- Os dois estavam conversando, eu não queria que aquele homem morresse, mesmo nunca tendo visto ele antes de hoje.
Foi quando eu ouvi:
Elizabete – Eu faço...
Augusto – Você acha que consegue?
Fui chegando perto aos poucos.
Elizabete – Não... Mas eu vou fazer...
Augusto – Você não vai fazer isso sozinha!
Maria – Eu também posso ajudar!
Eles sorriram, eu não sei por que, mas me deu vontade de sorrir também, mas agora era à hora de fazer aquele homem sobreviver.
Ao chegar perto dele, Elizabete abriu sua maleta.
Elizabete – Maria, procure água e uma panela, veja também se tem fogão em algum lugar, a gente vai precisar ferver água!
Pedro – Eu vou com você Maria!
Maria – Ok!
Fomos abrindo portas, o Pedro ia sempre na frente, acho que estava me protegendo como sempre.
Encontramos uma cozinha, mas era muito longe de onde o Leon estava, talvez até a água chegar lá já esfriasse, ou fosse... Tarde!
Pedro – Vamos ter que trazer ele para cá!
Maria – É mesmo!
Foi nessa hora que a gente ouviu um barulho, Pedro segurou firme sua arma e eu também segurei a minha, ele fez um sinal para eu ficar em silêncio e foi indo lentamente até a dispensa que era de onde o barulho estava vindo.
Maria – O que é?
Pedro – Shiii...
O barulho parou.
Pedro – Se prepara, “ele” ouviu a gente!
kreby- Mensagens : 1473
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Re: Carpe mors (releitura)
- 28° fragmento – Zubat:
- Após horas fugindo e se escondendo, eu e o Dú estávamos exaustos, era quase impossível dar mais um passo, com certeza o que fizeram com a gente naquele laboratório nos deixou mais resistentes que as pessoas normais, mas agora, nós não tínhamos mais essa vantagem.
Desde a morte do Chips, o Dú não disse uma palavra, ele tremia muito, mas não falava nada, sufocava até seu choro, as lágrimas rolavam como se fosse uma torneira aberta.
Zubat – Dú, a gente vai conseguir sair dessa cara, a gente...
A expressão do Dú me fez parar de falar, ele arregalou bem os olhos, mesmo olhando em minha direção, ele não olhava para mim, ele estava olhando para algo que estava atrás de mim e isso me deu arrepios.
??—grhumnm...
Aquele grunhido estranho juntamente com um bafo gélido vindo em direção a minha nuca me deixou paralisado por alguns segundos, nesse tempo só pude ver que o Dú estava tão assustado que chegou a se mijar todo.
Eu fui me virando devagar até ver aquela feição monstruosa agachada e olhando para a gente.
Com u sorriso macabro, ele pegou um impulso, ele estava se preparando para atacar a gente e eu não conseguia fazer nada para impedir, na verdade, eu não saberia nem pensar em nada, eu só conseguia esperar para morrer.
Foi quando vi a mão do Dú bater em meu peito, me empurrando para o canto, enquanto eu caía, olhei para o Dú que me olhava chorando e sorrindo, um sorriso amarelo de despedida.
Aquela mão pálida tocou o tronco do Dú com tanta força que seu pescoço fez um movimento agressivo para frente.
Quando consegui olhar de novo para o rosto do Dú, uma baba de sangue escorria em sua boca enquanto o monstro o suspendia, com o braço atravessando o seu corpo, não tinha mais vida em seu olhar e nem no meu, eu morri junto com meus amigos, Talvez morrer aqui seja melhor do que voltar para lá, pensando um pouco agora em tudo o que aconteceu até agora, acho que estou com saudades dos dias em que nós quatro ficávamos em nossas celas pensando em como seria uma vida forra das grades, fora das muralhas, como seria uma vida normal?
O monstro cansou de brincar com o corpo do Dú e eu só podia pensar que agora é minha vez, eu me levantei, olhei para o monstro e abri os braços.
Zubat – Pode vir, eu não me importo mais!
O monstro chegou mais perto, ficou me cheirando e olhando para mim como se fosse um cachorro em busca de carinho, então estiquei o braço na direção dele, ele deu dois passos para traz, pulou até o telhado da casa do outro lado da rua e fugiu, eu não sei por que, mas ele sumiu da minha vista em segundos.
kreby- Mensagens : 1473
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