não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
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não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
Relembrando a primeira mensagem :
Essa é uma ideia que me veio a cabeça e ainda pretendo desenvolver melhor...
Sinopse: Quando um homem normal chega ao seu limite, ele transcende a barreira da razão e tenta seguir para um caminha que o faça suportar seus fracassos, Artur se vê em uma situação assim após perder o emprego e inicia seus planos de vingança contra tudo.
Não vou falar mais nada, se quiser saber que leia!
Caso tenha aqui no fórum fanáticos religiosos ou simpatizantes, eu aconselho a não ler já que devido ao contesto em questão eu senti a necessidade de incluir alguns nomes que para esse publico é um tanto quanto "proibido" ou "feio" ou "sujo" ou sei lá o que ... de qualquer forma, se você se sentir agredido de qualquer forma com qualquer parte do texto, pare de ler, feche a página e vai fazer algo que lhe agrade, mas saiba que eu amenizei o máximo na utilização de certas coisas (o que eu tinha em mente era bem mais ofensivo, mas achei melhor "podar" algumas coisas para agredir o minimo possível).
Boa leitura, se tiver coragem....Muahahahahahahahahaha...
Não me xingue, eu não me importo, faça algo que importe a alguém, faça a diferença!
Essa é uma ideia que me veio a cabeça e ainda pretendo desenvolver melhor...
Sinopse: Quando um homem normal chega ao seu limite, ele transcende a barreira da razão e tenta seguir para um caminha que o faça suportar seus fracassos, Artur se vê em uma situação assim após perder o emprego e inicia seus planos de vingança contra tudo.
Não vou falar mais nada, se quiser saber que leia!
Caso tenha aqui no fórum fanáticos religiosos ou simpatizantes, eu aconselho a não ler já que devido ao contesto em questão eu senti a necessidade de incluir alguns nomes que para esse publico é um tanto quanto "proibido" ou "feio" ou "sujo" ou sei lá o que ... de qualquer forma, se você se sentir agredido de qualquer forma com qualquer parte do texto, pare de ler, feche a página e vai fazer algo que lhe agrade, mas saiba que eu amenizei o máximo na utilização de certas coisas (o que eu tinha em mente era bem mais ofensivo, mas achei melhor "podar" algumas coisas para agredir o minimo possível).
Boa leitura, se tiver coragem....Muahahahahahahahahaha...
- Spoiler:
- Devaneio do prisioneiro da vida.Acordo às 05h30min, pego quatro ônibus até chegar ao me serviço às 08h00min, tento fazer as coisas melhorarem,mas por algum motivo não consigo, sei que tudo tem seu propósito, mas qual seria o meu?
1° Fragmento.
Eu li cada história, cada livro que pude, para tentar ver qual era meu lugar no mundo, qual minha função dentre a humanidade, todos diziam “nossa como você é inteligente”, mas eu acho que nunca soube como usar minha inteligência de forma realmente inteligente.
Meu nome é Artur, mas eu deveria me chamar José, ou melhor, Zé ninguém, por que definitivamente eu nunca prestei para nada.
Olha, Artur, o contrato de trabalho é uma via de duas mãos, assim como você se estiver insatisfeito pode pedir as contas, nós da nossa parte, também podemos vir a rescindir seu contrato, e infelizmente estamos aqui para esse propósito.
Foi o que meu chefe me disse ao final do expediente, ele disse mais coisas, mas eu não ouvi mais nada, todos os meus esforços para tentar melhorar a empresa, todas as humilhações que sofri lá dentro, todo o ódio reprimido dentro de mim, o que Deus estava fazendo enquanto isso estava acontecendo? Nunca me trataram como gente, nunca me deram respeito, as lágrimas que derramo, é apenas um reflexo da dor que sinto por ter sido tão desprezado, humilhado e descartado como se eu não fosse nada.
Devo esperar a “justiça divina”? Acho que não, “Ele” nunca vai voltar, não é mesmo? Precisamos de heróis modernos para lutar contra a desumanização, contra o poder do dinheiro superando o valor da vida, temos que fazer os opressores chorarem lágrimas de sangue, temos... Ninguém vai fazer nada por ninguém, estamos todos afogados em dividas, consumismo, propagandas, mentiras, o ser humano virou o maior produto de venda, eu preciso fazer algo, eu sou apenas um grão de areia, mas eu posso fazer a diferença, o que eu teria a perder, não tenho nada e nem ninguém para se envergonhar de mim ou para ter orgulho e esse é mais um motivo... Eu queria ser o Batman, desde pequeno, talvez tenha que ser o medo nos corações daqueles que retêm o poder e acham que podem decidir a vida das pessoas, acho que devo me tornar Nero, e por fogo em tudo o que o Homem construiu, ou talvez eu só precise me vingar, fazê-los passar por tudo o que eu passei, ou pior (sorriso), matar? Não, eu não sei o que vem depois para eles, não quero que se safem, eles devem ser punidos e descobrirem da pior forma que o inferno é aqui, e o meu papel nisso, acho que descobri minha função, acho que eu sou o Capeta, acho que quando a gente aceita o que é, as coisas fluem mais fácil.
Quantos... Quantos eu devo punir de imediato? O visinho que faz barulho de mais, o patrão que não deu valor a dedicação do funcionário, o político que rouba milhões enquanto tantas pessoas passam fome, o vendedor de drogas que usa crianças para cometer seus crimes, os policiais que formam milícias e oprimem a população, advogados, médicos, padres pedófilos, professores, bandidos de todas as classes sociais, todos, absolutamente todos devem sofrer (risada) e vão, eu posso garantir isso, pelo simples fato de eu não ser nada, eu não sou ninguém e ninguém tem medo de mim e esse é o maior erro deles. “O maior truque do Diabo foi fazer todos duvidarem de sua existência”, mas logo eles verão que sou real, sentirão em suas carnes, não os cegarei e nem os matarei, apenas causarei dor e arrancarei a dignidade de seus corpos, torturando suas carcaças, fazendo com que eles implorem para morrer, mas morrer é a saída mais fácil, eles não deveriam fazer o que estão a tanto tempo fazendo... Eu vou acabar com tudo!2° Fragmento.Pintava meus olhos com lápis preto, que representava as lágrimas que derramei, enquanto pensava em quem seria o primeiro a ser punido, peguei a faca de serra que usava para cortar o pão, para simbolizar a perda que me causaram, coloquei-a dentro da meia, assim ficaria escondida pela calça, peguei todo dinheiro que havia em minha carteira, mas deixei a carteira guardada, pois essa poderia servir de prova contra mim, perante a justiça dos homens, 300 reais, talvez daria para comprar um revolver qualquer e alguma munição.
Meu sangue fervia naquela noite fria, o ar gélido tocava em meu rosto, fazendo caricias fúnebres, era como se a morte me abraçasse e isso me fazia sentir mais vivo e mais certo do que deveria fazer.
Sem rastros para serem seguidos, não podia deixar nenhuma pista, já estava decidido, mesmo antes de eu descobrir, a faca de pão cumpriria seu propósito.
Fui até um dos “buracos” da cidade, o centro mundano onde tudo o que é ilegal pode ser encontrado, as pessoas olhavam para mim, prostitutas, travestis, drogados, a escória da sociedade, seres indignos pedindo pela punição que eu estava destinado a aplicar, mas hoje não era o dia destes perdidos, apenas dois iriam receber a chance de refletir sobre seus pecados hoje!
Em um beco, encontrei quem eu procurava, um homem com cicatrizes no rosto, e ar de quem acaba de sai da cadeia, um sobretudo preto e luvas de couro, fumando um cigarro barato e olhando para todos os lados como que se procurasse algo que pudesse o deixar encurralado, meu rosto não o amedrontava, minha presença ali não causava nenhum desconforto a ele, ele me olhava como quem olha para um bicho qualquer que é só bater o pé que já sai correndo, seu excesso de confiança foi sua ruína, ao me levar até seu carro para me mostrar suas armas não percebeu que quando eu abaixei para amarrar os sapatos, peguei a faca e deixei na mão direita enfiada dentro da manga da blusa.3° Fragmento.Nesses meus 28 anos de vida, nunca tremi tanto, era medo com adrenalina, ele pegou a chave do carro e abriu o porta-malas, lá dentro havia um arsenal, desde facas até armas de fogo de médio porte, ele nem pode ver meu rosto ao se virar, antes que pudesse eu já estava passando o lado da serra da faca em suas córneas, o sangue jorrava em seu rosto, então o derrubei com um soco.
“Tire as luvas”, eu gritava para ele, e ele retirou, “agora o casaco” e ele gritando de dor obedeceu, “você vai morrer, não sabe com quem se meteu!” ele dizia, “você está entendendo tudo errado, se arrependa de seus crimes, perder o dom de ver a luz é sua punição!” eu disse a ele, “maluco desgraçado, eu vou matar seus pais, vou comer sua irmã, tudo isso na sua frente e só depois de fazer eles sofrerem muito eu os mato e depois mato você!” “essa foi sua ultima ameaça, você não tem salvação!” essas foram as ultimas palavras que ele ouviu, eu comecei a esfaqueá-lo nos pés, subindo para os joelhos, ele tentou se defender e então decepei suas mãos, o tamanho da possa de sangue aumentava e cada vez eu enfiava a faca mais profundamente, não fui em direção ao coração, isso o mataria na hora, ele deveria sofrer um pouco mais, então, cortei-lhe a garganta, assim ele poderia senti o gosto de seu sangue enquanto se afogava no mesmo, quando parei para olhar o que tinha feito, vi um corpo nos últimos tremores, talvez seus últimos esforços para tentar sobreviver, era lindo, a sensação era maravilhosa, eu realmente achei o propósito de viver, viver para punir aqueles que se desviaram do caminho da verdade!
Vesti o casaco e as luvas, que estavam um pouco ensangüentadas, peguei a chave do carro e uma pistola do porta-malas e comecei a dirigir para o meu próximo trabalho, meu dever é punir os maus e se o mau não descansa, eu também devo me esforçar para extinguir tal afronta.
Para poder trabalhar com mais calma, decidi pesquisar antes de tomar a frente das punições, mas mesmo assim, não poderia deixar as chances passar, então sempre deveria estar preparado para agir a qualquer hora em qualquer lugar.4° Fragmento.Antes de chegar ao meu destino, algo me chamou a atenção, uma garotinha, 8 ou 10 anos, sentada no chão pedindo esmolas, suas roupas sujas, suas mão machucadas, pés descalços e uma marca de sangue que foi esfregado em seu nariz, as pessoas passavam por ela como se ela não estivesse ali.
Desci do carro e olhei bem para ela, no chapéu que ela usava para arrecadar o dinheiro não tinha muito mais que um real em moedas de 10 e 25 centavos, fui até uma padaria e comprei uma baguete recheada, levei até ela, seus olhos começaram a brilhar, eu estendi a mão, entregando-lhe a baguete,mas ela ficou com receio de aceitar, quem saberia dizer o que havia lhe trazido tal trauma, fechei o pacote com a baguete, coloquei dentro do chapéu dela e sai, quando entrei no carro, vi que ela se levantou, recolheu o pouco dinheiro que arrecadou e o pacote que eu avia deixado e foi para um beco próximo, me senti um pouco incomodado com os machucados dela, ela deveria ser levada a um hospital, então desci do carro e fui até o beco onde ela estava, ao me aproximar ouvi o som que faz um corpo quando cai no chão, mas nenhum gemido, ouvia também alguém bravo xingando e por fim ou vi o barulho que uma cinta faz ao bater em algo, aquele estralo que faz a gente lembrar das travessuras na infância, mas ainda sim não ouvia nem choro e nem gemidos, e foi ai que a agonia tomou conta de mim, estaria ele batendo em alguém morto?
Quando vi, não consegui conter as lágrimas, aquilo era cruel de mais, a pobre menina apanhava por não ter trazido dinheiro para um porco vagabundo, enquanto aquele homem maldito comia a baguete que eu havia comprado para saciar a fome evidente da pequena garota e ele batia nela, mas ela não gritava ou gemia, nem lágrimas ela derramava, seus machucados estavam impregnados com as pedrinhas que se soltam do asfalto, ela tinha apanhado tanto que mal conseguia parar em pé, com uma garrafa de cachaça ele deu um ultimo golpe em sua cabeça e ela caiu desacordada, não tinha mais dúvidas, se alguém devia ser punido nesse mundo era esse cara, peguei um pedaço de pau que estava perto de uma lixeira e fui na direção daquele sujeito, ele apontou a garrafa em minha direção mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa eu desferi um golpe em sua cabeça.
Voltei para o carro e fui até o beco novamente, amarrei o sujeito com uma corda e o joguei no porta-malas, peguei a garota no colo e a levei até um hospital.
Não me xingue, eu não me importo, faça algo que importe a alguém, faça a diferença!
Última edição por kreby em Qui Jun 14, 2012 7:39 pm, editado 3 vez(es)
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
Idade : 38
Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
Devaneio
Do prisioneiro da vida.
De Cleber Cassimiro Santos.1° Fragmento.
- Spoiler:
- Acordo às 05h30min, pego quatro ônibus até chegar ao meu serviço às 08h00min, tento fazer as coisas melhorarem,mas por algum motivo não consigo, sei que tudo tem seu propósito, mas qual seria o meu?
Eu li cada história, cada livro que pude, para tentar ver qual era meu lugar no mundo, qual minha função dentre a humanidade, todos diziam “nossa como você é inteligente”, mas eu acho que nunca soube como usar minha inteligência de forma realmente inteligente.
Meu nome é Artur, mas eu deveria me chamar José, ou melhor, Zé ninguém, por que definitivamente eu nunca prestei para nada.
Olha, Artur, o contrato de trabalho é uma via de duas mãos, assim como você, se estiver insatisfeito pode pedir as contas, nós da nossa parte, também podemos vir a rescindir seu contrato, e infelizmente estamos aqui para esse propósito.
Foi o que meu chefe me disse ao final do expediente, ele disse mais coisas, mas eu não ouvi mais nada, todos os meus esforços para tentar melhorar a empresa, todas as humilhações que sofri lá dentro, todo o ódio reprimido dentro de mim, o que Deus estava fazendo enquanto isso estava acontecendo? Nunca me trataram como gente, nunca me deram respeito, as lágrimas que derramo, é apenas um reflexo da dor que sinto por ter sido tão desprezado, humilhado e descartado como se eu não fosse nada.
Devo esperar a “justiça divina”? Acho que não, “Ele” nunca vai voltar, não é mesmo? Precisamos de heróis modernos para lutar contra a desumanização, contra o poder do dinheiro superando o valor da vida, temos que fazer os opressores chorarem lágrimas de sangue, temos... Ninguém vai fazer nada por ninguém, estamos todos afogados em dividas, consumismo, propagandas, mentiras, o ser humano virou o maior produto de venda, eu preciso fazer algo, eu sou apenas um grão de areia, mas eu posso fazer a diferença, o que eu teria a perder, não tenho nada e nem ninguém para se envergonhar de mim ou para ter orgulho e esse é mais um motivo... Eu queria ser o Batman, desde pequeno, talvez tenha que ser o medo nos corações daqueles que retêm o poder e acham que podem decidir a vida das pessoas, acho que devo me tornar Nero, e por fogo em tudo o que o Homem construiu, ou talvez eu só precise me vingar, fazê-los passar por tudo o que eu passei, ou pior (sorriso), matar? Não, eu não sei o que vem depois para eles, não quero que se safem, eles devem ser punidos e descobrirem da pior forma que o inferno é aqui, e o meu papel nisso, acho que descobri minha função, acho que eu sou o Capeta, acho que quando a gente aceita o que é, as coisas fluem mais fácil.
2° Fragmento.
- Spoiler:
- Quantos... Quantos eu devo punir de imediato? O visinho que faz barulho de mais, o patrão que não deu valor a dedicação do funcionário, o político que rouba milhões enquanto tantas pessoas passam fome, o vendedor de drogas que usa crianças para cometer seus crimes, os policiais que formam milícias e oprimem a população, advogados, médicos, padres pedófilos, professores, bandidos de todas as classes sociais, todos, absolutamente todos devem sofrer (risada) e vão, eu posso garantir isso, pelo simples fato de eu não ser nada, eu não sou ninguém e ninguém tem medo de mim e esse é o maior erro deles. “O maior truque do Diabo foi fazer todos duvidarem de sua existência”, mas logo eles verão que sou real, sentirão em suas carnes, não os cegarei e nem os matarei, apenas causarei dor e arrancarei a dignidade de seus corpos, torturando suas carcaças, fazendo com que eles implorem para morrer, mas morrer é a saída mais fácil, eles não deveriam fazer o que estão a tanto tempo fazendo... Eu vou acabar com tudo!
Pintava meus olhos com lápis preto, que representava as lágrimas que derramei, enquanto pensava em quem seria o primeiro a ser punido, peguei a faca de serra que usava para cortar o pão, para simbolizar a perda que me causaram, coloquei-a dentro da meia, assim ficaria escondida pela calça, peguei todo dinheiro que havia em minha carteira, mas deixei a carteira guardada, pois essa poderia servir de prova contra mim, perante a justiça dos homens, 300 reais, talvez daria para comprar um revolver qualquer e alguma munição.
Meu sangue fervia naquela noite fria, o ar gélido tocava em meu rosto, fazendo caricias fúnebres, era como se a morte me abraçasse e isso me fazia sentir mais vivo e mais certo do que deveria fazer.
Sem rastros para serem seguidos, não podia deixar nenhuma pista, já estava decidido, mesmo antes de eu descobrir, a faca de pão cumpriria seu propósito.
Fui até um dos “buracos” da cidade, o centro mundano onde tudo o que é ilegal pode ser encontrado, as pessoas olhavam para mim, prostitutas, travestis, drogados, a escória da sociedade, seres indignos pedindo pela punição que eu estava destinado a aplicar, mas hoje não era o dia destes perdidos, apenas dois iriam receber a chance de refletir sobre seus pecados hoje!
Em um beco, encontrei quem eu procurava, um homem com cicatrizes no rosto, e ar de quem acaba de sai da cadeia, um sobretudo preto e luvas de couro, fumando um cigarro barato e olhando para todos os lados como que se procurasse algo que pudesse o deixar encurralado, meu rosto não o amedrontava, minha presença ali não causava nenhum desconforto a ele, ele me olhava como quem olha para um bicho qualquer que é só bater o pé que já sai correndo, seu excesso de confiança foi sua ruína, ao me levar até seu carro para me mostrar suas armas não percebeu que quando eu abaixei para amarrar os sapatos, peguei a faca e deixei na mão direita enfiada dentro da manga da blusa.
3° Fragmento.
- Spoiler:
- Nesses meus 28 anos de vida, nunca tremi tanto, era medo com adrenalina, ele pegou a chave do carro e abriu o porta-malas, lá dentro havia um arsenal, desde facas até armas de fogo de médio porte, ele nem pode ver meu rosto ao se virar, antes que pudesse eu já estava passando o lado da serra da faca em suas córneas, o sangue jorrava em seu rosto, então o derrubei com um soco.
“Tire as luvas”, eu gritava para ele, e ele retirou, “agora o casaco” e ele gritando de dor obedeceu, “você vai morrer, não sabe com quem se meteu!” ele dizia, “você está entendendo tudo errado, se arrependa de seus crimes, perder o dom de ver a luz é sua punição!” eu disse a ele, “maluco desgraçado, eu vou matar seus pais, vou comer sua irmã, tudo isso na sua frente e só depois de fazer eles sofrerem muito eu os mato e depois mato você!” “essa foi sua ultima ameaça, você não tem salvação!” essas foram as ultimas palavras que ele ouviu, eu comecei a esfaqueá-lo nos pés, subindo para os joelhos, ele tentou se defender e então decepei suas mãos, o tamanho da possa de sangue aumentava e cada vez eu enfiava a faca mais profundamente, não fui em direção ao coração, isso o mataria na hora, ele deveria sofrer um pouco mais, então, cortei-lhe a garganta, assim ele poderia senti o gosto de seu sangue enquanto se afogava no mesmo, quando parei para olhar o que tinha feito, vi um corpo nos últimos tremores, talvez seus últimos esforços para tentar sobreviver, era lindo, a sensação era maravilhosa, eu realmente achei o propósito de viver, viver para punir aqueles que se desviaram do caminho da verdade!
Vesti o casaco e as luvas, que estavam um pouco ensangüentadas, peguei a chave do carro e uma pistola do porta-malas e comecei a dirigir para o meu próximo trabalho, meu dever é punir os maus e se o mau não descansa, eu também devo me esforçar para extinguir tal afronta.
Para poder trabalhar com mais calma, decidi pesquisar antes de tomar a frente das punições, mas mesmo assim, não poderia deixar as chances passar, então sempre deveria estar preparado para agir a qualquer hora em qualquer lugar.
Antes de chegar ao meu destino, algo me chamou a atenção, uma garotinha, 8 ou 10 anos, sentada no chão pedindo esmolas, suas roupas sujas, suas mão machucadas, pés descalços e uma marca de sangue que foi esfregado em seu nariz, as pessoas passavam por ela como se ela não estivesse ali.
4° Fragmento.
- Spoiler:
- Desci do carro e olhei bem para ela, no chapéu que ela usava para arrecadar o dinheiro não tinha muito mais que um real em moedas de 10 e 25 centavos, fui até uma padaria e comprei uma baguete recheada, levei até ela, seus olhos começaram a brilhar, eu estendi a mão, entregando-lhe a baguete,mas ela ficou com receio de aceitar, quem saberia dizer o que havia lhe trazido tal trauma, fechei o pacote com a baguete, coloquei dentro do chapéu dela e sai, quando entrei no carro, vi que ela se levantou, recolheu o pouco dinheiro que arrecadou e o pacote que eu avia deixado e foi para um beco próximo, me senti um pouco incomodado com os machucados dela, ela deveria ser levada a um hospital, então desci do carro e fui até o beco onde ela estava, ao me aproximar ouvi o som que faz um corpo quando cai no chão, mas nenhum gemido, ouvia também alguém bravo xingando e por fim ouvi o barulho que uma cinta faz ao bater em algo, aquele estralo que faz a gente lembrar das travessuras na infância, mas ainda sim não ouvia nem choro e nem gemidos, e foi ai que a agonia tomou conta de mim, estaria ele batendo em alguém morto?
Quando vi, não consegui conter as lágrimas, aquilo era cruel de mais, a pobre menina apanhava por não ter trazido dinheiro para um porco vagabundo, enquanto aquele homem maldito comia a baguete que eu havia comprado para saciar a fome evidente da pequena garota e ele batia nela, mas ela não gritava ou gemia, nem lágrimas ela derramava, seus machucados estavam impregnados com as pedrinhas que se soltam do asfalto, ela tinha apanhado tanto que mal conseguia parar em pé, com uma garrafa de cachaça ele deu um ultimo golpe em sua cabeça e ela caiu desacordada, não tinha mais dúvidas, se alguém devia ser punido nesse mundo era esse cara, peguei um pedaço de pau que estava perto de uma lixeira e fui na direção daquele sujeito, ele apontou a garrafa em minha direção mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa eu desferi um golpe em sua cabeça.
Voltei para o carro e fui até o beco novamente, amarrei o sujeito com uma corda e o joguei no porta-malas, peguei a garota no colo e a levei até um hospital.
Ao chegar ao hospital, fui direto a uma enfermeira pedir uma maca, coloquei a pequena garota deitada, a enfermeira fazia perguntas que eu não sabia as resposta, qual o nome da garota? O tipo sanguíneo?
Eu não sei, apenas a encontrei caída no chão! Foi o que disse antes de sair.
Senhor espere, por favor! Ela disse, mas eu não podia esperar, eu tinha algo inacabado me esperando dentro do porta-malas!
Entrei no carro e o acelerei, corri muito, freadas bruscas e arrancadas inconseqüente seria o começo de suas punições.
5° Fragmento.
- Spoiler:
- Dirigi até o bosque, lá, com o revolver em punho, retirei aquele vadio e o fiz caminhar até um ponto isolado da floresta.
O que vai fazer comigo? Você vai me matar? Ele perguntava já com lágrimas nos olhos. Matar? Para que? Eu pensei a noite inteira e por mais que eu ache que você não mereça viver, matar você seria um premio e você não é digno de prêmios! Você vai sofrer e vai sofrer calado, como aquela menininha que você batia lá no beco, sabia que ela quase morreu? Espero que você tenha aproveitado a baguete, pois aquela foi sua ultima refeição! Após dizer isso, peguei minha faca e enfiei transversalmente em sua boca, com um alicate, agarrei sua língua e puxei para fora da boca, os cantos dos lábios começaram a sangrar, derrubei ele no chão e pus o pé em seu pescoço, eu queria arrancar a língua dele fora, o corte da faca já passava dos dentes do fundo, seus olhos arregalados lacrimejavam e eu cada vez mais puxava a íngua dele para fora.
Pronto, agora acho que já dá para cortar! Após dizer isso, virei o corte da faca para baixo e decepei a língua dele fora, ele rolava no chão, se contorcendo no chão e grunhindo como um animal, voltei ao porta-malas e vi uma mala de ferramentas, de lá peguei um martelo, pesei em seu peito e arranquei-lhe os sapatos, com o alicate, segurei o dedo mindinho do pé esquerdo.
Só faltam 19! Disse isso e dei-lhe uma martelada em cima do alicate, ele se contorceu de dor, seu dedinho estava completamente esmagado, ele parecia que ia desmaiar a qualquer momento. Sabe, dizem que só se faz passar a dor sentindo outra dor em um outro ponto do corpo, então eu destruí o seu dedinho para você esquecer a dor da língua, vê como eu sou bonzinho? Agora vou arrancar outro dedo, para você esquecer-se desse dedo, e só depois que eu arrancar todos os seus dedos dos pés, é que eu vou te matar! Quando ele ouviu isso começou a se debater, como se tentasse fugir, era prazeroso ver ele se arrastando como um verme que era, naquele chão, se sujando com a terra e folhas, com aquele olhar apavorado, aquela cena me valeu de recompensa. Vou te dar uma chance; não vou usar mais o alicate, se você conseguir ficar com seus 19 dedos intactos durante 15 minutos eu mato você sem te fazer sofrer, apenas com um tiro na testa, sem dor, mas se eu acertar uma martelada se quer, então eu vou te amarrar em uma árvore e depois, (sorriso) eu vou brincar com você até de manhãzinha!
Não faça isso!
Ouvi uma voz vinda da escuridão das árvores, porém não conseguia ver sua silueta, os estalos dos galhos secos sendo pisados e aquela sombra surgindo dentre a mata me deixava curioso, quem veria algo como o que eu estava fazendo e não sairia correndo? Decidi acabar com minha curiosidade e perguntar diretamente.
6° Fragmento.
- Spoiler:
- Quem é você?
Quem sou eu, sou Gabriel, estou aqui para cuidar de ti, Artur, mas não poderei zelar pelo teu bem se fizeres escolhas equivocadas!
A que exatamente você está se referindo, está dizendo que eu não posso cumprir com o meu destino?
Não é esse o caso, tu estás perdido, confuso com tua missão, tu estás pondo teu deleite acima do dever e isso é perigoso, manter esse limite é o que vai te diferir dos perdidos conhecidos como criminosos comuns!
Quem exatamente é você?
Eu sou Gabriel, o arcanjo Gabriel, o mensageiro de Deus, vim guiá-lo por este caminho cheio de trevas, pois é muito fácil se perder, mate-o e siga teu caminho, a alma deste homem já não pertence mais a este mundo.
Mas esse homem merece sofrer!
(Ergue a voz) Ousa ir contra as ordens do Pai (relampejos)?!
Meu corpo se estremeceu, suava frio, contra minha vontade cai de joelhos no chão e curvei-me diante daquela figura, não tinha como negar a autoridade daquele ser, puxei o revolver e mirei na cabeça do homem.
Espere! Disse Gabriel. Deveis rezar pela alma deste impuro antes de enviá-la ao julgamento do Pai.
E o que devo dizer? Perguntei confuso.
O que vier em teu coração!
O que vem em meu coração não é nobre, não posso perdoá-lo, tento superar meu ódio e vontade de fazê-lo sofrer muito antes de matá-lo, então acho que a forma mais compatível é fazê-lo despencar de algum prédio, para que sua agonia indolor termine em uma morte instantânea ao tocar no chão.
Ouvindo tudo o que eu dizia, ele me olhava, babando sangue e com as unhas cheias de terra por arranhar o chão, tremia muito e ficara retorcendo o corpo.
O coloquei de volta no porta-malas e entrei no carro.
Você não vem? Disse me dirigindo ao Gabriel.
Não importa aonde você vá, estarei sempre ao seu lado. Após ele dizer isso, ele desapareceu.
7° Fragmento.
- Spoiler:
- Estaria eu ficando louco, não, questionar minha sanidade é de fato um sintoma de lucidez, ou não, sou apenas um homem comum, como posso ser um escolhido para a grande missão de purificar esse mundo de toda a maldade que corrompe as pessoas, não, não é isso, estou com um olhar muito superficial, mas como devo pensar, Deus escreve certo por linhas tortas, age de formas misteriosas, que baboseira, acho que a personificação de Gabriel é o meu julgamento do que é certo ou errado se materializando e me guiando, não sei ao certo o que devo fazer, minha mente está confusa, vou despachar este homem e depois rever minhas prioridades.
Após esse conflito psicológico, parti para um prédio abandonado no subúrbio da cidade para fazer com que esse que eu nem sabia nome, pagasse por seus pecados, levei até o terraço e retirei-lhe a carteira e comecei a ler seus documentos.
Então seu nome é Jair Paiva, 47 anos, sem cartão de créditos, sem dinheiro fora as moedas que a garota avia arrecadado, você é um maldito vagabundo de ****** e a falta de caráter é o que está ti levando a morte, aproveite a queda, pois essa será a ultima visão que vai ter nesse mundo. Adeus!
O levei até a borda e o olhei nos olhos pouco antes de empurrá-lo parapeito abaixo. Mesmo sem poder emitir nenhum som, ouvi seus gritos de terror, era de medo de morrer, não de arrependimento, por isso não posso perdoá-lo, apenas poderei perdoar aqueles que se arrependem do mau que causaram.
Apesar da sensação de libertação, senti um pouco de vazio, acho que meu sucesso em punir ele entrou em conflito com minha vontade de absolver a alma perdida dele. Lagrimas involuntárias escorreram pelo meu rosto, enquanto esboçava um sorriso, cai de joelhos no chão e gargalhei, como nunca avia gargalhando antes, mesmo nesse momento não pude parar de chorar.
Após me recuperar de meus conflitos, tentei sair do prédio sem ser visto, devido aos ferimentos, o provável é que não pensariam em suicídio e pensando nisso depois, percebi que uma boa forma de não ser procurado é fazer com que não pareça assassinato, mas agora já avia começado, já avia matado dois homens e não avia espaço para arrependimento ou remorso, tenho que prosseguir, tenho que limpar o mundo, é só nisso que devo pensar!
Mesmo Deus precisou descansar, eu também precisava de repouso, voltei para minha casa, guardei o carro na garagem e fui me deitar, olhando para o teto, tudo parecia girar, parecia que eu podia ouvir até os menores ruídos daquela casa vazia, meu mundo girava, comecei a sentir uma aflição, o gosto do líquido biliar subiu minha garganta, tudo girava cada vez mais rápido, tentei correr para o banheiro mas encontrei uma parede em meu caminho e após esbarrar nela, cai de costas no chão, e ali, na porta do meu quarto, derramei a primeira rajada de vomito, as contrações em meu estomago se tornavam mais fortes, me arrastando pelo chão acabei passando a mão por cima daqueles grãos de arroz mau mastigados e pedaços de coisas mau digeridas, comecei a me contrair novamente no meio da sala e embaixo da mesa de centro, a segunda rajada, aquele gosto estava me deixando cada vez mais enojado, nessa segunda rajada, vi um poço de sangue, aquele cheiro me estonteava, eu não conseguia ficar de pé,encostei na parede e fui me esfregando nela até chegar ao banheiro, lá, abracei o vazo sanitário e despejei tudo o que ainda restava em meu estomago, nem tive tempo de acender a luz, mas também não fazia questão de ver aquilo, mesmo depois de ter posto para fora tudo o que avia comido, as contrações não paravam, um líquido amarelado misturado com sangue era a única coisa que saia, após muito tempo abraçado com aquele vazo, eu já não agüentava mais, cai de lado e desmaiei, ali, no meio do banheiro, completamente apagado.
8° Fragmento.
- Spoiler:
- Acordei com fortes dores no estomago, aquele cheiro repugnante impregnava a casa toda, minha cabeça doía muito.
Com muita dificuldade, me levantei e bati água no rosto, não sabia que horas eram e nem que dia, liguei a televisão e fui preparar algo para comer.
O noticiário falava de um homem que avia sido morto por facadas no corpo todo, falou o nome do homem, mas eu nem prestava atenção, enquanto eu estava comendo, também falou sobre um homem que foi jogado de cima de um prédio abandonado, entre outros casos estranhos, mas o que eu não tinha percebido é que já se passou praticamente dois dias que esses assassinatos havia (aprendi viu gold!) acontecido, só percebi quando peguei o celular para ver as horas, minha missão me preocupava, mas algo me deixava mais inquieto, eu não sabia o que era, o que poderia ser?
Comecei a lavar o chão da casa, aquela coisa seca parecia que não ia desgrudar nunca, até que alguém bateu na porta.
Seja lá que for, vá embora, que eu não quero falar com ninguém! Eu disse isso, mas há coisas maiores do que nós, e quando ouvi a voz que vinha do outro lado da porta, fiquei completamente imóvel.
Artur, sou eu Sara, você está evitando falar comigo?
Sara terminou o namoro comigo um mês atrás, mas eu ainda a amava, como poderia esquecê-la, eu a amo e tenho certeza que morreria por ela se preciso, mas meu sentimento não era correspondido.
9° Fragmento.
- Spoiler:
- Após um breve momento de silencio, encostei minha cabeça na porta, tentando de alguma forma me aproximar dela sem ter que dar o braço a torcer.
O que você quer? Eu acho que não temos muita coisa para conversar.
Artur, sua mãe me ligou, ela está preocupada com você, ela me disse que tentou ligar para você ontem, mas não conseguiu, ela ficou com medo de que você...
Eu o que? Olha, não é da sua conta, vai embora, cuida da sua vida!
Você sabe que eu me preocupo com você, não faça nem uma loucura, por favor, eu gosto de você e não quero ver você mal!
Mas eu AMO VOCÊ! Gostar está bem longe disso, gostar é muito pouco, muito pouco para mim, não quero que você se preocupe comigo, não quero que você goste de mim, não quero nada, nada que venha de você, eu queria que você me amasse, mas acho que você é boa de mais para mim, acho que eu não posso dar o que você merece então acho que você deveria se afastar de mim, por que cada vez que eu te vejo, cada vez que ouço sua voz, cada... (as lágrimas começam a escorrer pelo rosto) cada... Lembrança... É um golpe muito duro de agüentar... Eu não posso lidar com isso... Por favor, vai embora, me deixe sozinho... Me deixa em paz!
Pude ouvir o som de sua mão passando na porta como uma caricia, pude sentir também suas lágrimas escorrerem em seu rosto como gotas de orvalho e o som que faz quando engole a saliva, com sua unha, ela bateu sete vezes na porta, essa foi a maior tortura que ela poderia ter feito comigo, aquele era nosso código para dizer tchau, batia sete vezes na madeira da cama quando tinha que trabalhar e não queria acordar ela, eram sete toques no celular antes de ir dormir quando não estávamos juntos, tudo era sete, por que para mim estar com ela era simplesmente perfeito.
Após ficar mais de meia hora sentado no chão molhado, chorando, eu finalmente me lembrei do que estava me deixando inquieto, eu tinha que voltar naquela padaria.
Enxuguei as lágrimas de olhos fechados, coloquei as duas mãos sobre o rosto e fiquei ali parado por um tempo, deitado no chão, foi quando comecei a ouvir o som do despertador tocando ao lado do meu ouvido, abri os olhos e de alguma forma, estava deitado na minha cama, minhas roupas estavam secas e não sentia o mau cheiro de meus vômitos, fiquei sentado por um tempo na cama, tentando entender o que estava acontecendo, como cheguei até minha cama e por que o relógio do despertador marcava 5h30min? O mais inexplicável estava do outro lado da cama.
10° Fragmento.
- Spoiler:
- Você não vai parar esse despertador? Aquela voz, manhosa e delicada, aquele biquinho e aqueles olhinhos me encarando, o que a Sara estava fazendo deitada na mesma cama que eu? Está bem, eu desligo! Ela disse isso e se projetou acima de mim, se esticando toda para alcançar o despertador. Bom dia amor, você está com uma carinha meio abatida, esta se sentindo bem? Você sabe que por causa do seu banco de horas, não vai criar problema algum se não for trabalhar hoje, (ela dá um sorriso malicioso) não seria bom aproveitar um dia inteiro, só nos dois?!
Cla... Claro que sim! Não conseguia esconder o sorriso desnorteado. Mas, eu... Estou trabalhando onde?
Agora você estame assustando, o que você tem?
Você não tinha terminado comigo? Eu não fui demitido?
Meu amor... Ela me olhou no fundo dos olhos. Terminar com você seria o mesmo que abrir mão do meu mundo, você é muito importante para mim e eu não ti deixaria por nada, eu amo você, de todas as formas possíveis e imagináveis, nada nesse mundo pode me separar de você, olha para mim, e ouve bem o que eu vou te dizer, EU... TE... AMO!
Não pude conter minhas lágrimas, mas dessa vez era de alegria, eu sorria e parecia que o mundo tinha saído de cima de mim, parecia que antes eu estava sem conseguir respirar e agora eu estava sentindo o mais puro ar.
Foi tão real, mas eu acho que foi só um pesadelo, eu tinha perdido você e estava caminhando pelas trevas, mas agora parece que tudo está tão... Antes que eu pudesse terminar a frase, ela pôs o dedo em meus lábios e com a unha de seu dedo indicador bateu sete vezes na madeira da cama. Mesmo contra a minha vontade, eu tenho que trabalhar! Disse isso e levantei, tudo não tinha passado de um sonho, incrivelmente realista, mas somente um sonho.
Tomei o caminho que costumava tomar até chegar ao meu emprego, não consegui entrar de primeira, aquela cena de eu sendo demitido não saia de minha cabeça, estava angustiado e com medo de que aquela parte do sonho se realizasse, finalmente entrei e antes de chegar à minha sala, meu chefe me chamou.
Artur! Faça o favor de vir até minha sala, precisamos conversar!
Me encostei em um pilar, em meu sonho ele me chamou da mesma forma, minhas pernas bambearam, eu não poderia agüentar aquela situação duas vezes, porém meu chefe ao ver minha hesitação, veio em minha direção.
Você está bem? Parece nervoso e pálido, venha, tome um pouco de água! Dizendo isso ele me encaminhou para dentro da sala e me fez sentar, lá dentro estavam as mesmas pessoas que eu vi em meu sonho, minha tremedeira aumentou, eu queria sair correndo dali, mas minhas pernas não obedeciam.
11° Fragmento.
- Spoiler:
- Artur, você está me parecendo muito nervoso e acho que o que temos a dizer infelizmente não vai diminuir esse... Nervosismo. Olha filho, eu não sei qual o jeito certo de dizer esse tipo de coisa, mas já faz um bom tempo que você trabalha aqui com a gente e nós procuramos avaliar o rendimento do grupo através do rendimento individual de cada funcionário e é por isso que estamos aqui, você não está no mesmo nível dos outros funcionários do seu grupo! Nessa hora, eu senti como se tivesse levado um tiro na cabeça, involuntariamente, minha boca se abriu, senti um arrepio na espinha e parecia que eu tinha engolido uma bola que estava presa na minha garganta, por mais que eu tentasse balbuciar qualquer coisa, não saia um único som. Olhei para ele aguardando o golpe de misericórdia e ele continuou a falar. É por isso que nós queremos convidá-lo a ser o novo supervisor de sua área!
Fiquei completamente paralisado, meus movimentos com a cabeça mostravam negação, pois eu não imaginava, após um tempo parado olhando para o meu chefe eu comecei a rir, todos me olhando e rindo, fazendo comentários como: “olha a cara dele” e “ eu sabia que ele ia ficar apavorado com a proposta”, alguém disse ”ganhei cinqüentão agora, olha para ele!”.
Olha, seu salário vai subir para isso aqui (um homem do Rh indicava e explicava mostrando um papel), seu tíquete alimentação vai subir para isso e você terá que zerar seu banco de horas, isso significa que deve tirar dois dias de folga e retornar apenas na quarta-feira, meus parabéns senhor supervisor!
Eu não estou me sentindo muito bem... Comecei a sentir uma tontura e fui caminhando lentamente em direção ao banheiro, todos que estavam lá me deram uma ajuda para chegar até lá, me encostei-me ao vaso sanitário e comecei a vomitar sangue.
Oh meu Deus! Disse meu chefe. Chamem uma ambulância!
Ao chegar ao hospital, fizeram vários exames, fiquei horas esperando o resultado, minha mãe e Sara, chegaram desesperadas.
Calma gente, eu estou bem! Infelizmente o médico chegou bem nessa hora com noticias que tornavam minha afirmação equivocada.
Infelizmente, o senhor está sofrendo de úlcera péptica do tipo um, não existem formas fáceis de dizer isso, senhor Artur, mas o senhor está com câncer, pode ser possível retirá-lo através de uma cirurgia mas precisamos fazer exames mais detalhados, os sangramentos começaram por que o tumor rompeu uma artéria, nós devemos colocá-lo em repouso e preparar os exames para que a operação ocorra o mais rápido e seguro possível!
12° Fragmento.
- Spoiler:
- Novamente, meu mundo desabava sobre minha cabeça, tinha meu emprego, tinha a mulher da minha vida, mas não tinha mais a vida para aproveitar esses momentos, eu voltei a ser um Zé ninguém.
Doutor há chances, ou melhor, quais as chances de óbito? Perguntei ao doutor temendo o pior.
Se o câncer não for maligno, estaremos bem otimistas...
E se... (minha mãe se segurava para não cair em prantos) e se for?
Se for, eu... Recomendaria que... Aproveitassem o tempo restante.
Pude ver nos olhos do médico que ele já teve uma experiência similar, deve ter perdido alguém para o câncer ou para alguma doença incurável.
As horas passavam e meus vômitos se tornavam cada vez mais constantes, meus olhos já estavam fundos, eu parecia um zumbi, Sara tentava consolar minha mãe, mas nada do que ela pudesse dizer iria mudar o fato de que eu estava nas mãos do acaso, ou do destino, ou de qualquer coisa.
Depois de toda a espera, o médico entrou em meu leito.
Estamos bastante esperançosos, acredito que podemos resolver o seu problema, mas temos que levar o senhor imediatamente para a cirurgia!
Quando meu pai morreu, eu tinha dezoito anos, eu fiquei tão revoltado, como alguém pode ser tão irresponsável a ponto de dirigir embriagado, colocando a vida de outras pessoas em jogo, isso me deixou tão furioso que eu saí de casa, comprei três garrafas de vodka e sai dirigindo sem rumo, eu nem percebi o quão incoerente eu era, eu era uma bomba relógio pronta para explodir, talvez, seguindo a teoria do caos, ou algo do tipo “colhendo o que plantei”, talvez eu esteja pagando por algo que tenha feito, ou talvez eu seja apenas um brinquedinho nas mãos de Deus, chegou minha hora? Vou poder enfim encontrar meu pai? Ou não tem absolutamente nada após isso aqui?!
Enfermeira aplique o sedativo, vamos começar a cirurgia agora!
13° Fragmento.
- Spoiler:
- Eu senti lentamente a agulha penetrando meu couro, eles começaram a aplicar o sedativo através daquela bolsa de soro que fica pendurada em um pedestal, olhava para um lado e via médicos enfermeiras e bisturis, olhava para o outro e via máquinas, telas e o Gabriel... Gabriel? Ele estava atrás de uma vidraça olhando para mim, tentei esticar minha mão e chamar pelo seu nome.
Ga... Gabriel... Me ajuda... Eu... Eu vou morrer?
O médico olhou na direção que eu apontava, fazia sina de negativo com a cabeça. Com quem está falando Sr Artur? Enfermeira ele está delirando, segure os braços dele para que possamos deixá-lo mais firme na cama, dependendo do delírio ele pode começar a se debater e isso poderia complicar a cirurgia!
Não precisa ter medo, sua missão é muito importante para você terminar assim, você vai sobreviver! Foi o que Gabriel disse pouco antes de eu apagar.
Estava tudo escuro, bem longe eu via uma luz, ouvia vozes, mas não conseguia entender o que elas estavam dizendo, um barulho começou, lembrava um helicóptero, eu podia sentir também um vento vindo em minha direção, eu consegui entender o que alguém gritava, parecia algo como “não faça isso cara!”, aquela luz na minha cara, ofuscando minha visão, aquele barulho cada vez mais alto e eu caminhando em direção da luz, de repente, senti um desequilíbrio, pisei em falso e voltei para traz, me abaixei e comecei a apalpar o chão, senti que mais um passo era o ultimo espaço que eu podia pisar, após isso não tinha mais nada, era estranho, sem usar o tato, eu não conseguiria saber até onde o chão ia, talvez aquela seja a entrada pro inferno.
Eu morri não é Gabriel? Gritei bem alto, para ver se ele podia me dar às respostas que eu precisava, mas eu não ouvi nada, nada além daquele barulho ensurdecedor e aqueles gritos, até que eu ouvi a voz de Gabriel.
Não faz isso cara! Pega minha mão e vamos voltar para dentro, ou você já enjoou de jogar xadrez comigo?
Virei-me e lá estava ele, mas dessa vez ele estava vestindo um uniforme de enfermeiro ou algo do tipo, olhei para os lados e as coisas começaram a clarear, eu estava no parapeito de um prédio, havia mesmo um helicóptero com seu holofote focado em mim, se tivesse dado mais um passo, tinha caído uns dez metros e talvez tivesse morrido.
Onde estou? Perguntei olhando confusamente para o Gabriel.
Olha cara, vamos entrar, lá dentro eu te explico melhor, o que você acha?
Eu acho melhor, está frio aqui!
Certo, vem, cubra-se com esse cobertor que eu te trouxe!
Obrigado cara!
14° Fragmento.
- Spoiler:
- Quando sai do parapeito, ouvi aplausos e o som do helicóptero se afastando, entramos em uma sala branca, com almofadas em todos os cantos, até as paredes eram revestida por almofadas brancas.
Você sabe quem você é? Não entendi por que o Gabriel me perguntou isso.
É claro que sei, eu só não sei como cheguei aqui.
Ótimo, vamos por partes, qual é o seu nome?
Ta, isso já está estranho o suficiente! Quer por favor, me explicar o que está acontecendo!
Fica calmo,... Você me chamou pelo meu nome e isso é ótimo, significa que você lembra quem eu sou, certo?!
Que palhaçada é essa? Você é o arcanjo Gabriel e eu tenho que retornar à minha missão, afinal de contas, onde é que eu estou? Levantei o tom da minha voz, ele estava me tratando como se eu fosse um retardado e isso me deixou furioso, mas nessa hora, dois caras que pareciam seguranças entraram na sala.
Está tudo bem, está tudo bem! Artur fica calmo! Você pelo jeito teve outro delírio, eu fico muito lisonjeado em ser chamado de arcanjo, mas eu sou um mero mortal, eu sou seu enfermeiro, lembra?
Que brincadeira é essa?
Você sofre de esquizofrenia seguida de delírios muito... Como posso dizer... Confusos! Você imagina coisas e pessoas que não existem e fica preso nesses delírios, tendo poucos momentos de lucidez, como agora!
Não, não, não, não, não, não, não e não! Por que você está fazendo isso comigo? Isso não pode ser verdade!
Eu sinto muito ter que dizer isso de novo para você, pois você sempre sofre muito com seu estado.
De novo? Como assim de novo?
Essa não é a primeira vez que você tem esses delírios, mas é a primeira vez que tenta se matar, por que você estava querendo pular do prédio?
Eu não... Eu nunca... O... O que você... Não... Isso... Isso é loucura... Eu devo estar sobre o efeito dos sedativos... É... Só pode ser isso... Sim... Eu vou acordar e vou ver a Sara e minha mãe de novo... Isso é um delírio sim, um sonho causado pelos medicamentos que tomei por causa da cirurgia.
Artur, a que cirurgia você se refere?
A do meu câncer! Eu vou sobreviver!
É por isso que tentou se matar? Por causa do câncer?
Eu não tentei me matar! Eu só estava seguindo a luz forte, depois que eles me deram o sedativo, tudo ficou escuro e só tinha a luz forte na minha frente!
Você se refere ao helicóptero?!
Eu... Quero ver minha mãe e a Sara, onde elas estão? Eu quero sair daqui e ver minha mãe e a Sara, EU QUERO VÊ-LAS AGORA!
Gabriel olhou para o chão, com o polegar da mão direita, coçou o punho da mão esquerda, engoliu saliva, por um tempo evitou olhar para mim, desviando o olhar para os cantos da sala, mas pude perceber que seus olhos avermelhavam como se fosse chorar.
Sua mãe morreu, há dois anos e... Não existe nenhuma Sara...
15° Fragmento.
- Spoiler:
- Coloquei minhas mãos na cabeça e comecei a entrar em desespero, não posso ter imaginado todo o amor que sinto por Sara, com minha mão, tampei um de meus olhos e comecei a chorar, estava vendo toda minha vida virar cacos, de quem eu deveria sentir raiva? Quem é meu inimigo? Nesse momento percebi que ser louco é apenas ceder a vontade da maioria, se eu conseguisse suprimir a dor de perder minha mãe e a Sara, que nunca existiu, eu poderia sair dali, mas teria que parar com os delírios, mas e se esse for mais um delírio, como posso confiar no que está acontecendo, como saber que isso é real e não o que ouve antes? Lembre-se, onde eu nasci? Onde eu estudei? Quem foi minha primeira namorada? Talvez se eu começar a pensar desde o começo eu posso descobrir o que é real!
Gabriel, eu gostaria de ficar sozinho agora!
... Não sei se é uma boa idéia, você acabou de tentar se matar, como vou ter certeza de que você vai ficar bem cara?
Como a palavra de um lunático não tem valor, acho que não tem como você saber! Façamos uma aposta então, se eu ti vencer no xadrez você me deixa quieto, se eu perder, faça o que quiser!
Eu aceito a partida, mas não posso deixar você sozinho antes da análise do doutor.
Eu compreendo!
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
Idade : 38
Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
16° Fragmento.
- Spoiler:
- Começamos a partida enquanto eu confrontava meu interior, o que estava acontecendo, como poderia completar minha missão preso ali dentro, a cada movimento do bispo, cada pião capturado, minha mente trabalhava,buscando a saída, qualquer saída.
Agora eu entendo! Gabriel me ouviu dizer isso e me olhou com olhos desconfiados.
O que você entende?
Xeque mate, eu entendo que isso só faz parte da minha busca...
Como você ganhou?... Você nunca me venceu antes!... Espera ai... Que busca?
Eu já entendi, essa é a minha busca, para que eu possa ver quais são minhas prioridades, eu entendi Gabriel, era isso que você queria me mostrar... Minha vida perfeita, trabalho, mulher, meu sonho de felicidade, quando eu passei por aquilo, eu estava tão feliz com Sara, que esqueci, não... Na verdade eu nem me importei com os outros, não importa o sofrimento dos outros, o que importa é a minha felicidade, e ai, eu acordo aqui, sem minha mãe e sem Sara, no que eu posso considerar meu inferno particular, nem minha sanidade eu tenho aqui, é terrível aceitar que sou tão mesquinho, acho que mereci esse castigo, mas e agora, o que vem agora, Gabriel?
Com um sorriso brando, Gabriel me olha e se levanta, balançando a cabeça como se desaprovasse minha atitude.
Você ainda não está pronto, eu realmente estou impressionado, mas ainda falta uma coisa pela qual precisa passar.
E o que é?
Você ainda tem muito apego, você não precisa disso, seu próximo passo é experimentar a leviandade, só então você terá tudo o que precisa para reconhecer aqueles que realmente precisam ser punidos, você está pronto para isso?
Eu estou!
Então tudo o que tem a fazer é... Gabriel pôs uma faca em meu colo. É cortar seus pulsos!
17° Fragmento.
- Spoiler:
- Pude sentir meu coração batendo forte, minhas mãos soavam frio, acho que não tinha certeza de que tudo aquilo era um delírio, a faca escorregava por causa do suor, eu tremia, tremia muito, tanto a ponto de não conseguir segurar a faca firmemente.
O olhar frio de Gabriel, eu podia sentir penetrando minha alma, ao som de fundo, a nona sinfonia de Beethoven me dava calafrios, quando encostei a faca em meu pulso esquerdo, senti o frio da lâmina gelar meu coração, fiquei ofegante, senti minha pressão baixar, meus olhos viravam, eu sentia como se eu fosse perder os sentidos.
Segurei a faca o mais forte que pude, encostei o cabo da faca, com a lâmina virada para minha pele e puxei, cortando cada veia do meu braço.
O esguicho de sangue, ao ritmo da batida do meu coração, ou talvez daquela linda música que se tornara minha marcha fúnebre, sentia o suor escorrendo minha testa, era estranho, mas não sentia dor, apenas medo, um medo que parecia que ia me consumir.
Com muita dificuldade, segurei a faca com a mão esquerda, quanto mais firme segurava a faca, mais sangue saia, mais uma vez, coloquei o cabo da faca com a lâmina virada para meu pulso e puxei, cortando minhas veias.
A faca caiu da minha mão, fui ficando mais e mais ofegante, agonizando vendo meu sangue fugindo do meu corpo, sentia frio, sentia medo, mas não sentia dor, as almofadas brancas se tornavam vermelhas, quanto sangue eu já havia perdido? Litros? Mas quantos? Não sentia mais meus lábios, nem meus pés.
Caí de lado com os olhos erguidos, tentando ver o rosto de Gabriel, meu corpo tremia, tremia muito, minha cabeça estava encostada no chão, meus olhos lacrimejavam e eu babava muito, a música parou, pelo menos aquela, um som de violino bem baixo, eu podia ouvir.
Fui perdendo a consciência pouco a pouco, meu ultimo suspiro, achei que enfim poderia morrer, eu percebi que precisava morrer, não, eu queria morrer e acabar com aquela agonia, mas ai, tudo parou e comecei a sentir uma dor insuportável, é terrível sentir dor e não poder gritar, é desesperador.
Aquilo consumia minha esperança, minha alegria, minha vontade de viver, até que eu finalmente morri!
18° Fragmento.
- Spoiler:
- Tive medo de abrir os olhos, acho que não queria acordar e ver o fogo do inferno, ou anjinhos voando, é acho que não veria anjo nenhum, não com o meu histórico.
Ei, você está bem?
Ouvi essa voz falando comigo, mas não tinha idéia de quem era, eu não conhecia aquela voz, então abri os olhos.
Realmente, não faço idéia de quem é você!
Que bom cara, por que eu também nunca te vi na vida, eu sou Henrique, vou ti levar para um hospital, você precisa de glicose cara!
Eu não... Antes de terminar a frase, percebi que estava completamente bêbado, bêbado a ponto de não me agüentar em pé. Você foi mandado pelo Gabriel?
Não fui mandado por ninguém, eu te vi caído e decidi ajudar, mas aceitar ajuda é por sua conta cara, olha eu vi você e acho que a gente tem interesses em comum, vamos lá, eu te ajudo e depois você me ajuda!
Olha, não faço idéia do que você está falando, mas na situação que eu estou não tenho muitas alternativas, não é mesmo?
Gostei de você, “vambora”!
Ele me levou até o carro dele e de lá para um hospital, aquele papo de não vai doer nada é pura sacanagem daquelas enfermeiras sacanas, parecia que ela estava enfiando um tubo de seis milímetros no meu couro, sentia como se meu braço fosse cair, depois daquilo, a ânsia e a tontura passaram.
Certo agora vou levar você pra sua casa, e... Eu o interrompi.
Por que está me ajudando tanto assim?
Por que eu não tenho escolha... Só você pode me ajudar... Mas a gente fala sobre isso quando sua cabeça não estiver girando, certo?!
Não posso garantir nada, não sei o que você viu, mas...
Não esquenta com isso agora, vamos, vou levar você para sua casa, você vai lá tomar um banho, comer alguma coisa, pois o que você tinha comido antes ficou tudo no chão daquela viela que eu te achei!
Ele deu risada, eu até que tentei, ele parecia um cara bacana, mas estava claro que ele tinha algo a esconder, eu não conseguia nem imaginar o que era.
Cheguei em casa e ele me deu um celular.
Olha “Brow”, seguinte, amanhã eu te ligo, se cuida, falou?!
Falou!... Obrigado, acho que ninguém faria isso por mim, na verdade eu nem sei como cheguei lá...
Deixa baixo cara, amanhã é um novo dia, vou nessa!
19° Fragmento.
- Spoiler:
- Nem me lembro de como consegui trancar a porta, na verdade, não me lembro de nada após passa da porta para dentro, acho que agora entendo como uma televisão se sente quando é arrancada da tomada de uma vez!
Acordei com muita ressaca, sentia o gosto do líquido biliar na minha garganta, estava com fome, mas parecia que se eu comece algo, não iria ficar muito tempo em meu estomago.
Alguém batia em minha porta, mas que tipo de criatura poderia estar atrás de mim há essas horas? Aliás, que horas são?
Enquanto eu andava cambaleando pela casa, a pessoa que estava do lado de fora da porta, insistia muito, parecia que cada vez batia mais forte, ou era minha cabeça que estava amplificando as batidas na porta.
Abri a porta e lá estava ele, parado e olhando para mim, com aquele olhar, o mesmo olhar de quando me ajudou a levantar do chão.
É... Henrique... Né?
Exato! Disse ele com os dedos indicadores voltados para mim. E ai, tem algo pra comer, to morrendo de fome! Antes que eu pudesse responder ele entrou. E aí, está pronto? A cozinha é pra cá? Deixa, eu acho, vai se arrumar!
Você fala de mais, aonde nós vamos?
Olha pela janela, ta vendo meu bebê lá fora? Estacionado em frente de minha casa, tinha um camaro prateado, fabuloso, invejável. E ai, o que você achou? Espero que tenha gostado, pois assim que você se vestir e eu matar minha fome, nós vamos dar uma voltinha.
Ta... Legal...!?
Ele comia feito um porco, acabou com meu cereal, pacote de biscoitos e pão.
Orra; fazia quanto tempo que você não comia?
Chega de papo furado, você está pronto? Aliás, você parece uma mulher, demora anos para ficar pronto!
Para de reclamar, você acabou com a minha comida!
Não pensa nisso agora não, vou te levar em um lugar que... você nunca vai esquecer!
Entramos no carro e partimos, naquele momento eu nem imaginava para onde íamos.
20° Fragmento.
- Spoiler:
- No rádio do carro tocava uma musica melosa de John Frusciante que era ouvida e balbuciada por Henrique, que movimentava a cabeça como se sentisse a emoção da qual a musica falava, ele parou de canta e olhou para mim como quem tem algo a perguntar.
O que foi? Perguntei antes de ouvir algo clássico com “posso te fazer uma pergunta”, mas acho que não adiantou.
Posso te fazer uma pergunta? Sorri e com um gesto do tipo “não tenho escolha” concordei com o que ele tinha a dizer. O que você quer?
Que pergunta estranha, como assim o que eu quero?
Sabe, esse é o problema dos adultos, eles não sabem o que querem, quando a gente pergunta a uma criança “ei, o que você quer?” se está em casa ela diz “quero ver desenho”, se está no mercado “quero yogurte”, se passando em frente de uma padaria “quero doce”, mas mesmo se perguntamos a uma pessoa adulta o que ela quer em meio a um mundaréu de dinheiro, ela mesmo assim, não vai conseguir dizer o que quer, por que as pessoas se esquecem das coisas simples e exatamente por isso que eu vou parar nesse barzinho de esquina!
Espera ai, você me tirou de casa com um carrão para ir até um barzinho numa esquina...?
É claro que não, que tipo de maluco você acha que eu sou? Eu vim aqui por que estou com vontade de comer suspiro (para quem não sabe (se é que existe alguém que não sabe disso...), suspiro é um doce feito a base de ovos e açúcar), você deve estar com algum problema... Cara estressado... Após ele me deixar completamente confuso e pegar o doce, ele voltou a dirigir. Então... Você ainda não respondeu a pergunta!
Que pergunta?
Olha, eu só não vou repetir a pergunta, por que eu não lembro qual era a pergunta, então vamos mudar de assunto ta?! É... Sei lá cara... Você é gay?
É claro que não!
Isso é bom, Não seria legal eu ficar dando carona para gays, não tenho nada contra, mas as petequinhas iriam ficar meio... Sabe como é, a língua do povo é venenosa.
A começar pela sua, pêra ai... Petequinha?
É uma forma carinhosa de se dizer... Oh Deus, a vida é muito dura comigo...
Imagino...
21° Fragmento.
- Spoiler:
- O que ti aflige? Sempre quando olho na sua cara vejo a dor e um sofrimento sobre-humano, mas você fica... se esquivando, tentando inutilmente fugir dos seus conflitos internos... Se você não trazer suas caveiras para luz, elas nunca vão sair do armário sozinhas, você tem que enfrentar seus medos, vamos lá, põem pra fora, me diz como você é, o que você quer, me faça chorar...
Dei um sorriso sem graça e engoli um pouco de saliva, pensei em Sara, em minha mãe e no meu surto no hospício e comecei a falar. É... É tão ruim quando a gente olha para uma multidão ou para um quarto vazio, procurando alguém que a gente sabe que não está lá, esperando aquele pequeno momento, aquele breve sorriso e aquele leve toque e... Começa a se sentir tão vazio e solitário que parece que... Coloquei a mão na frente dos olhos coçando a cabeça com uma expressão de angustia. Que você perdeu tudo o que realmente era importante, o que realmente tinha valor e a vida começa a ficar preta e branca, como se procura algo para preencher esse vazio? como eu encontro algo assim?
Você só pode estar brincando comigo! Foi pra isso que inventaram o Google, mesmo eu não entendendo ****** nenhuma do que você está falando, eu tenho certeza que você pode encontrar lá!
Dei uma risada, uma risada de alívio talvez, me senti mais leve e confortável. Cara, eu realmente não te entendo, mas você é um cara bacana!
Cara, brigado, significa muito vindo de você, tudo bem que minha mãe diz isso sempre, levando em consideração que ela é terapeuta, acho que devo ser um caso perdido, mas... Bolas pra dentro, vamos ao que interessa... Nessa hora ele mudou o som para um rock mais agressivo, acho que era korn.
Por que a mudança de trilha sonora?
Agora é pista irmão... Hora de queimar pinel a 180km/h, espero sinceramente que você tenha seguro de vida... Caso não tenha... Reze!
22° Fragmento.
- Spoiler:
- Fiquei muito ocupado me segurando firmemente no banco que não pude de fato ver a velocidade que ele corria, mas baseando pela minha bunda amassada, meus dedos doendo de tanto segurar, minha perna bamba, meus olhos esbugalhados para fora e todo meu corpo tremendo, eu tenho que acreditar que tenha pelo menos chegado perto, em várias curvas pude ouvir o pinel derrapar de lado, física simples, um corpo em movimento tende a manter um movimento retilíneo e uniforme, então enquanto ele virava o volante, o carro tentava continuar se projetando para frente e isso por várias vezes foi, estranhamente, excitante, é estranho como quanto mais rápido você corre, mais você se sente vivo, ônibus, caminhões, motos e outros carros passando centímetros do carro que eu estava, naquela velocidade, nada mais era importante, nada além daquela sensação, aquele “medo eufórico”, aquela adrenalina, fazia meus problemas desaparecerem.
A superstição sempre foi uma companheira leal do ser humano, trevo de quatro folhas, passar por de baixo das escadas, eu nunca acreditei em nada disso, mas tinha algo que eu nunca duvidava, um arrepio na espinha pouco acima dos rins acompanhada de um zumbido no ouvido esquerdo, esse arrepio ia subindo por minha espinha até a base do crânio e me fazia revirar os olhos e me contrair, esse, era o sinal de problemas.
Algo ruim está vindo, reduz a velocidade! Disse isso num tom firme e seco, minha expressão séria não deixava brechas para duvidas, talvez por isso ele tenha reduzido imediatamente.
Você está bem? Está com uma cara... Assustadora...
Eu estou! Só que... Antes que pudesse terminar a frase, uma carro, acho que era um gol bolinha, ultrapassou a gente em alta velocidade e em uma curva a menos de 1km, ele perdeu o controle e passou direto, caindo em um barranco. A ******! Para ali, temos que ajudar!
Você que manda cara...
Henrique parou no acostamento e nós descemos do carro. Certo cara, é o seguinte, ande uns 60 passos e coloque um galho de árvore no meio da pista, eu vou fazer o mesmo pra esse lado, depois você chama uma ambulância e eu vou ver como eles estão!
Pera ai, você sabe o que está fazendo?
Não! Mas eu não estou vendo ninguém mais aqui além da gente, então...
Você está certo! Eu vou pra lá!
Dito isso ele correu para um lado e eu para o outro, coloquei o galho no meio da pista como tinha dito que faria e ele fez o mesmo, vi de longe ele com celular na mão, corri e desci o barranco, cheguei ao carro, tinha apenas uma pessoa lá, parecia atordoada, mas não inconsciente.
Ei, você ai no carro, você está bem?
23° Fragmento.
- Spoiler:
- Ai... Cara, não quero insultar sua inteligência, mas eu acabei de sair fora da pista... Não tem como eu estar bem!
É, acho que tem que estar ótimo pra faltar com respeito com a única pessoa disponível para te ajudar num momento como esse...
Ah... Desculpa, está muito difícil para mim ultimamente... Você não tem culpa.
Todo mundo tem problema... E nesse momento o meu é você... Presta atenção, você consegue mexer os dedos dos pés?
... É, eu acho que sim!
Dos dois?
Sim, dos dois.
Ótimo, acho que você não quebrou nenhuma das pernas...
Você é médico?
Não, na verdade eu nunca fiz isso antes... Mas já quebrei a perna antes e sei que se estivesse quebrada seria impossível mover os dedos... Eu acho... Certo... E quanto aos dedos das mãos?
Acho que está tudo certo com eles também.
Você sente dor em alguma parte do seu corpo?
Olha cara, os fios de cabelo é a única parte que não dói...
Tá... Isso pode ser melhor do que parece... Olha cara, eu quero que você abra o capô...
Por quê?
Carros explodem... Quero ver se na batida não tem nada vazando... Ele abriu e eu fui dar uma olhada, infelizmente eu não entendo nada de carros, não sei dizer qual é a mangueira que injeta gasolina no motor e qual injeta água, olhei o carro por baixo e realmente tinha algo vazando. Olha cara, tem alguma coisa vazando então eu vou ter que te tirar daqui.
Você manda cara.
Retirei o sinto e pus o braço dele em volta do meu pescoço. Tente não se esforçar muito, você pode ter tido algum tipo de ferimento interno. Fomos quase que rastejando até o acostamento e deitei-o no chão, foi nessa hora que o Henrique chegou perto da gente.
Ai cara, eu tentei pra caramba, mas aqui não pega torre de celular nem com bomba, vamos fazer o seguinte, você fica ai com o presunto e eu vou buscar ajuda!
Eu posso ouvir o que você está dizendo sabia?! Disse o cara que eu tinha acabado de retirar do carro.
Certo, vai lá!
24° Fragmento.
- Spoiler:
- Depois que eu disse aquilo, Henrique entrou no carro e partiu bem rápido.
Qual é o seu nome? Perguntei a ele, numa tentativa de mantê-lo consciente.
Alberto, e o seu?
Artur, você mora aqui perto?
Não sei se você percebeu, mas estamos no meio da pista, não tem nada além de mato aqui perto!
Você é muito chato cara, na boa, se você estivesse bom eu ti daria um soco! Falei num tom sarcástico e nós rimos.
Foi mau ai cara, geralmente eu sou muito estúpido, mas isso piora quando sinto dor, acho que é mau de família, meu pai é italiano.
Bacana, você faz o que da vida?
Sou vendedor...
Com esse carisma e educação, não existe profissão melhor pra você!
Ta, vamos fazer um acordo, eu deixo essa passar e ficamos quites?!
Por mim tudo bem.
Ficamos conversando durante mais ou menos meia hora até que Henrique e a ambulância chegaram, ele foi imobilizado e levado, logo após nós também saímos.
Agora espero que não tenha mais nenhuma interrupção no nosso programa! Foi o que o Henrique disse acelerando o carro, saindo a toda.
Certo, só Deus sabe o que nos aguarda mesmo, né?!
Deixa Deus fora dessa, o negocio é só entre nós, meros mortais!
Ele dirigiu até uma boate na entrada da cidade vizinha.
25° Fragmento.
- Spoiler:
- Entramos na boate e procuramos uns acentos, havia um grupo de garotas na mesa ao lado, eram três ao total, lindas, uma loira, talvez 1’72m, um corpo incrível e duas morenas, uma tinha o cabelo liso, olhos levemente puxados, como se fosse mestiça, seios pequenos, uma cintura fina, mas um belo bumbum e a outra morena, ela não era feia, porém ao lado daquelas duas beldades, ela perdia um pouco do brilho, seu cabelo era cacheado, tinha umas sardinhas nas bochechas e um sorriso bonito, seu corpo era normal, nem muito grande nem muito pequeno, mas não tinha jeito, por mais que eu visse mulheres naquela boate, não havia ninguém que me chamasse mais atenção do que aquela loira.
Eu sei o que você está pensando! Foi o que o Henrique me disse, me olhando com uma cara de bobo.
E o que é?
A loira, ela é linda não é mesmo?
Ótimo palpite...
Vou facilitar a sua vida!
E como você pretende fazer isso?
Simples... Abriu os braços em uma expressão irreverente, como se o que ele fosse dizer seria uma coisa óbvia de mais. Vou ficar com as outras duas. Não pude conter um riso que saiu um pouco alto de mais.
Como você é pretensioso!
Pretensão não é crime meu amigo, olhe e aprenda! Ele simplesmente se levantou e foi em direção a mesa das garotas, se virou para elas e disse. Posso me sentar junto com vocês?
Todas deram um sorriso e ficaram se olhando, como se esperasse que alguma dissesse alguma coisa ou demonstrasse que conhecia ele. Po... Pode! A loira respondeu com um pouco de receio.
Ele voltou a nossa mesa, pegou uma cadeira e se sentou no meio das duas morenas, nossas mesas eram próximas, então eu pode ouvir toda a conversa.
Sabe, eu estava La em casa, meio triste e quis vir pra cá tentar... Sabe... Viver um pouco, a gente fica tanto tempo presa nas nossas obrigações que... Não temos tempo para gente, você entende. Disse isso encarando descaradamente a morena com sardas, ela parecia um pouco desconfortável com a investida clara dele, como se não esperasse algo assim.
26° Fragmento.
- Spoiler:
- A loira percebeu o flerte e a meu ver, parecia um pouco incomodada pelo fato de sua amiga estar recebendo toda a atenção. E por que você ficou triste? Talvez ela tenha perguntado isso numa tentativa de chamar a atenção para si, mas Henrique apenas deu uma olhada de leve para ela e tornou a olhar para a morena sardentinha.
Bom sabe, minha vida está passando por um momento complicado, meu gato morreu! Disse isso sem tirar os olhos daquela garota e fez uma cara de triste.
A outra morena, que parecia mais espontânea, pôs a mão no ombro de Henrique e disse. Mas que pena...
Não, é mentira... Foi meu cachorro... Pera ai, isso também é mentira, na verdade, eu odeio animais, Principalmente os que andam em duas pernas e fala inglês, apenas queria uma desculpa pra puxar assunto, mas tem uma coisa... Uma coisa que é verdade! Ele olhava fixamente, dizendo todas aquelas sandices e sorria, era impressionante, eu não conseguia entender por que aquilo estava acontecendo.
E o que seria? Enfim a morena sardentinha respondeu com um ar sinuoso, Henrique deu um sorriso de quem pensa “consegui”.
É que se você sair comigo agora, eu garanto que você vai ter uma noite inesquecível!
As três garotas ficaram paradas olhando para ele, EU fiquei parado olhando para ele, pasmo, ele nem tinha perguntado o nome das garotas e já estava querendo levá-las para a cama.
Se... Seu amigo não conversa? A loira perguntou, senti um leve tom de insegurança, na forma como ela falou, Henrique rio mais uma vez e balançou a cabeça.
É que ele é um pouco tímido, mas eu aposto que se você for lá sentar com ele vai ter um bom papo! Naquele momento eu entendi a estratégia do Henrique, dividir e conquistar, provavelmente, no meio tempo que eu e a loira conversássemos, ele arrumaria um jeito de ficar com as duas, apesar de eu achar muito difícil de acontecer, mas não impossível. A loira se levantou e chamou a mestiça para ir junto, mas Henrique segurou na mão dela impedindo que ela saísse. Vocês duas não deveriam me abandonar, sabe, eu quero conhecer vocês melhor, o que vocês gostam de fazer... Ele começou uma ladainha, prendendo as duas num assunto, então a loira desistiu de chamar uma de suas amigas e veio em minha direção.
Oi!
27° Fragmento.
- Spoiler:
- Fiquei muito nervoso ao ver aquela garota linda em minha frente, acho que sinto tanto medo de dizer coisas erradas e acabar parecendo um idiota que acabo agindo feito um idiota e isso é constrangedor, acho que fiquei uns 2 minutos pensando em que dizer para no fim dizer “oi”.
Qual seu nome?
Artur e o seu?
Roberta, você não é daqui, é?
Na verdade não, nós viemos conhecer sua cidade hoje.
E o que está achando?
Tem mulheres bem bonitas!
Ela deu um sorriso, estranhamente depois do “oi”, eu me senti mais a vontade, como se a apreensão da expectativa não existisse, conversamos por horas eu acho, foi um papo bastante descontraído e casual, até que o Henrique se levantou e veio em minha direção.
Cara, eu vou dar uma saída com as meninas, é... Não me espere!
Fiquei pasmo com a atitude dele. Como assim não me espere, eu estou com você, você vai me levar embora!
Foi mau cara, conversa com a loirinha, quem sabe você não arranja um lugar para dormir!
Ele falou isso em auto e bom som, fiquei meio sem graça de olhar para a Roberta depois disso, mesmo com minhas tentativas de fazê-lo mudar de idéia, ele saiu com as duas morenas, sabe-se lá Deus pra onde.
Acho que você perdeu a carona...
É... Sabe onde tem um hotel pra eu ficar?
Sei sim, mas você quer ir agora?
Acho que da tempo para um ultimo drinque.
Ótimo...
Após aquele drinque, ela me deu carona até um hotel, descemos do carro e ela me acompanhou até a entrada, paramos ali e ficamos trocando olhares por um bom tempo.
Então, acho que é isso... Disse isso enquanto revezava olhando para sua boca e seus olhos.
Acho que sim... Ela se aproximou um pouco, eu me inclinei e a beijei, um beijo gostoso que cheguei a senti um frio na barriga, seus lábios tocando os meus, minha língua entrando em sua boca enquanto a língua dela passava suavemente na minha, era um beijo tão excitante que tive uma ereção instantânea.
28° Fragmento.
- Spoiler:
- Você poderia subir se quisesse... Não acreditei que disse isso, mas disse, sem medo ou inibição, senti como se pudesse fazer qualquer coisa depois daquilo.
Acho que é uma boa idéia.
Para variar, eu estava nervoso, aquela linda mulher estava ali, junto comigo, subindo para um quarto.
Entramos no quarto, fechei a porta e me virei, ela me puxou e me deu um beijo, eu a segurei e peguei-a no colo, caminhei até a cama e caímos nela, os beijos e toques ficaram mais quentes, ela arranhava minhas costas e eu colocava minha mão por de traz da sua cabeça, dentre seus cabelos, puxando levemente, ela mordia meu lábio inferior, com a outra mão, eu desabotoava a camisa dela, enfiei a mão por baixo do sutiã e comecei a massagear aquele peito bonito e firme, podia sentir sua respiração nas pontas dos meus dedos, seus olhos me fitando com um ar de mistério, sua boca me pedindo mais, suas mãos puxando minha camisa para cima e suas pernas entrelaçadas nas minhas, ambos estávamos sem camisa, ela começou a desabotoar minhas calças e a abrir meu zíper, eu fiz o mesmo e retirei suas calças, pouco tempo depois, ambos estávamos apenas de meias.
Você tem camisinha? Ela me perguntou com um olhar de desapontamento.
Sim, eu só preciso achar minhas calças... Encontrei o que procurava, mas não coloquei imediatamente, a coloquei deitada na cama, retirei suas meias e comecei a beija seus pés, subindo gradativamente, pouco a pouco, causando uns arrepios nela, talvez por causa da minha barba mal feita ou pelos leves toques que eu dava em seu corpo com a boca, quando passei dos joelhos pude ver ela amassando os lençóis com força, mordendo seu lábio inferior e soltando leves gemidos, suspiros e tremeliques.
Foi uma noite incrível, nunca imaginei um sexo tão gostoso, nem mesmo com a Sara, não pude evitar o sentimento de culpa após me lembrar dela, olhava carinhosamente para Roberta, mas pensava e sentia saudades da Sara, esse momento nostálgico foi quebrado por um forte barulho...
29° Fragmento.
- Spoiler:
- Eu me levantei imediatamente, porém olhando para Roberta, ela parecia não estar ouvindo nada, tinha adormecido, estava num sono pesado, parecia que nada faria ela acordar.
Sai do quarto e antes que pudesse perceber, estava dentro de uma sala toda branca, lá dentro, Gabriel estava sentado em uma poltrona com um livro em suas mãos.
Olá, como ocorreram as coisas até aqui?
Gabriel, o que você está fazendo aqui? Aliás, que lugar é esse?
Está tudo bem, agora é hora de acordar.
Nesse momento ouvi alguém chutando a porta, a porta se abriu e lá estava Henrique, com uma arma em punho.
O que você está fazendo? Pra quê essa arma? Essa foi minha tentativa de buscar respostas, mas eu nunca poderia imaginar que tipo de respostas eu encontraria...
Lúcifer? Como chegou até aqui? Foi o que Gabriel disse com uma expressão assustada.
Lúcifer? Não aquele é o Henrique, ele não pode ser... Pasmo, eu realmente estava pasmo, não era esse tipo de informação que eu queria receber.
Patético, Artur lembra quando eu disse que precisava de sua ajuda, apenas você poderia me ajudar e bla bla bla... Eu precisava de você para me trazer aqui e rever meu querido irmão!
O que você quer comigo? Disse Gabriel soltando o livro que parecia cair lentamente, parecia que eu estava em um filme.
Henrique, ou melhor, Lúcifer apontou a arma em direção a Gabriel. É hora de dizer suas ultimas palavras, irmãozinho! Após dizer isso, ele atirou apenas uma vez em Gabriel, um único e certeiro tiro no rosto, no centro dos olhos, senti um frio que parecia que congelava meus ossos, ouvi uma risada maléfica vindo daquele que eu pensei que fosse meu amigo, antes de eu ver o corpo de Gabriel tocar o chão, Lúcifer se virou para mim e disse: A próxima vez que nos encontrarmos, será decisiva! E desapareceu.
A sala parecia girar rapidamente, eu me desequilibrei e cai no chão com os olhos fechados, quando os abri, eu estava sentado, encostado na porta da minha casa, foi ai que eu me lembrei de quando começou o meu primeiro delírio e percebi que havia voltado à realidade.
30° Fragmento.
- Spoiler:
- Me levantei ainda meio tonto, cambaleando, o cheiro da sala lembrava ovo podre, caminhei até o banheiro e tomei um bom e longo banho, me troquei e sai, deixei o carro na garagem, queria andar um pouco sem rumo, como um nômade, andei por horas, sem a menor idéia de onde iria parar, eu mesmo me surpreendi quando vi onde fui parar.
Eu estava parado, de pé olhando para aquele beco, o mesmo beco onde vi aquela pequena garota apanhar tão brutalmente, onde ela estaria agora? Como será que ela esta? Eu ficava ali me questionando, sem perceber que uma figura se aproximava de mim, um toque firme em meu ombro seguida por uma voz familiar.
O senhor não deveria estar aqui, esta é uma cena de crime!
Fui responder a ele, me virando. Desculpe, eu não sabi... Quando terminei de virar não consegui terminar a frase, ele estava bem na minha frente, fiquei atordoado, como poderia ser verdade?
O senhor está bem? Meu nome é Detetive Henrique, o senhor sabe alguma coisa sobre o que aconteceu aqui?
Henrique; era ele mesmo, o mesmo Henrique que se identificou como Lúcifer em meu delírio, tentei disfarçar minha ansiedade, ameacei dar um passo para traz, mas ele ficava me encarando, um olhar cério e frio, mas ele não me reconhecia. Não, eu não sei nem o que aconteceu aqui...
Então por que o senhor está nervoso?
Tentei pensar rápido em uma saída. É que o senhor me lembra um amigo que... morreu recentemente... Os calafrios tomavam meu corpo, sentia o suor escorrer por minha testa gelada, uma coceira na base da nuca e a boca seca, cada vez que eu engolia saliva parecia que estava engolindo areia.
Por que o senhor está aqui? O que veio fazer? O senhor é viciado em drogas?
Nã... Não, eu só estava... Eu... Estava andando sem rumo...
Ele soltou um riso de canto de boca, e ergueu uma das sobrancelhas. Que palhaço... Vai, some daqui, eu já tenho um dia difícil por causa do maluco que anda mutilando esses vagabundos!
Eu fui andando tentando não olhar para traz, com medo de que ele pudesse vir atrás de mim, ou descobrir alguma coisa, quando passei pelo carro da polícia que estava parado ali perto, vi que no banco de traz, a menina que eu tinha levado para o hospital estava sentada, ela ficou me fitando, intensamente, ela pôs a mão no vidro e acenou para mim, me dando um tchau bem discreto.
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
31° Fragmento.
- Spoiler:
- Entrei numa padaria, pedi um café bem forte e alguns biscoitos de polvilho, fui até o banheiro e lavei o rosto, fiquei me encarando no espelho.
Como eu me sentia mal, a frase que ele me disse nos últimos momentos de meu devaneio não me deixava em paz, “A próxima vez que nos encontrarmos, será decisiva!” seria esse o começo do fim? E Gabriel, onde ele foi parar? Será que morreu mesmo? Não, eu não podia acreditar que um arcanjo morreria tão fácil, o que eu deveria fazer? Deveria continuar com as punições? Espera, foi pra isso que o Gabriel me levou para aqueles delírios, para eu me preparar para cumprir minha missão, eu não deveria estar tão confuso, eu tenho que conseguir, eu tenho que seguir em frente.
Sai do banheiro me sentindo mais confiante, tomei meu café, agora minha mão não tremia tanto, comi os biscoitos e paguei a conta, sai dali tranquilamente, passei em uma banca de jornal e comprei um exemplar do dia, fui até uma lan-house e procurei por vídeos relacionados aos assassinatos que eu tinha cometido, encontrei um blog onde várias pessoas comentavam sobre o justiceiro que limpava as ruas, matando bandidos de pequeno porte, em outro tópico mostrava a história do homem que violentava a filha e a forçava a pedir esmola e até a se prostituir para conseguir dinheiro, uma garotinha de apenas 12 anos, a mesma garotinha que eu dei uma baguete, a mesma que agora estava nas mãos dos policiais.
Pobre garota, infelizmente eu terei que sacrificá-la, pois ela poderia me reconhecer. Preso assim em pensamentos; comecei a arquitetar meu plano para a jovem prostituta, mas ela não fez nada de errado ainda, tudo o que ela fez foi culpa daquele... Só de pensar eu já podia sentir meu sangue fervendo.
Tenho que encontrá-la, seu semblante não era de uma garota que foi maltratada pela vida, mas sim de uma criança normal, ela apenas teve maus momentos, talvez no caso dela eu deva salvar de outra forma, de qualquer forma, devo tirar ela do poder da polícia, terei que seqüestrá-la e descobrir o que fazer com ela.
Sai da lan house decidido de qual seria minha missão dessa noite, porém havia mais coisas que precisava descobrir.
Abri minha carteira, lá, dos 300 reais que tinha, agora sobravam uns 287 reais, fui até uma dessas lojinhas que vende de tudo a R$1,99, lá comprei um binóculo e uma toca preta, de onde eu estava, pude ver o carro da polícia levando a menina, o problema era saber para onde.
32° Fragmento.
- Spoiler:
- Como eu poderia segui-los, eu estava sem carro, chamar um taxi seria arriscado de mais, talvez roubar um carro, mas eu nunca roubei um carro, bom, apenas uma vez, mas o dono já estava morto quando eu peguei o carro, então não teve alarde, mas aqui, em plena luz do dia, poderia chamar atenção.
Tentei seguir com os olhos até onde pude, mas foi em vão, tentei pensar, o que teria seguindo nessa direção? Orfanatos? Delegacias? Talvez a casa de um dos policiais... Não poderia ter certeza, talvez aquela só fosse uma rota alternativa, não tinha escolha, só poderia esperar e ver o que iria acontecer.
Voltei para casa, quando cheguei meu telefone estava tocando.
Alô?
Artur, sou eu, Sara... Você... Está bem?
Tentei ser o mais natural possível. Sim, claro, estou bem, e você?
Artur, o que a gente está fazendo? O que a gente esta fazendo com a nossa vida...?
Olha... Eu não sei o que você quer ouvir... Mas agora eu consigo ver as coisas mais claras na minha frente, não tava dando certo e você viu isso antes de mim, eu sofri muito, mas agora eu acho que estou pronto pra seguir em diante, espero que você encontre um cara que te mereça e te faça feliz, boa sorte! Antes que ela pudesse responder eu desliguei o telefone, mas eu quase pude sentir suas lágrimas escorrendo pelo rosto, estranhamente, eu me sentia mais livre, mais disposto, disposto a encontrar o próximo a ser julgado, o próximo a ser punido!
Li o jornal e assisti as notícias na TV, à procura da vítima perfeita, mas talvez fosse mais fácil encontrá-la andando pela rua, em meio à multidão.
Era hora de fechar o comércio quando sai, o movimento era muito intenso e lá se vê muito descaso da raça humana, são apenas animais passando por cima uns dos outros.
33° Fragmento.
- Spoiler:
- Eu me via em meio aquela cena lastimável, poucas horas depois a cena de selvageria se transformava em uma cena mais deplorável ainda, pessoas vendendo seus corpos para outras pessoas que estavam em busca de completar o vazio que sentiam em suas almas, aquele buraco negro que consome nossos sonhos e nos transformam em nada, em criaturas capazes de fazer qualquer coisa por um pouco de prazer temporário, seja este prazer uma prostituta, um travesti, álcool, maconha ou... Matar pessoas sem propósito algum, se que se alguém ouvisse essas palavras vindas de mim sabendo o que eu já fiz, acharia um pouco hipócritas de minha parte, mas meus motivos são nobres, eu quero a paz para todas as pessoas, as pessoas que não se enquadram na sociedade devem sumir, as pessoas que não respeitam as leis de Deus devem sumir também, o mundo está um caos e só eu posso livrá-lo desse mal.
Observei aquele antro sem perceber que uma figura vinha em minha direção, um homem negro, um pouco mais alto que eu, com um bom porte físico, cabelos curtos, ele era um cara bem arrumado, me tocou no ombro, só ai pude perceber sua presença.
Ei cara, até quando vai ficar ai parado que nem um idiota? Foi o que ele disse como se fossemos amigos há muito tempo.
Eu conheço você?
Não, mas temos amigos em comum, você pode ficar ai parado ou... Com gestos, abrindo os braços e movendo os dedos, entendi que ele queria me levar a algum lugar.
E quais amigos temos em comum?
Não me leve a mal cara, mas você não tem cara de ter muitos amigos!
Gabriel! Não pude pensar em ninguém além dele. Ele está vivo?
34° Fragmento.
- Spoiler:
- Ele olhava para todo mundo de forma natural, o tipo de pessoa que não deve nada a ninguém, o tipo de pessoa que não tem medo, pois tem lábia para sair de qualquer situação.
A propósito, me chamo Paulo.
Você também é um anjo? Perguntei com uma certa desconfiança, ele sorrio e me respondeu com outra pergunta, sem hesitação.
E por que não seria?
Sabe... Nunca ouvi falar de um anjo com o nome de Paulo...
E quantas vezes você já foi para o céu?
Você me pegou nessa.
...? Por acaso você não é gay, é?! Sabe... Esse papo de pegar você... Eu sou negão cara... Da uma olhada no meu meninão aqui, ele é muito grande pra gastar com você!
O-o-o-o-o-que? Pera ai... Do que é que você está falando? E-e-e-e-u não sou não!
Tudo bem; vamos manter nosso relacionamento no profissional, mas que você olhou quando eu falei do meu meninão você olhou!
Escuta aqui...
Esquece isso e vem comigo.
Sem que eu tivesse tempo para responder, ele saio andando como se tivesse pouco tempo a perder, sem muita escolha, eu o segui até uma igreja, ficamos parados do lado de fora, ele ficava olhando como se procurasse alguma coisa.
Você por acaso tem alguma mensagem do Gabriel?
Olha pra mim... Por acaso eu tenho cara de carteiro? Ou você acha que eu sou a versão Black do MSN? Não, espera ai, já sei, vou mudar meu nome pra “Blackberry” (literalmente significa “amora preta”, mas é um trocadilho entre a afro descendência do personagem com o smartfone); suck me up, baby! (Significa “me chupa”, uma piada um tanto promiscua, usando um trocadilho sobre a fruta e sexo oral) Wow, isso pode virar um funk de sucesso! ... Na boa mano, to aqui só pra observar, você é quem tem que mostrar serviço! Mas então... O que você estava fazendo lá no meio daquele bando de loucos?
Eu estava procurando a pessoa certa pra eu... Você sabe... punir!
Cara, assim que eu ti vi eu percebi na hora que você era um imbecil, mas na boa, você é pior do que eu imaginava, acha que “a pessoa certa” iria estar marcando ali, esperando você chegar, na frente de todo mundo? Qual é cara... Essas coisas não acontecem dessa forma, como foi a ultima vez?
Eu estava passando e vi a garota perto da padaria e...
Bingo irmão! Você nunca tinha imaginado que ela estaria ali, é assim que a mágica acontece, quando você menos esperar, o poder superior vai te mostrar o caminho!
35° Fragmento.
- Spoiler:
- Eu estava por minha conta, Paulo anotou meu endereço na mão antes de sair por ai.
A gente vê de tudo, coisas que a gente nem imaginava, mesmo assim a gente pensa que ainda tem muita coisa pra ver.
Entrei na igreja e fui até os pés da imagem de Cristo, fiquei encarando ele esperando que me desse algum tipo de sinal, eu olhava aqueles furos em suas mãos e pés, aquela coroa de espinhos em sua cabeça, e pensava, como a raça humana é podre, como podem admirar uma imagem em seu momento mais fragilizado, o que era aquela imagem? Para que ela servia? Para lembrar aos “fieis” algum tipo de masoquismo? Foi me questionando assim que sem perceber estava caminhando por de traz de um pilar, eu a vi sair de dentro de uma sala ajeitando seu vestido e passando o polegar perto do lábio inferior como se quisesse limpar seu batom borrado, logo atrás, um padre sai de dentro da mesma sala, meio que tropeçando em sua batina ou talvez sua cueca ainda não teria sido levantada corretamente, ela se virou e deu um beijo rápido nele resmungando algo como “é uma pena que meu marido volta hoje de viagem!”, esse é o tipo de coisa que deixa qualquer um constrangido, esse homem deveria ser o exemplo, ser um farol para os que estão perdidos, mas ele estava se sujando, pior, ele estava se deixando levar e carregando consigo uma mulher, a mulher de outro homem.
Aguardei a mulher sair e o padre não estar olhando nem na direção em que eu estava e nem em direção a porta, fui até o corredor central e comecei a caminhar em direção daquele homem.
Padre; o senhor tem um momento para uma confissão?
Claro meu filho, por favor, me acompanhe!
Caminhamos até o confessionário e entramos, eu queria ter certeza de uma coisa então comecei a minha confissão.
Padre me perdoe, pois eu pequei...
36° Fragmento.
- Spoiler:
- Por favor, prossiga meu filho.
Eu desejei uma mulher casada...
Isso é muito grave meu filho. O cretino não se conteve nem por um momento antes de continuar o sermão. Foi apenas isso meu filho?Pensei em provocá-lo mais um pouco, ver até onde ele iria com essa atitude.
Não padre, eu a seduzi e tive relações carnais com ela.
Meu filho, relações carnais fora do sagrado matrimonia por si só já é de grande ofensa a Deus!
Padre me diga como posso viver com essa culpa?
Deve parar de ver essa mulher, você deve se arrepender de seus pecados e Deus irá perdoá-lo.
O meu problema não é com Deus padre, o meu problema é comigo mesmo, o que o senhor faria em uma situação similar?
Nessa hora tive vontade de dizer “cheque” (referência ao jogo de xadrez), mas me contive o máximo possível.
Meu filho; não consigo imaginar tal sentimento de culpa, mas espero que siga meus conselhos, abandone essa mulher e pare de viver em pecado!
É o que o senhor faria em meu lugar, padre?
Sim meu filho, faria com certeza!
Mudei meu tom de voz, fiquei furioso com o cinismo daquele homem, não pude conter minhas palavras. Sabe padre, eu acho que aqueles que desrespeitam os mandamentos de Deus são podres por dentro e merecem morrer, de forma a dar exemplo aos outros que pecam da mesma forma! Senti que o padre começou a gaguejar, podia até sentir o cheiro da gota de suor que escorreu de sua testa, da mesma forma que tenho certeza de que ele pode ouvir meus dedos estralando ao fechar a mão com muita força.
A- a- a... Meu f- f- f- filho... É... Você não deveria... Pensar esse tipo de coisa...
Mas eu não consigo não pensar padre, não me sai da cabeça que é da vontade de Deus que esse tipo de pensamento vem a minha cabeça!
M- m- m-... Meu filho; você deveria rezar dez Pai Nosso e sete Ave Maria...
É só isso...? É só fazer isso e Deus vai me perdoar? Acha mesmo que Deus é tão superficial assim?
Não... V- v- você deve se arrepender de coração também...!
O senhor se arrepende? Um terrível silêncio tomou o ambiente, eu ouvia as pernas dele tremerem, ele buscava nas profundezas de sua mente uma resposta rápida, mas ele estava travado, como um animal encurralado, ele não sabia para onde correr, porém, um animal encurralado é imprevisível, então tinha que arranjar um jeito de deixá-lo impotente.
A que você se refere meu filho? O silêncio permanecia, seu nervosismo era tão grande que nem se quer percebeu que eu havia aberto a porta e saído do confessionário. Me- me- meu... Filho?!
Ele olhou pela gradinha e não viu ninguém do outro lado, abriu a porta e ficou olhando para os lados me procurando, mas uma igreja à noite pode facilmente se tornar uma casa de horrores. Parecia que tudo estava ao meu favor, em poucos minutos, uma chuva começou e se tornou forte, não era uma tempestade, mas uma chuva bem pesada, o salão que já tinha a iluminação bem precária ficou ainda mais escuro, eu sentia que poderia dançar na frente dele e mesmo assim ele não me veria, me mantive escondido até ele me dar uma brecha, ele nem soube de onde veio o golpe, eu o atingi com o cabo de um candelabro, ele caio sem nenhum tipo de reação, completamente desacordado, esse foi o começo da punição.
37° Fragmento.
- Spoiler:
- Joguei um pouco de água benta em seu rosto, ele acordou meio atordoado, tentando reconhecer o local em que estava, quando tentou se mover, descobriu que estava amarrado junto à imagem de Jesus Cristo, no altar da igreja, ele não gritou e nem chorou, quando ele me olhou ele sorriu e manteve aquele sorriso o tempo todo, um sorriso de alivio talvez.
Bom dia, flor do dia! Ele manteve o sorriso, mas não respondeu nada. Bom, eu te coloquei ai por que você precisa ser parado, você é um padre, não deveria ter “relações carnais” fora do “sagrado matrimônio” ainda mais com uma mulher casada, é por isso que eu vou te matar, como eu disse antes, pessoas como você, merecem morrer, bem... É por isso que eu estou aqui! Não te amordacei ainda, pois quero te dar o benefício da dúvida, já que é um padre... Você tem suas ultimas palavras senhor padre?
Sim eu tenho... Meu nome é Emanuel, tenho 37 anos, fui criado praticamente dentro da igreja. Minha avó sempre me incentivou a ser padre, mas eu queria ser como meu irmão mais velho, Heitor, enquanto minha avó me prendia ao lado dela no banco da igreja, meu irmão ficava nos fundos beijando e aliciando garotas. Uma vez eu disse que ia ao banheiro e o vi com uma garota, hoje em dia eu não lembro o nome dela, mas naquela época, ela era a garota dos meus sonhos, fiquei tão revoltado em ver aquela cena, nunca pude perdoá-lo, isso ficou tão gravado em minha mente que sem perceber, um dia dei em cima da mulher com quem ele se casou, quando me dei por mim estávamos sem roupas dentro da sacristia, o medo de ser pego era tão excitante, que acabei viciado nessa sensação, antes que pudesse perceber o quão errado era isso, eu já estava tendo relações com quatro mulheres casadas. Acho que minha vantagem sobre os maridos é que eles pensam que talvez eu seja gay, fui criado por minha avó e estava sempre rodeado por minhas primas, então acabei adquirindo um jeito meio afeminado, fui sempre maltratado no colégio por isso, então, acabei tendo que andar mais com garotas do que com garotos, no começo elas me dizem tudo, como se eu fosse só mais uma “amiga” delas, ai eu uso isso para seduzi-las e como são casadas e não querem que seus casamentos acabe, elas guardam o segredo, em contrapartida, como eu faço tudo o que elas gostariam que seus maridos fizessem, mas que eles nem imaginam, elas sempre voltam, eu me tornei amante, amigo e confidente delas, nenhum casamento poderia dar tão certo, mas agora que eu vou morrer, eu gostaria de sentir arrependimento, gostaria de dizer sinceramente que não queria corromper aquelas mulheres, mas eu não consigo, eu gostei de cada momento, cada uma delas, cada vez que transamos, pondo elas deitadas de bruços em cima da mesa, era como um troféu pra mim, não consigo sentir absolutamente nada além de prazer carnal por elas, mas acho que o cúmulo da minha mente depravada é saber que vou ser pai e tio ao mesmo tempo, sabe a mulher que você acabou de ver saindo da igreja? Ela é a mulher do meu irmão e está grávida de mim.
38° Fragmento.
(se vocês sentirem o mesmo que eu senti escrevendo esse fragmento... olha... eu quase chorei)- Spoiler:
- Extasiado, catatônico, completamente pasmo com a situação, parado e sem controle algum de minhas reações, admirei aquela figura revelando todos seus pecados, tentando buscar, de alguma forma, ajuda, mas sua natureza, assim como a minha, não permitiria sentir algo como a redenção de seus atos, a ele só restava uma morte e aos que ficarem, resta tê-lo como símbolo.
Espero que encontre a paz... Agora vou te amordaçar!
Como dito eu me pendurei na estatua e coloquei a mordaça na boca dele, ele nem resistiu nem tentou nada, estava de alguma forma... Conformado.
Peguei um pedaço de madeira e coloquei a ponta no meio da palma de sua mão esquerda, peguei um martelo e movi o braço para traz preparando para crucificá-lo, seus olhos fitavam a porta, pensei por um momento que ele estava esperando que alguém viesse salvá-lo, mas depois de ver o brilho em seus olhos percebi que ele tinha aceitado que eu era o seu salvador, respirei fundo, ele também, olhei para ele e ele me olhou, balançou a cabeça, olhou de novo para frente e fechou os olhos, mirei bem para não ter que dar mais de um golpe... Pude ver nitidamente sua expressão de dor, seus olhos saltaram para fora e ele soltou um urro abafado que tentou conter em sua garganta.
Seu braço tremia e o suor escorria por todo seu rosto, seus olhos se avermelharam como se fosse chorar, mas sua expressão era de alívio.
Peguei outro pedaço de madeira, me posicionei mirando agora, em sua mão direita, olhei pra ele e vi uma lágrima escapar de seu olho, mais uma vez eu inclinei meu braço para traz e dei um golpe certeiro, ele se contorceu bastante, só que dessa vez ele não soltou grito algum, após se mexer muito ele olhou para cima, talvez buscando o perdão de Deus, coloquei seus pés, um em cima do outro, peguei um pedaço de madeira um pouco maior que os dois anteriores, e cravei de forma que atravessou os dois pés, não posso dizer quanta dor ele sentiu, mas ele chegava a bater com a cabeça na imagem de Cristo, cerrando os dentes tão forte que sua gengiva começou a sangrar, talvez tivesse mordido a língua, não sei, apenas via o sangue escorrendo nos cantos de sua boca.
Eu não tinha nada ali pra usar como a coroa de espinhos, então peguei um prego grande e o coloquei com a ponta mirada no centro de sua testa, minha boca tremia e meus olhos lacrimejavam, eu segurava o prego com muita força, os olhos dele também lacrimejavam, mas ele estava com um olhar de despedida, ele encostou a cabeça na parede e fez um leve aceno pra mim, eu estava chorando feito uma criança, sentia como se aquele homem fosse a única pessoa no mundo capaz de me entender, eu negava com a cabeça mas o corpo estava todo aprontado para dar o golpe final, ele fechou os olhos mais uma vez e ficou ali, com uma expressão de tanta paz, que eu senti que se eu não fizesse aquilo eu estaria ofendendo ele, ou passando por cima do seu ultimo desejo, em poucas horas que eu tive contato com ele, ele se tornou o homem que eu mais respeitei na minha vida.
Adeus; padre Emanuel!
39° Fragmento.
- Spoiler:
- Minhas mãos ainda tremiam muito quando cheguei a minha casa, guardei o carro e fui abrir a porta, meus olhos avermelhados me denunciavam, eu estava um caco, estava tão preso em meus pensamentos que nem percebi a presença de Paulo, que estava bem acomodado no sofá; ele me viu passar, e foi em minha direção, me seguiu até a cozinha e abriu a geladeira enquanto eu pegava um pouco de água na torneira.
Cara... Você está um lixo! Derrubei e quebrei o copo de susto.
FILHO DA PU...
Calma cara, qual é... Já se esqueceu do maridão aqui?! Me sentei ao lado dos cacos de vidro e comecei a coçar meu olho, não pude conter as lágrimas que escorriam, olhava para o teto, de novo para o chão, sem querer, coloquei a mão esquerda em cima de um pedaço do copo que se quebrou, fiz um corte meio profundo, saia muito sangue, eu via o sangue saindo e meus dedos tremendo, sentia um nó na garganta que chegava a me sufocar, segurei e apertei minha camisa que ficou toda ensangüentada, Paulo veio em minha direção com o pote de açúcar, pegou em minha mão e despejou o açúcar até estancar o sangramento, eu fia aqueles pequenos cristais brancos se tornarem vermelhos e lembrava das gotas de sangue que pingavam das mãos do Emanuel. É cara, parece que algo deu errado... Quer falar sobre isso?
Eu vi uma mulher saindo da igreja e...
Cara, já entendi, tem horas que a gente não consegue... É, como vou dizer?... Sabe, as vezes uma pessoa que a gente nem imagina diz coisas que meche com a gente, a gente se identifica e acaba achando que aquela pessoa é a única no mundo que pode entender a gente, ai a gente fica vulnerável e perde o controle da situação...
Não tive certeza de que ele entendeu corretamente o que eu disse, mas o que ele disse era exatamente como me senti, então apenas dei um sorriso meio que forçado. Obrigado por entender.
Já sei! Tenho uma coisa pra te alegrar, lembra da nossa ultima conversa, então, eu realmente compus um funk da quebrada, curti ai o MC Blackberry...
39.1/2° Fragmento.
- Spoiler:
- Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Todo biscateiro é trabalhador; Por que sem dinheiro nós não faz amor; Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Todo biscateiro tem que ter responsa; Muita mulherada e os bolso cheio de onça; Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Tu; Ta, ta, Tu tu, Ta ta; Quando a mulé bebe, ela passa mal; Deita no meu colo e chupa o meu...
OW!!!... chega... Paro com a palhaçada!!!
Halls; cara, eu ia falar halls.
40° Fragmento.
- Spoiler:
- Estranhamente, me senti bem melhor depois daquela musica horrível, enfaixei minha mão e tomei um ante-inflamatório.
Tenho que sair.
Mas você acabou de chegar mano, relaxa o “cabacinho” (gíria maliciosa) ai, vai passar um jogo do corintcha, tomara que eles se ferrem legal!
Não cara, tem algo no porta-malas que eu preciso resolver.
É... Detesto trazer trabalho pra casa também... Vai lá tranqüilo que eu vou me sentir em casa enquanto você não estiver!
Hum... Eu não estava nenhum pouco preocupado com você, agora fiquei mais preocupado com minha casa! Tchau, quero tudo limpo quando voltar!
Cara você é muito exigente, já é um grande sacrifício manter ela inteira e você ainda pede pra limpar, ta me achando com cara da sua mãe?!
Nem fiz questão de responder, sai, liguei o carro e fui para um lugar que as pessoas chamam de “buracão”, é uma parte de um morro que tem uma parede de pedra, tem algumas proteções para o povo não cair, mas acaba sendo um bom ponto turístico devido à ótima visão da cidade que é proporcionado naquele ponto.
Desliguei o carro e sai, ouvia o barulho de chutes vindo de dentro do porta-malas, dei uma caminhada para ver se tinha alguém por ali, além de um bom ponto turístico, ali também era usado como ninho de amor por vários adolescentes, constatei que estava completamente sozinho, peguei um revolver e abri o porta malas.
Saia daí!
kreby- Mensagens : 1473
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
senhoras e senhores que acompanham o Devaneio... devido aos desafios de roteiristas, talvez eu vou ter que dar uma pausa na história... tenho escrito até o 42º fragmento e estarei tentando, na medida do possível, manter a história... meus sinceros agradecimentos aos que seguem a historia e até breve!
kreby- Mensagens : 1473
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kreby- Mensagens : 1473
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
41° Fragmento.
- Spoiler:
- Os olhos demonstravam um pavor inenarrável, seus braços amarrados estavam tremulo e isso complementava sua expressão, fomos até a beira daquele abismo e mantive sua boca amordaçada para evitar gritos desnecessários.
Olhe, daqui dá pra ver as coisas mais bonitas dessa cidade, aqui a gente vê o céu, as estrelas, os rios que cercam a cidade e os monumentos; olha... Olha bem naquela direção, dá pra ver até a minha casa daqui, ali, olha aquela azul ao lado daquela cor de... Burro quando foge. Aqueles olhos me fitavam com um medo tão profundo, me causavam uma excitação, eu me sentia tão empolgado. Infelizmente está na hora, você vai ter o tempo da queda pra pensar em seus pecados, esse será seu julgamento, sabe... Dizem que pra quem tem fé, nada é impossível, vamos medir sua fé agora, se ela for bem forte, talvez você não morra!
Olhei privilegiadamente, aquele corpo caindo, foi uma cena linda, suas roupas se movendo, seguindo a vontade do vento, cada galho que batia em seu corpo fazia toda sua estrutura girar em uma direção diferente, era quase um balé aéreo, suas pernas se abriam e fechavam sem controle algum, até que colidiu com o chão, dando um magnífico fim para aquele espetáculo que durou poucos segundos.
Fiquei parado, olhando para ver se teria algum milagre, após alguns segundo vi o corpo se mover, pouco, quase imperceptível, mas não teria chances de sobrevivência, cair daquela altura com certeza causaria algumas hemorragias internas, sem falar de costelas, pernas e braços quebrados, seu julgamento foi mais rigoroso do que eu imaginei, sua condenação não foi à morte, foi à grande sofrimento e uma morte horrível. Se existir uma outra vida, eu espero que não cometa os mesmos erros, adeus!
Após isso eu entrei no carro e sai dirigindo sem rumo, esse “trabalho” em especial, foi muito difícil pra mim.
Antes que eu pudesse chegar a um lugar habitado, tive que parar o carro em um acostamento, pois comecei a sentir ânsias de vômito, sai do carro o mais rápido possível e corri para o meio do mato, me ajoelhando e vomitando muito sangue, aquele gosto me dava mais nojo, por um momento achei que fosse perder a consciência, fiquei meio baqueado, mas logo me levantei, voltei cambaleando ao carro, olhei para mim mesmo através do espelho retrovisor, limpei o sangue na camisa e liguei o carro novamente e sai dali bem devagar, para se caso tivesse que parar de novo.
Demorei um pouco, mas cheguei bem em casa, abri a porta e fui direto para o banheiro, lá, tomei um longo banho, enquanto a água batia em meu corpo, eu me lembrava de tudo que aconteceu naquela longa noite.
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
42° Fragmento.
(ultimo que escrevi.... mas não é o fim da historia ainda!!)- Spoiler:
- Já era meio dia quando acordei, Paulo assistia a um jornal regional, a historia que os repórteres contavam era sobre quatro mortes similares, a polícia acreditava que todos estavam conectados pelo fato de que todas as mortes teve um certo simbolismo e algum tipo de tortura, eles acreditavam que estes assassinatos estavam relacionados com mais dois que ocorreram dias antes, eu já esperava por essas notícias, porem o número de mortes estava errado, eu tinha cometido apenas dois assassinatos com três vítimas no dia anterior e não quatro vítimas.
Então começaram a divulgar os nomes, Padre Emanuel e a cunhada do padre que estava grávida eram os três que eu havia cometido, mas o quarto, quem era?
O nome da quarta vítima era Aparecido Furlan, foi encontrado dentro de uma lixeira cortado em pedaços, fraturas pouco abaixo de seu joelho e na cabeça sugerem que o agressor golpeou com algum objeto longo e resistente, talvez um cano de ferro, os especialistas diziam que provavelmente o agressor atingiu as pernas da vítima tentando imobilizá-lo e depois atingindo a cabeça para deixá-lo inconsciente, acreditam também que a vítima estava viva e acordada quando foi esquartejada pelo agressor.
Foi um trabalho magnânimo, porém este assassino deve ser parado, não tinha nenhuma evidência de que aquele homem fosse algum tipo de criminoso, o que levaria alguém matar este homem assim?
Ai cara... Deixa eu ti falar... Tem uma gata que quer ti conhecer... Que cê acha?
Ah cara, não sei... Quem é ela?
Vamos pelo começo, eu conheci uma mina e ai a gente se entendeu, só que a mina tem uma amiga que esta meio carente e ai eu sugeri que a gente saísse juntos, nós quatro... ai ela topou, hoje a noite.
Ei espera ai, eu não deveria ser consultado antes de ter esse tipo de decisão?
Você é gay?
Não!
Então vai por mim, você não vai querer perder!
Não tive resposta para dar a ele, então só me restou concordar, mas eu ainda estava pensando sobre a morte que não fui eu quem causou, isso não estava certo, eu tinha que achar o culpado!
kreby- Mensagens : 1473
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kreby- Mensagens : 1473
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
Imagem do 7 fragmento.... é isso ae... aquilo é vômito!!!
kreby- Mensagens : 1473
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
Tá ai, após um bom tempo de espera... o fragmento 43 saiu... kkk... quem vê pensa néh.... kkkk
43° Fragmento.
- Spoiler:
- O Paulo tinha saído, era por volta das 15 horas, enfim estava sozinho em casa, foi quando meu telefone tocou, eu não queria atender, na verdade a minha vontade era de chutar aquela ****** longe, aquele barulho irritante não parava, infelizmente, eu sou meio paranóico e acabo pensando que algo ruim possa ter acontecido, então não tive escolha.
Alô!? Pude ouvir a respiração de alguém, ouvia também barulho de carros passando próximo, constatei que a pessoa estava em algum telefone publico ou em um celular ligando do meio da rua. Alô! Inútil mente insisti em tentar receber uma resposta. Quem é que está ai? Só pude ouvir o barulho da pessoa desligando o telefone, agora eu estava ficando incomodado; que tipo de brincadeira era essa?
Senti um aperto no peito, senti que estava engasgado com algo, dei uma pigarreada e logo após coloquei a palma da mão a frente da boca e tossi, quando voltei os olhos para minha mão, lá estava uma mancha de sangue, parecia que minha doença se fez presente para que eu não a esquecesse, mas eu não me importava mais com esse tipo de coisa, apenas queria cumprir meu destino.
Fiquei em casa com a televisão ligada em noticiários, e buscando matérias na internet sobre os casos de assassinatos que ocorreram na cidade nas ultimas semanas, queria saber informações sobre o imitador, quem seria ele, um fã ou outro escolhido de Deus?!
Foi uma longa tarde, porém em vão.
Mais tarde, Paulo voltou bem vestido, na verdade ele parecia um fazendeiro, estava até de chapéu, ele segurava uma sacola com roupas, veio em minha direção com a mão estendida e um sorriso malicioso no rosto.
Ai; se troca cara, hoje vou te levar pra um lugar bacana!
E onde seria?
Não esquenta, deixa comigo! Toma, veste essas roupas!
Ele me entregou aquela sacola, dentro tinha uma calça jeans, uma camisa lisa azul e uma camiseta xadrez em tons de vermelho, branco e preto.
Por acaso você quer me vestir de “SmallVill”?!?!
Faz o que eu estou falando!
Não tive escolha, fui trocar de roupa, após esses dias convivendo com o Paulo, percebi que discutir com ele é perda de tempo.
kreby- Mensagens : 1473
Data de inscrição : 23/04/2012
Idade : 38
Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
44° Fragmento.
- Spoiler:
- Certo, hoje vamos no meu carro! Foi o que o Paulo disse, ele parecia bem empolgado, porém eu comecei a estranhar a iniciativa dele.
Seu carro? E desde quando um parasita como você tem carro?
Ele balançou o dedo indicador, deu uma piscada sorrindo e disse “Segredos da vida, um dia te conto!” depois disso, foi até a porta, saio de casa e foi até a rua, sai logo a traz dele e me surpreendi ao ver uma bela caminhonete 4x4 cabine dupla estacionada.
Como você...?! Minha surpresa era facilmente notada, eu não tinha palavras ou forças pra perguntar de onde ele tirou aquele carro, a única coisa que eu pude fazer é me sentir mais fracassado, ele tinha um belo carro enquanto o meu era roubado.
Fecha a boca, é que sua baba está começando a escorrer! Suas brincadeira não me ajudavam a me sentir melhor, porém apesar disso eu apreciava sua companhia, depois de dito isso ele continuou a falar, enquanto nós entrávamos no carro. Seguinte, vou passar pra pegar umas coleguinhas minhas, ai você pula pra traz ok?!
Tá! Respondi meio desconfiado, pra que tipo de mulher ele se produziria tanto assim?
Paramos em frente a um prédio residencial, ele desceu e foi em direção ao interfone, eu não pude ver qual era o número que ele apertou pois estava indo para o banco de traz da caminhonete, fiquei ouvindo o CD de musicas sertanejas que ele deixou rodando, eu detesto sertanejo, mas carro dos outros, som dos outros...
Ele se virou para mim e estava com um sorriso de ponta a ponta, tudo bem que era um sorriso malicioso, mas ele realmente parecia feliz, ele fez um gesto como se quisesse dizer que a espera iria valer a pena e realmente valeu, duas belas morenas passaram pelo portão do prédio, cabelos lisos e negros como eu nunca tinha visto antes, uma com o cabelo até o ombro e a outra, chegava até o meio das costas, um sorriso cativante de ambas, aquele tipo de sorriso fácil que só de ver já dava vontade de sorrir também,elas pareciam irmãs, a de cabelo curto parecia ser mais velha, aparentava ter a minha idade, talvez um pouco mais velha, a outra, acho que deveria ter uns 22 anos, usava óculos e tinha uma presilha de flor branca nos cabelos, eu não pude parar de olhar para ela, seus olhos castanhos esverdeados davam um ar de pureza, completando aquela bela visão, ambas possuíam belos corpos, nada sobrando, nada faltando, eram lindas, simplesmente lindas!
kreby- Mensagens : 1473
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Re: não leia caso você seja um fanático religioso, radicalista ou um psicopata facilmente influenciável!!!
eu sei que devaneio deu uma enrolada e agora não estou postando um frag por dia como estava fazendo no começo, mas é devido ao meu novo ritmo de vida que não está me permitindo muito, porém esse e o que eu acho que vai dar uns dois frag's já estão escritos no papel, porém, ainda tenho que digitar e isso leva um bom tempo, jé que eu sou um "cata milho" !!,,, kkkk vou ter que também, reler tudo pra ver os buracos que deixei por ai, ver as pontas soltas e vir resolvendo.... quando eu comecei a escrever disse que seria uns 50 frag's, porém agora acho que vai dar um pouco mais que isso, acho que até eu resolver tudo o que tem pra resolver e mais alguns acontecimentos que já estão "pré-determinados" vir a tona, acho que vai passar dos 100 frag... estou pensando em abrir um tópico novo pro devaneio, ai eu vou colocar os frag apenas uma vez lá, ops... divaguei um pouco do assunto, então... vou tentar voltar a minha velha forma e voltar a postar ai um frag por dia...sei lá... acho que devaneio tornou se um "filho querido", pois eu não quero parar de escrever ele... cada coisa que acontece comigo, com meus amigos, ou que eu vejo em filmes ou leio em livros me dão idéias que posso usar em devaneio já que apesar de ser um drama, possui um tom diferenciado de comédia e romance... e também me dá a oportunidade de mostrar que o Artur, apesar de cometer vários crimes, não é um "monstro" não que eu faça algum tipo de apologia ao crime, mas acho que o ser humano tem seu lado obscuro e em certas situações, uma pessoa boa e honesta, pode ser levada a se tornar algo depreciado pela sociedade... humnmn ... se algum dia eu for cometer algum crime vou usar isso como justificativa... será que cola?!...kkkkk.... bom ... é isso ai... sem mais a dizer.... continuem lendo ai... quem estiver lendo... kkkkk... chega! boa noite!
kreby- Mensagens : 1473
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