Rune - Capítulos.
3 participantes
Rune - Capítulos.
Então... querem ler uma história? xD
Então ai vai.
Rune - Capítulo 1: Fim do Treinamento. - parte 1:
Um novo dia começa.
Os primeiros raios de sol começam a perfurar a irregular linha do horizonte salpicada de morros, montanhas e árvores quase sem folhagem, a neblina da madrugada ainda era densa em vários lugares, criando diminutos lagos de bruma em algumas depressões. Em quanto no topo de uma pequena torre um pombo voa assustado com o repentino movimento do que há alguns segundos atrás era quase imóvel. Acordado pela ave uma pessoa sentada em uma cadeira, apoiada no parapeito da torre se descobre de uma suja manta de lã rasgada e desbotada, se espreguiçando.
Era um jovem na casa dos vinte anos de idade, coçava o queixo pontilhado por uma rala barba recém aparada com bastante sono. Olhava para a bela paisagem com seus olhos castanhos, circundados por escuras olheiras. A brisa matinal soprava refrescante, bagunçando o seus já desarrumados e crespos cabelos amarronzados. A sua expressão cansada era de quem havia dormido nem um pouco nas ultimas noites. Com movimentos preguiçosos ele alcança uma luneta de madeira adornada com pequenos desenhos em prata, que estava escorada próxima a suas pernas. Direcionando o objeto para a entrada da cidade e após alguns segundos de varredura, sua expressão rapidamente muda, abrindo um sorriso nos seus lábios, que tinham uma cicatriz que subia cortando uma parte de sua bochecha esquerda. Falando com sigo mesmo balbuciou algo como:
- Bem na hora.
Levantou-se da cadeira, agora revelando sua estatura, que era bem normal, não muito baixo, nem muito alto. As roupas desse rapaz eram uma grossa camiseta sem mangas de lã, por cima de uma camisa de manga longa cinzenta da, sua calça era de couro. O jovem era do tipo atlético, nem muito magro, nem musculoso de mais.
Lançando o cobertor para lá, dirigiu-se em ao companheiro de vigia.
- Damon... Damon... Acorda, eles estão chegando.
O outro rapaz que estava no topo da torre estava sentado em outra cadeira, com os pés apoiados contra o parapeito e coberto com o mesmo tipo de cobertor, um tanto mais limpo do que o outro. Sem abrir os olhos, Damon responde ao colega com um tom seco e igualmente cansado de voz:
- Que ótimo... tá, mas deixa eu aqui – bocejou - Mal terminei meu turno, Aerieerf – falou enquanto puxava sua coberta até encobrir o rosto, voltando a cochilar.
Esse era um jovem com quase a mesma idade. Pele escura e cabelos um pouco mais escuros do que os do colega de vigila.
- Bem, você arruma tudo depois. - Continua o rapaz de cabelos amarronzados, agora retrucando com o mesmo tom seco do companheiro Damon.
Aerieerf dobrou de maneira apressada a coberta com a qual tinha se protegido do frio noturno. Pegou uma mochila que estava encima de algumas caixas por lá e então se pôs sobre parapeito da torre. O começo da manhã tinha um aroma de terra molhada. Enquanto inspira um pouco desse ar o rapaz olhou para baixo enquanto, sem esforço algum, se equilibrava na estreita amurada. Uma queda de nove metros de altura até o telhado do mercado municipal, uma estrutura com dois andares de altura, da onde a torre onde esta projetava aos céus. Sem fazer muito drama o rapaz se lançou para baixo, caindo firmemente na laje do grande prédio em um abafado baque. Logo em seguida, ergueu-se sem dificuldade começou a correr pelo telhado.
O que o rapaz tinha avistado entrando na cidade era uma grande carroça puxada por seis fortes cavalos negros. Uma grande forma retangular coberta com um pano remendado era transportada, dois homens ocupavam os assentos do veículo. Um mascava alguma planta enquanto lia a um livro, e o outro tinha as rédeas do transporte a suas mãos.
Saltando do telhado de uma casa até a calçada o rapaz fez seu caminho de maneira extremamente ágil até a carruagem. Cruzando com facilidade por grupos de pessoas que carregavam sacos com alimentos, caixotes com mercadorias, carroças e pedestres. Finalmente a alcançando, o rapaz para em frente à carruagem. O homem que estava a conduzindo rapidamente para o transporte puxando as rédeas. Este olhou nos olhos do rapaz com uma expressão de surpresa, então enquanto descia rapidamente de seu assento falou:
- Ah! Que bom que... Pelo visto ainda estão mantendo os horários de patrulha nos pontos de observação... Mesmo sem nós por aqui para dar as ordens.
O sujeito abriu um sorrio amigável ao fim da fala, estendendo a mão direita para cumprimentar o rapaz.
- Humm. Você sabe que o Velhote não deixaria ninguém abandonar as tarefas mais chatas. Nem que você tivesse saído por um milhão de anos Alexis. – O rapaz retribui o gesto em um caloroso aperto de mão.
- Ah, é verdade. - O homem faz uma pausa para coçar a barba, enquanto acena com a cabeça.
Este era um sujeito maduro, de média estatura, com barba cheia e desarrumada, seu cabelo castanho amarrado atrás, sua pele é clara, mas um pouco bronzeada, seus olhos eram de um castanho muito claro, cor de âmbar, seu olhar inspirava confiança em qualquer um que falasse com ele. Vestia um sobretudo de couro surrado com capuz, assim como o outro sujeito que estava sentado no topo da carroça distraído. Mas não dava para não notar a quantidade peculiar de adagas que ele carrega em um adornado cinto, salpicado de pedras preciosas. Todas as armas estavam firmemente penduradas para o lado esquerdo, com cabos que possuíam acabamentos únicos e bem brilhantes, dos quais era possível ver letras e símbolos de alguma linguagem antiga.
Enquanto gesticulava para o rapaz, Alexis subiu sem esforço na carruagem:
- Bem, a quanto tempo está lá olhando para o ar? - perguntou botando os cavalos para andar novamente e balançando a cabeça em direção a torre do mercado.
- Dois dias e algumas horas – respondeu de bate pronto o rapaz - e se me perguntar como foi... preferia ter tirado o dever de limpar os banheiros. Aquilo ali sim, é um inferno. - balançava negativamente a cabeça - Se eu já tivesse pego esse tralho teria pelo menos levado um livro!
- Pior do que os banheiros? - sorria Alexis - Ei... você não gosta nem de ler... é tão ruim assim Dami? - olhou desconfiado para o rapaz.
- É. - suspirou o rapaz desconfortado.
Passaram algum tempo em silêncio, o sujeito barbudo sacou um cantil de dentro de seu sobretudo e tomou um gole de alguma bebida amarga. A carruagem seguia tranquila o seu trajeto pela cidade.
- Bem... - continuou Alexis, fazendo uma pausa para verificar se o cantil estava realmente seco - Poderia ter sido pior...
- Ah... tá bom. - O rapaz tentava prosseguir com a conversa sem parecer cansado - Hhumm... O negocio é que você voltou, e agora vou poder pegar as tarefas normais. Chega de mofar na torre!
- Não sabia que sentiu tanta saudade de mim. - Respondeu Alexis ironizando.
Após alguns segundos ele voltou a encarar o rapaz, e com sarcasmo estampado na cara perguntou:
- E quanto a seu instrutor? - falou baixinho.
Apontando com o dedão para o outro sujeito que estava sentado ao lado, centrado lendo um livro.
O rapaz respondeu apenas fazendo uma cara de repulsa.
A cidade já era bem crescida, em comparação com o seu tempo de fundação. Exatamente cento e vinte e seis anos atrás, no ano de quatrocentos e vinte e sete do primeiro ciclo, o lugar não passava de uma área coberta por mato e infestada de animais selvagens. Atualmente, havia luxuosos prédios com três andares em volta do agitado mercado municipal, que era o coração do lugar. Por lá as ruas já eram calçadas com pedras e se tinha até um pequeno sistema de esgotos em um quarteirão onde as casas mais ricas se encontravam. Grande parte se devia a sua privilegiada localização centralizada e ao bom clima, Setecolians era um ponto estratégico para o comercio de toda a região norte da colônia de Lyverith. A fazendo crescer com o rico fluxo de mercadores que iam e vinham para o local, de todas as partes até de colônias vizinhas.
Seguindo o caminho a grande carroça cruzou praticamente toda a cidade. O trajeto durou quase duas horas, muito devido à tranquilidade do condutor, outra parte devido ao relevo repleto de ladeiras que cansava os cavalos que arrastavam a pesada carroça e seu misterioso conteúdo.
Enquanto o homem de barba e o rapaz conversavam, chegaram até o lado oposto ao pelo qual o transporte havia entrado em Setecolinas, em uma área mais rural, chegaram a um lugar que de longe mais parecia uma pequena fortaleza. Grossas paredes com cinco metros de altura e três de espessura repletas de guaritas, algumas equipadas com rústicos canhões, e alguns homens com rifles observando o movimento lá de cima rodeavam uma grande propriedade no topo de uma colina. Mais parecia uma pequena muralha que guarnecia o que parecia um armazém fortificado.
Passando pelos portões reforçados do lugar eles chegaram aos fundos, deixando a carruagem nos estábulos. O homem que se manteve silencioso durante todo o percurso fala ao longe com o rapaz que já estava se despedindo de Alexis:
- Sr. Aerieerf, amanhã ao nascer do sol, quero você e os outros recrutas no terceiro andar. Esteja avisado. – falou em tom extremamente autoritário.
Esse sujeito era um pouco mais jovem que o colega de viagem e um tanto mais alto, tinha a pele escura, seus lábios eram grossos e reforçavam sua etnia. Usava óculos com aros redondos com pequenos detalhes prateados em alguns pontos da armação de madeira, seus crespos cabelos eram muito curtos. Mas sem sombra de dúvidas o que mais chamava atenção ao se olhar para este individuo era uma brutal cicatriz esbranquiçada que cortava sua testa do topo do lado direito, um pouco adentrando seus cabelos, até a ponta da sobrancelha esquerda. Uma profunda laceração no mínimo dolorosa até de se observar.
- Como quiser... - Responde o rapaz em tom indiferente.
Sem sequer olhar nos olhos do homem de pele escura. Ele se dirige os enormes portões do armazém, cumprimentando uma ou outra pessoa que encontrava no caminho.
Do lado de dentro do local, havia um monte de caixas dos mais variados tamanhos. Armas para tudo quanto era lado, espadas, adagas, lanças, arcos e mosquetes. Sacos com batatas, entre outros vegetais e caixotes com diversas especiarias também se encontravam empilhados aos montes em várias partes. Ao fundo, havia forjas, e pessoas trabalhado com ferro dentre outros metais, fazendo destes ferraduras, vigas, encanações, malhas metálicas, capacetes dentre outras peças. A fumaça das forjas criava um cone negro que ascendia sobre as chaminés, tornando a locação ainda mais chamativa. Era como um agitado formigueiro, pessoas ocupadas em seus ofícios iam e viam transportando mercadorias e matérias primas.
Lá dentro, aos fundos o rapaz fazia a curva em uma escada escondida de qualquer um que tentasse espiar para lá de fora do armazém.
Essa escada era grande e levava para baixo, para baixo da terra. Cinquenta espaçosos degraus de uma pedra escura em um caminho pobremente iluminado por fracas lâmpadas a óleo. Ele chegou a uma porta metálica reforçada ao fim da escadaria, com apenas uma fresta pela qual se dava para ver quem descia pelas escadarias. Na frente desta um senhor com barba preta comprida, e cabelos curtos meio grisalhos nos lados, lia tranquilamente um livro, enquanto fazia bolinhas de fumaça com um cachimbo. O rapaz saca uma peça de metal do bolso, do tamanho de uma laranja, só que achatada, com um símbolo simples que lembrava um raio, e algumas letras em um idioma estranho. Ele fala:
- Recruta DeValence, voltando do posto de observação do mercado - Com um tom mecânico que faz transparecer que isso já era parte da rotina.
- Bem vindo garoto. - Fala o homem que lentamente fechava o livro.
Este pôs-se de pé e puxou a pesada porta para o lado, abrindo passagem para um corredor largo de pedra iluminado por tochas.
Rune - Capitulo 1 - parte 1 - fim.
Então ai vai.
Rune - Capítulo 1: Fim do Treinamento. - parte 1:
Um novo dia começa.
Os primeiros raios de sol começam a perfurar a irregular linha do horizonte salpicada de morros, montanhas e árvores quase sem folhagem, a neblina da madrugada ainda era densa em vários lugares, criando diminutos lagos de bruma em algumas depressões. Em quanto no topo de uma pequena torre um pombo voa assustado com o repentino movimento do que há alguns segundos atrás era quase imóvel. Acordado pela ave uma pessoa sentada em uma cadeira, apoiada no parapeito da torre se descobre de uma suja manta de lã rasgada e desbotada, se espreguiçando.
Era um jovem na casa dos vinte anos de idade, coçava o queixo pontilhado por uma rala barba recém aparada com bastante sono. Olhava para a bela paisagem com seus olhos castanhos, circundados por escuras olheiras. A brisa matinal soprava refrescante, bagunçando o seus já desarrumados e crespos cabelos amarronzados. A sua expressão cansada era de quem havia dormido nem um pouco nas ultimas noites. Com movimentos preguiçosos ele alcança uma luneta de madeira adornada com pequenos desenhos em prata, que estava escorada próxima a suas pernas. Direcionando o objeto para a entrada da cidade e após alguns segundos de varredura, sua expressão rapidamente muda, abrindo um sorriso nos seus lábios, que tinham uma cicatriz que subia cortando uma parte de sua bochecha esquerda. Falando com sigo mesmo balbuciou algo como:
- Bem na hora.
Levantou-se da cadeira, agora revelando sua estatura, que era bem normal, não muito baixo, nem muito alto. As roupas desse rapaz eram uma grossa camiseta sem mangas de lã, por cima de uma camisa de manga longa cinzenta da, sua calça era de couro. O jovem era do tipo atlético, nem muito magro, nem musculoso de mais.
Lançando o cobertor para lá, dirigiu-se em ao companheiro de vigia.
- Damon... Damon... Acorda, eles estão chegando.
O outro rapaz que estava no topo da torre estava sentado em outra cadeira, com os pés apoiados contra o parapeito e coberto com o mesmo tipo de cobertor, um tanto mais limpo do que o outro. Sem abrir os olhos, Damon responde ao colega com um tom seco e igualmente cansado de voz:
- Que ótimo... tá, mas deixa eu aqui – bocejou - Mal terminei meu turno, Aerieerf – falou enquanto puxava sua coberta até encobrir o rosto, voltando a cochilar.
Esse era um jovem com quase a mesma idade. Pele escura e cabelos um pouco mais escuros do que os do colega de vigila.
- Bem, você arruma tudo depois. - Continua o rapaz de cabelos amarronzados, agora retrucando com o mesmo tom seco do companheiro Damon.
Aerieerf dobrou de maneira apressada a coberta com a qual tinha se protegido do frio noturno. Pegou uma mochila que estava encima de algumas caixas por lá e então se pôs sobre parapeito da torre. O começo da manhã tinha um aroma de terra molhada. Enquanto inspira um pouco desse ar o rapaz olhou para baixo enquanto, sem esforço algum, se equilibrava na estreita amurada. Uma queda de nove metros de altura até o telhado do mercado municipal, uma estrutura com dois andares de altura, da onde a torre onde esta projetava aos céus. Sem fazer muito drama o rapaz se lançou para baixo, caindo firmemente na laje do grande prédio em um abafado baque. Logo em seguida, ergueu-se sem dificuldade começou a correr pelo telhado.
O que o rapaz tinha avistado entrando na cidade era uma grande carroça puxada por seis fortes cavalos negros. Uma grande forma retangular coberta com um pano remendado era transportada, dois homens ocupavam os assentos do veículo. Um mascava alguma planta enquanto lia a um livro, e o outro tinha as rédeas do transporte a suas mãos.
Saltando do telhado de uma casa até a calçada o rapaz fez seu caminho de maneira extremamente ágil até a carruagem. Cruzando com facilidade por grupos de pessoas que carregavam sacos com alimentos, caixotes com mercadorias, carroças e pedestres. Finalmente a alcançando, o rapaz para em frente à carruagem. O homem que estava a conduzindo rapidamente para o transporte puxando as rédeas. Este olhou nos olhos do rapaz com uma expressão de surpresa, então enquanto descia rapidamente de seu assento falou:
- Ah! Que bom que... Pelo visto ainda estão mantendo os horários de patrulha nos pontos de observação... Mesmo sem nós por aqui para dar as ordens.
O sujeito abriu um sorrio amigável ao fim da fala, estendendo a mão direita para cumprimentar o rapaz.
- Humm. Você sabe que o Velhote não deixaria ninguém abandonar as tarefas mais chatas. Nem que você tivesse saído por um milhão de anos Alexis. – O rapaz retribui o gesto em um caloroso aperto de mão.
- Ah, é verdade. - O homem faz uma pausa para coçar a barba, enquanto acena com a cabeça.
Este era um sujeito maduro, de média estatura, com barba cheia e desarrumada, seu cabelo castanho amarrado atrás, sua pele é clara, mas um pouco bronzeada, seus olhos eram de um castanho muito claro, cor de âmbar, seu olhar inspirava confiança em qualquer um que falasse com ele. Vestia um sobretudo de couro surrado com capuz, assim como o outro sujeito que estava sentado no topo da carroça distraído. Mas não dava para não notar a quantidade peculiar de adagas que ele carrega em um adornado cinto, salpicado de pedras preciosas. Todas as armas estavam firmemente penduradas para o lado esquerdo, com cabos que possuíam acabamentos únicos e bem brilhantes, dos quais era possível ver letras e símbolos de alguma linguagem antiga.
Enquanto gesticulava para o rapaz, Alexis subiu sem esforço na carruagem:
- Bem, a quanto tempo está lá olhando para o ar? - perguntou botando os cavalos para andar novamente e balançando a cabeça em direção a torre do mercado.
- Dois dias e algumas horas – respondeu de bate pronto o rapaz - e se me perguntar como foi... preferia ter tirado o dever de limpar os banheiros. Aquilo ali sim, é um inferno. - balançava negativamente a cabeça - Se eu já tivesse pego esse tralho teria pelo menos levado um livro!
- Pior do que os banheiros? - sorria Alexis - Ei... você não gosta nem de ler... é tão ruim assim Dami? - olhou desconfiado para o rapaz.
- É. - suspirou o rapaz desconfortado.
Passaram algum tempo em silêncio, o sujeito barbudo sacou um cantil de dentro de seu sobretudo e tomou um gole de alguma bebida amarga. A carruagem seguia tranquila o seu trajeto pela cidade.
- Bem... - continuou Alexis, fazendo uma pausa para verificar se o cantil estava realmente seco - Poderia ter sido pior...
- Ah... tá bom. - O rapaz tentava prosseguir com a conversa sem parecer cansado - Hhumm... O negocio é que você voltou, e agora vou poder pegar as tarefas normais. Chega de mofar na torre!
- Não sabia que sentiu tanta saudade de mim. - Respondeu Alexis ironizando.
Após alguns segundos ele voltou a encarar o rapaz, e com sarcasmo estampado na cara perguntou:
- E quanto a seu instrutor? - falou baixinho.
Apontando com o dedão para o outro sujeito que estava sentado ao lado, centrado lendo um livro.
O rapaz respondeu apenas fazendo uma cara de repulsa.
A cidade já era bem crescida, em comparação com o seu tempo de fundação. Exatamente cento e vinte e seis anos atrás, no ano de quatrocentos e vinte e sete do primeiro ciclo, o lugar não passava de uma área coberta por mato e infestada de animais selvagens. Atualmente, havia luxuosos prédios com três andares em volta do agitado mercado municipal, que era o coração do lugar. Por lá as ruas já eram calçadas com pedras e se tinha até um pequeno sistema de esgotos em um quarteirão onde as casas mais ricas se encontravam. Grande parte se devia a sua privilegiada localização centralizada e ao bom clima, Setecolians era um ponto estratégico para o comercio de toda a região norte da colônia de Lyverith. A fazendo crescer com o rico fluxo de mercadores que iam e vinham para o local, de todas as partes até de colônias vizinhas.
Seguindo o caminho a grande carroça cruzou praticamente toda a cidade. O trajeto durou quase duas horas, muito devido à tranquilidade do condutor, outra parte devido ao relevo repleto de ladeiras que cansava os cavalos que arrastavam a pesada carroça e seu misterioso conteúdo.
Enquanto o homem de barba e o rapaz conversavam, chegaram até o lado oposto ao pelo qual o transporte havia entrado em Setecolinas, em uma área mais rural, chegaram a um lugar que de longe mais parecia uma pequena fortaleza. Grossas paredes com cinco metros de altura e três de espessura repletas de guaritas, algumas equipadas com rústicos canhões, e alguns homens com rifles observando o movimento lá de cima rodeavam uma grande propriedade no topo de uma colina. Mais parecia uma pequena muralha que guarnecia o que parecia um armazém fortificado.
Passando pelos portões reforçados do lugar eles chegaram aos fundos, deixando a carruagem nos estábulos. O homem que se manteve silencioso durante todo o percurso fala ao longe com o rapaz que já estava se despedindo de Alexis:
- Sr. Aerieerf, amanhã ao nascer do sol, quero você e os outros recrutas no terceiro andar. Esteja avisado. – falou em tom extremamente autoritário.
Esse sujeito era um pouco mais jovem que o colega de viagem e um tanto mais alto, tinha a pele escura, seus lábios eram grossos e reforçavam sua etnia. Usava óculos com aros redondos com pequenos detalhes prateados em alguns pontos da armação de madeira, seus crespos cabelos eram muito curtos. Mas sem sombra de dúvidas o que mais chamava atenção ao se olhar para este individuo era uma brutal cicatriz esbranquiçada que cortava sua testa do topo do lado direito, um pouco adentrando seus cabelos, até a ponta da sobrancelha esquerda. Uma profunda laceração no mínimo dolorosa até de se observar.
- Como quiser... - Responde o rapaz em tom indiferente.
Sem sequer olhar nos olhos do homem de pele escura. Ele se dirige os enormes portões do armazém, cumprimentando uma ou outra pessoa que encontrava no caminho.
Do lado de dentro do local, havia um monte de caixas dos mais variados tamanhos. Armas para tudo quanto era lado, espadas, adagas, lanças, arcos e mosquetes. Sacos com batatas, entre outros vegetais e caixotes com diversas especiarias também se encontravam empilhados aos montes em várias partes. Ao fundo, havia forjas, e pessoas trabalhado com ferro dentre outros metais, fazendo destes ferraduras, vigas, encanações, malhas metálicas, capacetes dentre outras peças. A fumaça das forjas criava um cone negro que ascendia sobre as chaminés, tornando a locação ainda mais chamativa. Era como um agitado formigueiro, pessoas ocupadas em seus ofícios iam e viam transportando mercadorias e matérias primas.
Lá dentro, aos fundos o rapaz fazia a curva em uma escada escondida de qualquer um que tentasse espiar para lá de fora do armazém.
Essa escada era grande e levava para baixo, para baixo da terra. Cinquenta espaçosos degraus de uma pedra escura em um caminho pobremente iluminado por fracas lâmpadas a óleo. Ele chegou a uma porta metálica reforçada ao fim da escadaria, com apenas uma fresta pela qual se dava para ver quem descia pelas escadarias. Na frente desta um senhor com barba preta comprida, e cabelos curtos meio grisalhos nos lados, lia tranquilamente um livro, enquanto fazia bolinhas de fumaça com um cachimbo. O rapaz saca uma peça de metal do bolso, do tamanho de uma laranja, só que achatada, com um símbolo simples que lembrava um raio, e algumas letras em um idioma estranho. Ele fala:
- Recruta DeValence, voltando do posto de observação do mercado - Com um tom mecânico que faz transparecer que isso já era parte da rotina.
- Bem vindo garoto. - Fala o homem que lentamente fechava o livro.
Este pôs-se de pé e puxou a pesada porta para o lado, abrindo passagem para um corredor largo de pedra iluminado por tochas.
Rune - Capitulo 1 - parte 1 - fim.
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Rune - Capítulo 1: Fim do Treinamento. - parte 2:
- Spoiler:
- O rapaz continuou seu trajeto, passando por uma câmara na qual deixou alguns papéis que trazia em seus bolsos a uma senhora, saindo de lá desceu mais quatro lances de escada, cada um com seus cento e cinquenta escuros degraus até um andar onde havia um corredor com várias portas em cada um dos lados, os lances de escadas prosseguiam para baixo, deixado evidente que aquilo era apenas mais um de vários andares daquele lugar, que casa vez mais penetrava no subsolo da propriedade do grande armazém na superfície.
O rapaz para enfrente a uma humilde porta de madeira, com uma placa de metal exibindo uma numeração, vinte e sete. Ele saca uma chave e abre a fechadura. O local estava completamente frio e escuro, então o rapaz como quem não quer nada olhou para o corredor a sua direita, lá não havia ninguém. olhou para a esquerda e não viu sequer uma viva alma passando por lá também. Com isso virou-se e retirou de uma parede próxima uma lâmpada a óleo para iluminar a escuridão.
Era um quarto simples e bem pequeno. Uma cama, um armário, um espelho embasado e uma escrivaninha com vários livros abertos, papéis amassados e pergaminhos bagunçados. Sobre a mesma escrivaninha havia um pequeno castiçal com uma grossa vela apagada, parcialmente já derretida, do tipo que é feita para durar dias. Com cuidado, o jovem a acendeu com a lâmpada a olho que carregava com sigo, iluminando um pouco mais.
Toda a mobila do local era velha e um tanto empoeirada, coisa de décadas, ou talvez mais. O rapaz trancou a porta e largou sua mochila no canto da parede. Colocou a peça de metal com a qual havia se apresentado ao porteiro sobre a mesa e com os pés tirou as rústicas botas de couro que calçava, após isso se jogou todo mole em sua cama desarrumada. Era bom deitar em algo macio depois de ficar feito uma gárgula por mais de dois dias no alto daquele ponto de observação.
O quinto andar daquele complexo subterrâneo era um local imenso, quase uma caverna dessas que se encontra em locais remotos, se não fosse evidente que ali o ambiente era todo contado e esculpido artificialmente, as pedras que compunham o chão, as paredes e o teto eram todas cortadas de maneira a ficaram incrivelmente lizas e uniformes, era bem óbvio que aquele local não foi nada fácil de ser construído até pelos mais habilidosos e inventivos pedreiros e arquitetos.
Iluminado por várias tochas e velas, era uma grande câmara sombria e bem fria, por estar a tantos metros dentro da terra. Possuía furos em seu chão e paredes, os quais eram bem elaborados dutos para passagem de ar e sistema de escoamento de líquidos, tanto para os andares superiores quanto para os inferiores, todos trancafiados por grossas barras de metal negro que evitariam qualquer manobra de intrusão por tais passagens. Robustos encanamentos projetavam-se para fora em alguns pontos das paredes e adentravam no teto ou no chão, alguns vazando gotejamentos de água, outros deixando um pouco de vapor escapar, quebrando o silêncio do escuro lugar.
- Muito bem recrutas. – pronunciou-se o homem de pele escura e cicatriz na testa.
Este se encontrava bem no centro da grande câmara. Estava encostado em uma conjunto de encanações que cruzavam verticalmente o ambiente. Tinha uma pequena lâmpada a óleo próxima a seus pés, o iluminando. Ele continuou:
- Tenho boas notícias para vocês. Depois de do jantar de ontem, eu e Nacasiba entramos em consenso. O treinamento de vocês acaba hoje.
Aquele pronunciamento gerou olhares dos mais variados tipos vindos do grupo de dezessete jovens que, conforme o ordenado, lá se encontravam a sua frente. As idades variavam, o mais novo era quase um adolescente, o mais velho tinha cara de trinta, aproximadamente. O grupo era composto por quatorze homens e três mulheres.
O homem com cicatriz continuava:
- Amanhã, sairemos em viagem. Será o primeiro trabalho em campo de quase todos vocês, não é mesmo? – e sem esperar por qualquer resposta continuou - Um trabalho de verdade. – falou enquanto seu olhar sondava o grupo - Bem, como instrutor estarei disponível para consultas durante toda à tarde de hoje. Se decidirem não comparecerem amanhã. Farão mais um ano de treinamento. Quando falo um trabalho de verdade é por que ninguém vai garantir que todos voltem sãos e salvos, lembrem-se disso. Não posso revelar mais detalhes. - coçou o queixo com indiferença. Isso é tudo. Hoje vocês tem o dia livre. Perguntas?
Um dos recrutas, Damon, o rapaz de cabelo curto e pele escura que estava dormindo na torre, levantou a mão.
- Sim Sr. Damon? – falou o instrutor.
- Por que todo o segredo? Por que não informar os riscos agora? – era um dos que estavam mais próximos do instrutor.
- Bem... – falou Angus, mas parou um pouco, arrumando os óculos - Por que amanhã eu quero apenas aqueles que vão ter certeza de que são capazes de fazer um trabalho em nome do Sedoc, senhor Damon... – sorriu cinicamente - Capazes de assumir os riscos e responsabilidades. Não quero nem ver a cara dos relutantes. Bem, além do fato de que eu não recebi os detalhes de qualquer forma... – pausou novamente, agora olhando para os desconfiados recrutas – Sabem? Posso bem estar arrastando todos vocês para uma morte lenta e dolorosa, então... não quero ter ninguém choramingando por que “inda não estão prontos” – ria consigo mesmo, a ideia de ter alguns recrutas mortos parecia o animar, ou ao menos foi isso que fez transparecer.
- Angus, senhor... isso não faz sentido, se aparecermos amanhã sem saber o que nos aguarda. – falou Damon com o devido respeito, contestando a controversa resposta do instrutor.
- Bem, veja por este lado senhor Damon: A vida é como uma caixinha de surpresas! – sorriu cinicamente - E quando você aceita viver sobre o estilo de vida do Sedoc, de um soldado do Sedoc, um verdadeiro Aesir, é preciso estar pronto para tudo que seus superiores ordenarem.
- Argh...Isso é uma idiotice - resmungou o recruta Aerieerf, que estava entre os últimos, no fundo da grande sala.
Era perceptível que Angus havia o escutado de alguma maneira, pois agora encarava diretamente o rapaz com um olhar desafiador, mesmo que o rabugento comentário tenha sido proferido como murmúrio.
-Mais perguntas? – e mais uma vez não esperou por qualquer resposta - Não? Ótimo! Estão dispensados. – falou puxando bruscamente um cigarro de seu bolso, o qual foi logo prendendo ente os grossos lábios. - Ah sim... eu ouvi seu comentário senhor Aerieerf – completou sorrindo maldosamente.
Aerieerf o encarou por uma fração de segundo.
- Que bom Cicatriz, já sabe minha opinião. – falou o rapaz em um tom seco, enquanto se virava retirando-se lentamente do local.
Nada fez o instrutor, apenas o observou o zangado rapaz partir. Voltou a observar calmamente o grupo a sua frente acendendo o cigarro e gesticulando com a mão livre para debandarem dali. Era evidente que Angus detestava aquele trabalho e não tinha um pingo só de paciência com os recrutas.
Quem diria que um complexo daquele tamanho se esconderia em baixo de um armazém? O andar número dois também era aonde se encontrava o salão comunal, onde todo o pessoal que habitava o complexo comia, bebia e algumas vezes perdidas havia comemorações. Era um salão com várias mesas de madeira bem rústicas, que comportaria facilmente duzentas pessoas sentadas. Possuía locais para se cozinhar alimentos em quase todas as quinas, era local de grandes festas. Muito embora a imensa cozinha que se escondia nos fundos da câmara dessa conta da demanda de comida de todos que lá se alimentavam pro si só.
- Então, quer dizer que...
- Que o Cicatriz é um idiota, sim isso eu já te falei assim que olhei para a cara dele, na primeira vez que nos encontramos... Além de ser um péssimo instrutor... - falava Aerieerf . Tomou uma golada de água para refrescar a boca e garganta. - Queria ter tido Alexis como meu instrutor, ou alguém com o mínimo de habilidade para transferir conhecimento... – estava a tomar um ensopado - Ele te treinou não foi Láu?
O rapaz conversava com outro sujeito que estava sentado na mesma mesa na qual jantava. Este era jovem, loiro, de cabelo bem liso e penteado, um tanto mais velho que o moreno de cabelos desarrumados.
- Foi sim... Alexis Baltazar. É... Ele é boa gente, muito bom no que faz e tudo mais, é bem paciente... e tem um grande conhecimento de quase tudo que se precisa transmitir para os recrutas. Isso tudo antes mesmo dele ter virado um dos Jarls. - responde o jovem homem, já tinha acabado sua refeição então apenas observava o amigo comer enquanto jogavam conversa fora.
- Tsh... sortudo. – respondeu Aerieerf , um tanto desanimado . Tomou uma colherada do ensopado fumegante, demorou um pouco e então falou:
- Se o cicatriz é tão importante a ponto de ser um Jarl, por que diabos ele ficou de nos treinar!? – indagou enquanto olhava envolta para ver se não havia ninguém espiando a conversa deles.
- Humm, Dami, quem decide quem vai ser o instrutor, assim como qualquer outro cargo aqui dentro é o nosso Grão-mestre.
O Velhote? – tomava outra colherada – E eu que pensava que ele sabia das coisas – suspirou, pensando em algo para mudar o assunto da conversa - Olha, Láu, qual foi sua primeira missão?
- Ah... Vejamos – falou olhando para o nada tentando lembrar-se - Foi uma viagem, faz um tempo já, cinco anos... eu acho... – sorria ao relembrar - tive que pegar uma carga com suprimentos de alquimia para os laboratórios. Foi bem tranquila, nada aconteceu. E... bem... dormi a maioria do tempo, um outro cara que conduziu a carruagem a viagem toda. Depois disso quase não sai mais, sempre gostei de estudar aqui.
Dava para ver só de se olhar para o jovem homem que o que ele falava era verdade, parecia mais um daqueles estudiosos de monastério, magrelo, pálido e com óculos de aro grosso, apresentava escuras olheiras de noites em claro lendo, estudando e aprendendo compulsivamente.
Os dois conversavam sentados em uma das mesas afastados das demais pessoas que lá estavam almoçando. O barulho no lugar era grande, o que de certa forma, os dava privacidade.
- Ah é? Hhumm... Deve ter sido... Emocionante – sem pressa o rapaz rasgou um pedaço de pão e molhou no ensopado. - Hummm... Quer saber, não importa o que o idiota do Cicatriz queria que façamos amanhã, não ligo, eu vou deixar de ser recruta de uma vez por todas, chaga dessa vida, chega de ser o inferior... Depois vou pedir para trabalhar com Alexis e nunca mais dever favor a aquele outro miserável. – falou Aerieerf com um tanto de ódio em seus olhos.
- Dami, quando você não gosta de alguém você não gosta mesmo né? - perguntava gentil jovem o encarando através dos grossos óculos.
- Harg... Tento não deixar tão aparente. – respondeu Aerieerf , desviando o olhar.
Logo o amigo retribui a resposta com uma risada.
O dia seguinte chegou. O fundo do “Armazém” era enorme, muitas árvores enfeitavam o ambiente aqui e ali. Algumas muito velhas, outras muito novas, criando agradáveis sombras contornando os caminhos de terra do interior murado da propriedade. Por lá, pessoas iam e vinham, transportando mercadorias e armas, comida e animais. Caixas e mais caixas se amontoavam em vários lugares em torno do grande estábulo próximo aos muros do local.
Na frente de um grande estábulo de madeira estava Angus que pontualmente esperava seus “pupilos”, escorado em uma das vigas de madeira da construção. Um ou outro iam chegando, mas ninguém tão cedo quanto ele.
Duas das moças, o caçula do grupo, o mais velho também, depois de alguns minutos, nove dos dezessete estavam presentes, dentre eles, Aerieerf e Damon.
Angus limpava seus óculos com o tecido de sua blusa enquanto bocejava despreocupado, rapidamente passou uma vista nos que apareceram. Sem perder muito tempo ele começou:
- Muito bem, vejo que terei que perder meu tempo com muita gente por mais um ano – esta afirmação soou mais como um pensamento que acabou por ser alto demais, começou a rir e balançar a cabeça negativamente - Vejamos, gostaria de dar meus parabéns aos que compareceram, muito embora ninguém veio me consultar ontem. O que foi bom, pude terminar um livro... – mais uma vez pôs seus olhos julgadores sobre o pessoal recém agrupado - Um, dois, três, cinco, sete. Bem é um bom número.
- Nove, Sr. Angus. - Corrigiu Damon.
- Bem, não exatamente, senhor Damon. Estou dispensando dois recrutas. – esta frase acabou gerando surpresa imediata vinda do grupo - Sr. Rufhalo, você está dispensado por ser muito jovem - agora bem mais serio e usando um tom autoritário - Não quero um moleque feito você em trabalho de campo. É agitado de mias, ou eu poderia dizer... Desajeitado de mais. Pode comprometer todo o grupo – falava enquanto encarava muito sério o jovem - Quase reprovado nos exames físicos no ultimo mês... hhum... é isso, vá embora.
O jovem Rufhalo imediatamente demonstrou uma expressão de raiva e desapontamento. Era muito enérgico, aplicado e esforçado, mas era de fato, muito novo no grupo não só na idade, mas em tempo de treinamento, havia se unido a turma a apenas um ano, ao passo que os outros já estavam a pelo menos o dobro de tempo. Não era nenhum recruta genial para se destacar com sua idade e querendo ou não, sabia disso.
- Sr. Angelo, você está dispensado por ser inexperiente, e de longe o menos condicionado fisicamente do grupo.
Embora o instrutor Angus fosse direto, ele falava a verdade, os dois possuíam estas deficiências, e não só era evidente para o instrutor, mas para todos os outros recrutas a dura realidade destes fatos.
- Vamos, podem se retirar. – insistiu o instrutor - Estão dispensados. Se insistirem, vou castigá-los. - falava enquanto acenava para irem embora.
Nenhum dos dois contestou verbalmente, Angelo parecia mais conformado. Ele era tímido demais para falar qualquer coisa na cara de Angus. Muito diferente de Ruffalo, que parecia que iria sair esmurrando as árvores no caminho de volta.
-Melhor sorte ano que vem Pirralho – Aerieerf em tom amigável. Tentou por sua mão no ombro do colega recruta. Mas este desviou-se enquanto passa ele, que estava afastado do resto do grupo.
Angus esperou até que os dois dispensados saíssem de sua vista, acenou para a turma entrar no estábulo, então todos o acompanharam com ansiedade. Arrumou os óculos enquanto virava-se novamente para encarar a turma, então começou:
- Bem, vamos ao assunto. Estão vendo essa carroça?
Estava próximo a grande carroça coberta que ele trouxe de viagem juntamente com seu colega Alexis. O transporte estava no momento sem nenhum cavalo amarrado ao seu eixo. Angus puxa a coberta de couro revelando a enorme forma retangular que estava até então oculta: Uma estrutura metálica que na verdade era uma enorme jaula, com barras de metal negro muito grossas. Seu mecanismo de trava era altamente complexo, não havia cadeado, apenas um grande buraco, onde entraria uma chave e uma barra com vários aros que possuíam correntes igualmente grossas, algo para abrir as duas portas da jaula. Alguém no meio dos recrutas perguntou o óbvio:
- Uma jaula Senhor?
Angus revirou os olhos.
- Bem, como vocês já devem ter estudado. Algumas “coisas” que não são daqui estão aparecendo já a um tempo. E com cada vez mais frequência.
Alguns se impressionaram pelo rabugento instrutor não ter respondido algo como: “Sim, é uma jaula para prender animais, pode entrar por favor...” Ao recruta que havia o questionado.
- Jotuns? – indagou Damon sem pestanejar.
- Exato. - Confirmava Angus sem muita emoção. Seguido de uma grande comoção dos outros presentes.- Fui designado por Nacasiba para caçar um possível Jotun que relataram aparecer em um vilarejo a três dias de viajem.
- Então está explicado por que todo o segredo. Esperei muito tempo para ver um. - Comenta uma das moças para a sua amiga.
- Vocês vão me ajudar a montar a armadilha e transportá-lo de volta para cá... se é que encontraremos realmente ume. Preciso também de mais gente para transportar suprimentos e equipamentos, estas serão suas tarefas. Iremos usar uma rota pouco movimentada e por isso a viagem irá demorar mais um ou dois dias. Quero todos prontos aqui, prontos, ao escurecer. Partiremos às oito horas. – e com pressa concluiu - Estão dispensados.
Os recrutas foram voltando para o complexo, alguns animados, outros assustados, mas com certeza todos os sete estavam muito ansiosos.
Rune - Capitulo 1 - parte 2 - fim.
Última edição por JP Vilela em Dom Mar 03, 2013 7:49 pm, editado 1 vez(es)
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Rune - Capítulo 1: Fim do Treinamento. - parte 3:
- Spoiler:
- Em seu quarto, o recruta Aerieerf reunia coisas para a viagem. Uma humilde bolsa de couro, um tanto mal costurada, com roupas e algumas quinquilharias que gostava de ter consigo quando saia para passar uns dias fora, como sua luneta. Tirava do armário seus pertences: uma apertada cota de malha , uma espada longa com cabo metálico surrado, tinha a pegada envolvida em um tecido rubro macio. Uma adaga simples, caso precisasse cortar algo rapidamente, e um velho mosquete. Era o equipamento básico que os recrutas recebiam durante o treinamento.
O rapaz vestiu a cota por cima da camisa de manga longa cinzenta que já vinha usando, por cima desta, ele veste a camiseta de lã branca, ocultando a área do torço protegida pela cota, mas deixando as mangas curtas metálicas aparentes. Procurava no armário um grande cinto que possuía duas bainhas, uma para a espada outra para a arma de fogo. O encontrando com facilidade o vestiu sobre do ombro direito e passando pelo abdome, o prendendo firmemente. Encaixou as duas armas aos seus respectivos suportes que pendiam os cabos em direção ao sem ombro direito, Joga a alça da mochila sobre o ombro esquerdo e prendeu um cinturão repleto de pequenos bolsos envolta da pélvis. Estava pronto.
Já faria o movimento para sair do seu pequeno cômodo quando se lembrou de algo. O rapaz puxou as golas das vestimentas para tirar um colar que estava usando. Olhou para a joia alguns instantes, de deu um beijo em seu pingente de falando para si mesmo: "Quando voltar as coisas estarão mudadas." O guardou dentro do armário e finalmente saiu do quarto, trancando a porta com sua chave logo em seguida.
Já nas escadas do segundo para o primeiro andar, ele se encontra com o amigo com o qual conversara no jantar do dia anterior. Este estava carregando duas maletas de madeira bem finas. Parecia muito distraído nos seus próprios pensamentos, aparecia até estar tendo um dialogo consigo mesmo, a distração era tanta que quase trombou com o moreno rapaz. Por questão de reflexo não o fez.
- Ah! Dami... – Falou o loiro homem, completamente pego de surpresa - Para onde vo... Ah sim, a viagem. - Logo abrindo um sorrido orgulhoso pelo camarada.
- Hã? Já está sabendo? – indagou um tanto perdido - Perai... Você já tá sabendo?
- Claro, o pessoal no laboratório lá embaixo estavam muito animados hoje cedo. – falou enquanto dirigia-se para a parede adjacente - Eles provavelmente ficaram sabendo antes de vocês.
- Hu.... Certo... se incomoda de acompanhar até os estábulos? – perguntou apontando com o dedão em direção aos lances superiores da escadaria.
- Estábulos? Hu...Eh... Elas não são tão pesadas assim. - O amigável rapaz olhou para as maletas, e de volta para Aerieerf.
- Então, vamos subindo. – falou o rapaz dando um tapa nas costas do amigo, amigavelmente o empurrando e escada acima - Então... o pessoal do laboratório... quer dizer que o Jotun é para lá.
- Provavelmente. Não que eu me envolva diretamente com o setor deles, mas parece que o que havia lá morreu há alguns meses.
- Morreu? Espera um momento. Havia uma dessas coisas lá em baixo? – perguntou surpreso e com a voz mais baixa.
- Havia... Mas eu não cheguei a ver. Mas sei que tinha um por que podia escutar alguns sons muito estranhos nas noites mais silenciosas, coisa de dar medo.
- P*** m****...
Os dois rumaram para fora do complexo.
A noite estava agradável, a lua cheia brilhava com intensidade no céu. E o caminho até o estábulo era bem iluminado com postes com robustas lâmpadas a óleo e algumas tochas lá e cá. Mesmo a noite muita gente ainda transportava mercadorias, arrumando as coisas para o final do expediente, o "Armazém" fechava as oito.
Os viajantes já estavam quase todos reunidos no local designado, ainda faltava um tempo para a hora combinada, e lá estava Angus, pontual como sempre, escorado no mesmo local no qual havia aguardado o grupo de recrutas mais cedo naquele dia, agora fumando tranquilamente um costumeiro cigarro enquanto observava o movimento, seus óculos refletiam as luzes amareladas através do vidro de seus óculos, o deixando com um ar mais canastra do que o que já possuía naturalmente.
As carruagens e carroças estavam sendo preparadas para partir por alguns ajudantes. Os cavalos sendo posicionados, com celas sendo presas as costas, rédeas e cabrestos sendo fixados na cabeça dos animas. Havia algumas pessoas colocando os suprimentos e bagagens dentro dos veículos. Os transportes seriam três ao total: A carroça que já transportava a enorme jaula, outra carroça semelhante com uma caixa de madeira igualmente grande e alguns sacos e mochilas empilhadas, e por fim, uma carruagem que transportaria a maioria dos viajantes.
Quase todos os recrutas presentes tinham as mesmas vestimentas, salve aqueles que possuíam uma maior condição financeira e podiam bancar seus próprios equipamentos e roupas. Esse era o caso de Damon, que vestia uma elegante peça de peitoral leve feita de placas de aço escovado e couro azulado que brilhava reluzente a luz do fogo. Seu mosquete e espada também contavam com detalhes prateados nos cabos e guarda. Ele estava sozinho, sentado em uma caixa lendo algum livro. Não parecia muito empolgado com a viagem. Quando Arrierref e seu loiro amigo chegaram lá, a maioria já estava toda reunida. Angus falava algumas coisas sobre o que os recrutas teriam de fazer durante a viagem, como não o perturbar por exemplo.
- Pff... idiota... – Aerieerf observava o discurso do instrutor ao longe se juntando a mais três recrutas. Voltando a atenção a estes perguntou:
– Então senhores, todos prontos?
- Claro que sim – Respondeu o veterano do grupo. – Eu já estou farto de tentar sair dessa condição de recruta, mas todo ano faço...
- Heitor, você é surpreendente... – brincou Aerieerf com o veterano.
- Ei, vai viajar mais gente? – Perguntou o loiro estudioso enquanto notava a aproximação de mais pessoas.
- Não sei, quem é? – Perguntou Aerieerf, girando a cabeça quase ao mesmo tempo que os outro da rodinha de conversa, para ver quem vinha.
Era um grupo de quatro pessoas que estavam vindo em direção a eles, três com mochilas nas costas e algumas maletas nas mãos, o que indicavam que eram viajantes. Uma era uma senhora, devia ter uns quarenta anos de idade. Ela era uma das enfermeiras do complexo. Junto havia um guerreiro barbudo e mal encarado que poucos conheciam, ele vivia fora, viajando em outras tarefas. Trajava uma pesada armadura de couro embaixo de um sobretudo semelhante ao que Angus vestia. E por fim um casal, um homem bastante alto e muito forte, travava roupas casuais e acompanhava uma moça bem mais baixa que vinha segurando a sua mão.
- Ah, vejamos – comentou o veterano Heitor - Enfermeira Aline, a senhorinha chata... O cara que só aparece para desaparecer novamente, Capitão Gregório e...
- Enfermeira Rachel – Aerieerf cortou a fala do amigo quase que sem perceber.
- Faz sentido levar gente que entende de medicina caso alguém se machuque – comentou o sujeito loiro - principalmente, se tratando de recrutas, mas quem é o anão das montanhas? – brincou.
O novo grupo de viajantes se dirigiu para a carroça que transportaria as bagagens, colocam seus pertences dentro dela. A senhora e o homem barbudo se dirigem para falar com Angus, a moça e o rapaz trocam um rápido beijo e ficam lá escorados na carroça conversando e esperando pela hora da partida.
- Ah, por um segundo, pensava que Gregório iria também – Comentou o Veterano.
- Não teria graça nenhuma a viagem com um animal feito ele ajudando – falou Aerieerf - só iriamos ver ele e o Cicatriz caçando o Jotun... ele só... veio deixar as coisas da enfermeira Rachel.
- Engraçado, ver como um cara feito ele consegue pegar uma moça como a enfermeira. Eles estão juntos a quan...
- Quatro messes, três semanas e cinco dias. - Suspirou profundamente desanimado Aerieerf.
Os dois amigos saem de perto dos outros, o loiro branquelo queria falar alguma coisa para o camarada.
- Dami... já que eu estou com essas maletas aqui... eu já ia esquecendo.
- Esquecendo? O que? – perguntou o moreno rapaz enquanto observava o ambiente.
- Espera um segundo. – o estudioso abriu uma das maletas que carregava e de lá tirou um pequeno e comprido frasco tampado por uma rolha, contia um curioso liquido amarelado que brilhava contra a luz das tochas mais próximas.
O rapaz olhou para o frasquinho e instantaneamente fez uma cara de repulsa.
- Ah... a não. Láu, não...
- Vamos Dami, é um presente de boa sorte. -sorria gentilmente o loiro sujeito, entendendo a mão na qual o pequeno frasco repousava centrado em sua palma.
Aerieerf o encarava com desaprovação.
- Láu, você por acaso se lembra o que aconteceu quando eu fui cobaia dessas suas malditas formulas malucas? – falava enquanto cruzava os braços e dava um passo para trás.
- Dessa vez vai ser diferente! Eu prometo. Já testei esta nova fórmula em mim mesmo. – falava orgulhoso de sua pesquisa.
- Sei, e por acaso você ficou de cama por três semanas? – indagou inda bravo.
- Não, funcionou! – falou o loiro sujeito, mas agora desviando o olhar do amigo - Mas com a metade da eficiência planejada.
- Humhum.... – continuava descrente.
E, bem... Você se recuperou rapidamente da ultima vez. – ria um tanto constrangido – Vamos lá, não se esqueça que você vai encontrar um Jotum. Toda ajuda é bem vinda nessas horas Dami...
Pff... – riu o rapaz ainda se fazendo de durão – Três semanas, não se esqueça disso. - Falou enquanto pegava o pequeno frasco com raiva, um tanto relutante, ainda lembrando-se dos problemas em que havia entrado por causa da alquimia do amigo.
Alguns minutos se passam até que todos estejam prontos. Vagalumes agora brilhavam diminutos naquela quente noite. Vendo que já estava na hora, Angus arrumou a postura e começando a falar:
- Bem, todos aqui. Como podem ver, teremos companheiros de viagem – estendeu a mão em direção ao pequeno grupo de pessoas - Provavelmente todos conhecem a senhora Aline, nossa enfermeira chefe. Nacasiba insistiu que eu a levasse caso algum acidente ocorra. Esta é a Senhorita Yara
Angus apontou para a moça que estava de mãos dadas com o enorme homem, junto da enfermeira chefe. Rachel Yara era uma jovem e bela enfermeira. Sua pele “vermelha” e cabelos de um castanho escuro eram traços de uma verdadeira nativa das tribos selvagens das matas de Lyverith, mas os bonitos olhos azuis criavam um exótico contraste, já que o povo daquela etnia sempre possuía íris de um negro muito profundo.
Angus só chamava as outras pessoas pelos seus sobrenomes, ele continuava:
- O senhor Gonzalo também nos ajudará, com armadilhas e coisas do tipo – agora se dirigindo ao misterioso barbudo - Espero que todos estejam com tudo que precisam na mochila. Não vou esperar mais ninguém, partiremos imediatamente, como eu disse, oito horas. Se alguém tiver de voltar para pegar algo, fará mais um ano de treinamento. – deu uma pausa para jogar a bituca de cigarro longe. - Se acomodem na carruagem, ou na carroça. Vou precisar de mais alguns cavalos adicionais então quem quiser pode escolher um daqueles - apontou para alguns animais prontos para a viagem amarrados a uma viga - Não mais que quatro. Estamos entendidos?
Sem muita cerimônia e depois de uma breve despedida, todos se acomodaram e os transportes começaram a rumar noite a fora, saindo dos muros do complexo.
Rune - Capítulo 1: Fim do Treinamento - fim.
Última edição por JP Vilela em Dom Mar 03, 2013 7:50 pm, editado 1 vez(es)
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Olhando por cima, parece bem escrito
Eu estou com preguiça de ler, pois não sei sobre o que é...
Você não tem alguma sinopse do seu roteiro?
Se tiver, é bom colocar...
Pois acho difícil pararem para ler algo sem ao menos saber sobre o que se trata.
Uma dica:
Coloque seus capítulos entre spoilers.
Deixa o tópico menor e mais organizado.
At.
Eu estou com preguiça de ler, pois não sei sobre o que é...
Você não tem alguma sinopse do seu roteiro?
Se tiver, é bom colocar...
Pois acho difícil pararem para ler algo sem ao menos saber sobre o que se trata.
Uma dica:
Coloque seus capítulos entre spoilers.
Deixa o tópico menor e mais organizado.
At.
ChenLong- Mensagens : 644
Data de inscrição : 18/05/2012
Idade : 35
Localização : Rio Grande do Sul - RS
Re: Rune - Capítulos.
ChenLong escreveu:Olhando por cima, parece bem escrito
Eu estou com preguiça de ler, pois não sei sobre o que é...
Você não tem alguma sinopse do seu roteiro?
Se tiver, é bom colocar...
Pois acho difícil pararem para ler algo sem ao menos saber sobre o que se trata.
Uma dica:
Coloque seus capítulos entre spoilers.
Deixa o tópico menor e mais organizado.
At.
Muito bem lembrado. xD
* Vou editar aqui quando tiver adicionado a sinopse lá encima.
*Pelo visto não dá para editar o primeiro post, o que é uma pena, então vou postar aqui e depois pedir para um poderoso ADM/Moderador por a descrição lá encima.
Rune - O que é? / Do que se trata.
- >Bem, rune, bem sucintamente é uma história que eu gostaria de ler. Uma salada de frutas de um bocado de referências com meus devaneios pessoais. Um universo que venho construindo a um bocado de tempo.
- > Rune trata da história dos Aesir. Um misterioso povo que tenta preservar sua cultura em um mundo que está passando por diversas mudanças. A maneira com que os Aesir vão lidar consigo mesmo e com os inimigos de seu povo. A história se passa na maior parte das vesse sobre a ótica de um ex-recruta do Sedoc, uma complexo subterrâneo localizado em Lyverith, uma colônia no novo mundo.
- > Possuiu muitas referências e influências de mundos fantásticos, e do bom e velho RPG. Sério, não consigo me afastar do gênero fantástico, é algo que tenho muita paixão. E também referências de períodos históricos do nosso mundo.
O gênero predominante seria aventura, mas não gosto de me limitar apenas a focar nele, quero que a aventura seja o alicerce, mas a ação, romance, suspense.. comédia... e... terror façam parte da mistura também.
Mas a ambientação não é medieval, e sim em um período histórico mais avançado: As colonizações. Nunca se perguntou como seria um mundo onde os elementos fantásticos de um RPG ainda existem ao mesmo tempo em que grandes navegações, pólvora e tecnologia a vapor também são uma realidade?
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
parece bom quando tiver tempo vou ler com calma ^^
edvan hug- Mensagens : 320
Data de inscrição : 25/05/2012
Localização : MORO NO INTERIOR DE MINHA CASA!!
Re: Rune - Capítulos.
edvan hug escreveu:parece bom quando tiver tempo vou ler com calma ^^
Boa leitura Edvan!
Se possível depois diz ai o que você achou.
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Rune - Capítulo 2 – Um Vilarejo e uma Besta - Parte 1
- Spoiler:
- A estrada ao sul revelava uma geografia ondulada de morros e vales de vegetação árida, seria por este cenário seco que a caravana viajaria até seu destino, até um povoado afastado da grande rota central de comercio da região. Tal rota cruzava Setecolinas, a cidade de onde partiram, e se estendia por toda a colônia e além de suas fronteiras, era uma grande estrada de terra, mais larga que as comumente vistas interligando simples cidades e vilarejos. Esta em específico era sempre sinalizada com pequenos obeliscos vermelhos a cada quinhentos metros, esta grande estrada também era conhecida como Rota Escarlata, um dos primeiros grandes caminhos criados, continente adentro dês dos tempos do descobrimento de Lyverith.
Muito diferente da rota que a caravana tomava, cheia estradas estreitas e atalhos mata adentro, cheias de uniformidades, buracos e pedras faziam com que as carroças e carruagens andassem de maneira nada suave durante todo o trajeto. Mas tirando os estorvos de caminhos sem o mínimo de manutenção, o passeio acabou sendo muito tranquilo, avançavam até um local apropriado onde paravam e comiam, descansavam um pouco e voltavam para a estrada. A vegetação e a paisagem mostravam a transição de altitude. Gradativamente o ambiente ia ganhando mais e mais caraterísticas de clima árido ao longo do percurso, com uma vegetação seca e rasteira, plantas cheias de espinhos, pouquíssimas propriedades rurais, pouco gado, uma terra de ninguém, onde o marrom claro e tons alaranjados eram as cores predominantes.
Durante a jornada, Angus se manteve reservado a condução da grande carroça que transportava a jaula, juntamente com o barbudo senhor Gonzalo. Os demais transportes eram guiados pelos recrutas, que, assim como foram ordenados, só faziam o acompanhar. Estes também andavam a cavalo, revezando em ponto de parada em ponto de parada. A dupla de enfermeiras que acompanhava a caravana estava na carruagem com o resto do pessoal. Salve para dormir e comer, alguns dos viajantes nem chegavam a sair de seus lugares, alguns por preguiça, outros eram mais como Damon, que estava entre os que quase não optava por conduzir os transportes, ele continuava sempre a se distrair lendo livros. O recruta Aerieerf não se dava bem com os animais, então nem fazia questão de trocar seu acento dentro da carruagem por uma sela lá fora no calor. O rapaz sabia cavalgar bem, aprendeu o suficiente durante o treinamento, mas preferia ir a pé para os lugares a subir nas costas de um equino, se a ele esta opção fosse oferecida.
- Isso não é verdade senhor Heitor - falava a jovem enfermeira de olhos claros - Vejamos, conheço quase todos aqui – examinava os rostos que a acompanhavam na carruagem – E pelo que percebi, parece que quase todos vocês são descuidados ao máximo, vivem na enfermaria - comentava de maneira inocente enquanto sorria - Menos o senhor Damon, não tive que costurar ele uma vez se quer - completava com gentileza enquanto olhava para o rapaz de pele escura.
Rachel estava a conversar já há alguns minutos com o “Veterano” Heitor. A moça já estava começando a se sentir mais à vontade no meio dos recrutas, e falava tranquilamente. Bem diferente da postura introvertida que havia assumido durante quase todo o primeiro dia de viagem quando havia notado que ali só havia rostos “estranhos”, nenhuma pessoa com mais intimidade do que algum rápido tratamento na enfermaria.
Ela sempre foi uma moça muito gentil com os outros, sempre disposta a ajudar e que dês de pequena tinha um talento natural para a medicina. Ela era uma das seis jovens enfermeiras recém-formadas do Sedoc, a de se notar que ela foi a que mais se destacou. Já falavam por ai que ela seria sem sombra de dúvidas a próxima chefa do setor assim que a senhora Aline se aposentasse.
- Ah, por favor, ele é uma pessoa que não gosta de assumir riscos senhorita enfermeira, de nenhuma natureza... Aparentemente - debochava o veterano dos recrutas.
Damon apenas o respondeu com um olhar sério, e rapidamente voltou a sua leitura. Heitor sorria.
- Mas isso que você falou da gente se machucar é bem normal senhorita Rachel – continuava o veterano – Veja, é que o povo gosta de se ralar um pouquinho de propósito só para ver as belas enfermeiras que o Sedoc possui... – brincava, acenando com a cabeça em direção a Aerieerf, incriminando o colega que estava sentado ao seu lado.
O rapaz estava quase cochilando enquanto, de braços cruzados, em quanto escutava a conversa dos companheiros. Não o suficiente para deixar de notar que havia sido alvo da indireta.
- Então é isso que você pensa Veterano? – perguntou ainda de olhos fechados - De todos nós?
Abriu os olhos castanhos enquanto se espreguiçava, via que ao seu lado havia o colega Veterano, adjacente a este estava Damon. A sua frente estava a senhora Aline, a enfermeira chefe, e do lado dela, a senhorita Rachel.
- Hhumm.. Você ouviu isso? – perguntou para a moça - ... Se eu fosse você ficaria preocupada com esse tipo de gente Rachel ...
A enfermeira retribui com um sorriso envergonhado.
Agora que havia sido incomodado pelo colega, Aerieerf sentia que seu sono havia sido afugentado, se esforçando para fazer uma expressão amigável, resolveu entrar na conversa.
- Então... Falando em machucados, nos diga uma coisa DeValence, como foi que você perdeu esse seu dedinho? – Perguntava Heitor ainda querendo puxar conversa.
Aerieerf o fitou por uma fração de segundos, então levantou a mão esquerda à altura da face, revelando que não possuía o dedo mindinho. O rapaz olhou para o companheiro e sorriu.
- Isso? Não foi para ganhar um beijo das enfermeiras, se é isso que você quer saber Heitor...
- Foi um acidente de treinamento? – Perguntava Rachel interessando-se.
Era um tanto comum para a moça ver principalmente recrutas com cortes nos dedos, resultantes de acidentes de treinos de esgrima com espadas com corte, mas não dedos decepados.
- Ah... Nã... não – desmentia o rapaz – Isso foi... quando eu era pequeno... foi um acidente bem bobo.
- Bobo? Você deve ter chorado como uma menininha DeValence, a final de contas, é um dedo. Deve ter sangrado muito...
- É... Mas não me lembro de muita coisa... já faz bastante tempo – falava o rapaz enquanto com o indicador direito apalpava a superfície lisa da cicatriz onde seu dedo mindinho esquerdo deveria estar.
- Bem, se é que vamos encontrar com um Jotun... – intrometeu-se na conversa um recruta que estava sentado do lado de fora, conduzindo a carruagem - Ai eu quero ver quem vai se arriscar com uma daquelas coisas apenas pra ganhar um beijinho nas feridas. Vão acabar em pedaços. Nesse ponto – falava em tom jocoso como os colegas – eu faria como Damon e não tomaria riscos também. - ria.
Rachel, Heitor e Aerieerf se entreolharam e logo ficaram sem muito assunto. Voltaram suas atenções para outras coisas.
- Humm, um Jotun... - suspirou Aerieerf , enquanto se arrumava para cochilar olhando o cenário que lentamente passava pela janela a sua frente.
Sentia um frio na barriga toda vez que pensava que poderiam mesmo ter de lidar com algo do tipo logo em breve.
Então, até este ponto viagem tinha se desenrolado muito bem, nenhum imprevisto, ou empecilho. As estradas pelas quais a caravana vinha viajando também eram conhecidas por serem assombradas por assaltantes. Dois dias se passaram, e no final da tarde do ultimo, o vilarejo podia ser visto a distância, um tanto quanto destacado pelo alaranjado por do sol.
O local no qual acabaram de chegar era um assentamento extremamente simples. Pouquíssimas casas eram feitas com pedra, a grande maioria era erguida com barro e telhadas com folhas secas de palmeira, todas edificações se agrupavam em ambos os lados de uma estrada de terra que se bifurcava bem aonde havia uma estalagem, pelo visto, o centro do vilarejo. Apenas as residências mais afastadas tinham uma melhor estrutura, provavelmente eram dos donos das fazendas e, consequentemente, as demais eram de seus trabalhadores.
Uma mata um tanto mais alta circundava a vila, mas nada muito extenso. A agricultura local deixou apenas um pouco do que era uma parte da densa floresta tropical que se estendia mais ao longe, onde o sol se punha sob a copa das altas arvores.
A caravana foi se aproximando lentamente, e chamando a atenção de qualquer um dos moradores locais que a via.
Chegando ao centro, eles estacionaram os transportes em frente à estalagem. Todos desceram dos transportes, alguns dos viajantes se alongavam, se espreguiçando da longa travessia. Angus jogou fora a bituca de cigarro que tinha na boca enquanto entrava na estalagem com Gonzalo o acompanhando. O local era humilde ao máximo. Algumas mesas e cadeiras espalhadas no pequeno salão. Um balcão com algumas coisas para vender, que levava para uma cozinha aos fundos. Os dois viajantes entram procurando por alguém.
- Então, estou procurando pelo dono, digo, líder do vilarejo. – falou o forasteiro de cicatriz na testa, se dirigindo para uma das atendentes do lugar.
Sem querer muita conversa, ela o apontou para uma das grandes casas perto das fazendas. Angus agradeceu com pressa e se dirigiu ao local.
Pessoas vindas do nada começavam a fazer perguntas aos recrutas. Os moradores do vilarejo provavelmente já estavam esperando por ajuda, pois pareciam desesperados. Perguntavam de onde a caravana vinha. Perguntavam o que estava acontecendo, o que estava causando as coisas que vinham vivenciando nas ultimas semanas. Vendo toda a comoção, o instrutor com pressa se dirigiu a concentração de pessoas, com seus largos ombros e mãos grossas foi abrindo caminho na pequena multidão sem muita delicadeza. Subiu em uma das rodas da carruagem ganhando altura na multidão, apoiando-se sem esforço com apenas umas das mãos em uma viga de madeira da lateral do veículo, começou a falar em alto e bom som:
- Peço para se acalmarem! – urrou – Somos... prestadores de serviço. Estamos aqui para tentar resolver essa situação o quanto antes – agora já em um tom mais calmo, pois havia conseguido a façanha de calar a multidão com um berro - Sinto não poder falar muito mais que isso no momento. Preciso falar com o representante de vocês antes de tomar qualquer ação, isso o quanto antes. Então vou me dirigir a casa desse - falou saltando de onde entestava. As pessoas não se contentavam e insistiam nas perguntas. - Eu quero que vocês fiquem aqui tomando conta das carroças! – ordenou aos recrutas. - Sr. Gonzalo, por favor. - gesticulou para que o barbudo o acompanhasse.
Os dois se dirigiram a grande propriedade, esta possuía uma entrada bonita, com muitas flores e arbustos ornamentais. Sem nenhuma delicadeza, o instrutor bateu forte na porta. O som da madeira sendo quase socada era no mínimo alarmante e não demorou muito para uma serviçal de meia idade o atender.
- Pois não Senhores? - perguntou parecendo assustada com a agitação.
- Estamos aqui para ver seu patrão senhorita, é um assunto urgente. - Falou Angus entrando casa adentro para surpresa da mulher.
- Ah... senhor, por favor... o..
- É um assunto urgente. - repetiu Angus sem paciência, com um tom ainda mais autoritário.
Apenas o seu frio olhar foi o suficiente para convencer a mulher de que o assunto era sério.
- Um... hum... um momento.
A mulher virou-se e saiu para chamar o patrão. Ela provavelmente deveria estar no mínimo aterrorizada com a invasão daqueles sujeitos nem um pouco amigáveis. Não demorou muito das escadas desceu um homem de meia idade, barrigudo, levemente grisalho e com uma barba bem feita. Ele vinha reclamando com a mulher até que se calou com um susto quando deu de cara com os dois sujeitos próximos à porta de sua casa.
- Mas o que diab... – falou transtornado até que parou mais uma vez e reconheceu o rosto mal encarado do homem barbudo - Ah, Sr. Gonzalo – abriu um suado sorriso - Que bom que está de volta... Por que demorou? - perguntou com um pouco de aflição na voz.
- Tive de enfrentar certa burocracia, principalmente para conseguir o material para caçar. – Gonzalo respondeu com uma voz do retumbante, tinha um tom muito grave, era bem grossa e um tanto rouca.
- Burocracia? – indagou o homem barrigudo - Para arrumar um bando de jagunços para caçar uma droga de um animal? – perguntava nervoso.
- Eles são muito mais do que isso. Tenha respeito com o que fala. - Gonzalo falava com seriedade, sempre estava sério.
O semblante dele era o de quem não gostava de brincadeiras.
- Bem, estamos aqui para falar algumas coisas com o senhor. - interrompeu Angus, puxando uma folha de papel do bolso e começando a improvisar um cigarro. - Para trabalharmos, quero primeiro a colaboração total do senhor, da população e dos seus guardas. - puxava um saquinho com fumo de outro bolso. - Ah, e, por favor, peça para eles pararem de apontar essas armas para nós.
Do lado de fora havia quatro homens armados com mosquetes mirando nas costas dos viajantes.
- Está tudo bem. - falou o líder, depois de uma breve pausa. Gesticulava para os empregados baixarem as armas de fogo. - O que precisam?
- Do que eu já disse, que você, a população, e seus empregados colaborarem. Hum... Quero um tempo para nos prepararmos... e quero também discutir o pagamento.
- Ah, mas que diabos! Pagamento?! Gonzalo você disse qu..
- Meu homens vão comer e dormir bem hoje – Angus levantou a voz - depois que o trabalho tenha sido feito. Quero todas as despesas deles pagas. Isso é já é um bom começo...
- Vocês não vão começar a trabalhar agora? - Já estava começando a ficar vermelho.
- Talvez... – respondeu o instrutor com indiferença.
- Gonzalo, quando eu te chamei, não queria um negro me dizendo o que fazer. –
O senhor Gonzalo se mantinha sério e silencioso fitando o gordo homem.
- Sr. Gonzalo é nosso assistente. O negro aqui e seu “bando de jagunços” são quem vão dar fim aos problemas que sua barriga e seus funcionários despreparados não conseguem. Ah e olha só, o exercito vai esperar que todos vocês estejam mortos antes de pensarem em passar por esse fim de mundo meu senhor... – completou riscando um fósforo e acendendo o recém-feito cigarro.
- Que seja. – falou o líder do vilarejo, trancando os dentes - O que quer que eu fale para as pessoas? - parecia profundamente ofendido
- Bem, quero que todos fiquem dentro de suas residências. O tempo inteiro. Não quero uma viva alma andando pelas ruas. Quero que o senhor se tranque aqui – então soltou uma baforada de fumaça pelas ventas -Não houve ataques as residências correto? Nós faremos o nosso trabalho. Mas antes, quero um guia, alguém que sabe das coisas por aqui.
- Certo. - Ele aponta para um dos rapazes que estavam do lado de fora. - Quero meus problemas resolvidos.
- Temos um acordo Sr.... Lider – sorria enquanto dava uns fortes tapinhas no ombro do gordo senhor - Sabemos bem o que estamos fazendo - falava Angus saindo subitamente da residência. – Você, venha comigo. – se dirigindo ao empregado indicado.
Os três vão saindo da grande propriedade, voltando para a caravana.
– Então, como estão as coisas por aqui? – perguntou Angus.
- Ah... muito mal, isso nunca aconteceu antes. – respondia o simples sujeito – Digo, já tivemos ataque s de grandes animais selvagens lá da floresta, mas isso está completamente errado. É como se as Histórias estivessem certas...
- É. Sei como é. Sr. Gonzalo já esteve por aqui há alguns dias, para analisar as evidências do que estamos para caçar hoje a noite. Dês da ultima visita dele até agora aconteceu mais alguma coisa?
- Na.. quer dizer, até agora não, temos metade dos nossos cavalos, mas vacas todas morreram. Parece que a que a sobre viveu a um ataque passou alguma doença para as outr..
- Onde estão esses cadáveres? - o instrutor demonstrava preocupação na voz.
- No curral, não tivemos o que fazer, e ninguém quer chegar perto. – Fala o rapaz mais desconfortável do que antes. – Isso... isso... isso é uma maldição!
- Certo... Gonzalo. Quero que você queime esse curral, e você, vá ajudar ele a por fogo no lugar.
O jovem sujeito parou e fitou o viajante por uma fração de segundos, então foi se pronunciar:
- Mas...
- Alguma pessoa ficou doente? - pergunta Angus ao guia enquanto o trio chegava à caravana.
- Não senhor, só temos desaparecidos até o momento.
- Isso é bom, mas não podemos nos arriscar. Senhora Aline... - procurava pela enfermeira aos gritos - Senhora Aline?
- O que foi Angus? - respondeu enfermeira saindo da carruagem com malas nas mãos.
- Quero que você e a senhorita Yara procurem sinais de infectados por aqui. Mande todos tomarem os remédios... se nós tivermos o bastante para dividir com eles.
- Ah, entendo. Rachel! Vamos menina! – Fala ela para a enfermeira mais jovem que estava a conversar com as outras moças do grupo.
- Você disse que uma vaca sobreviveu. Alguém viu o ataque?
- Si... Sim, se me acompanhar posso mostrar quem é.
- Muito bem. – falou Angus arrumando seus óculos – Sr. Gonzalo, comece os preparativos, use quantos recrutas quiser para ajudá-lo.
Gonzalo acenou com a cabeça e começou a chamar os recrutas mais fortes para a tarefa. Enquanto isso Angus rumou com o empregado até a casa da suposta testemunha. Lá eles chegam, e sem nenhuma delicadeza, o instrutor bateu com violência na porta.
- Mas que porcari... – gritava lá de dentro um homem calvo que ia abrindo a porta.
- Meu senhor esse homem está aqui para falar com o senhor sobre a besta que você viu atacar a vaca no outro dia – fala com um tom mais gentil o empregado.
- Ah, sim, então... Ele é um dos homens que o Sr. Vilas falou que viriam? Entre. - o velho ficou animado com a visão de Angus, suas vestes e sua atitude não eram nada de alguém da vila.
Enquanto isso, Aerieerf e o veterano estavam acompanhando tudo a distância. Eles vinham devagar.
- DeValence, você sabe que...
- Shhhh.. o Cicatriz tem bons ouvidos, quero saber o que está acontecendo – Falava o rapaz se encostando na parede embaixo de uma janela da casa simples na qual os outros dois acabaram de entrar. Ele põe a cabeça para cima, e vê o homem calvo se sentando em uma cadeira de balanço enquanto respondia as perguntas de Angus:
- ...coisa grande. Se mexia no escuro, mas dava para ver alguns detalhes. Era muito estranho, era como se tivesse uma luz fraca em alguns pontos. Pernas enormes, e fazia um som assustador. Eu nun...
- Nunca viu uma coisa assim antes. Sei como é. Bem, quero saber qual era o tamanho. Deu para se ter uma ideia?
- Ahh... era maior que um cavalo, mas passaria disso... não... Não sei bem meu filho, aconteceu tudo muito rápido.
- Humm, com que frequência os ataques ocorreram? - cruzava os braços enquanto fitava o velho e o guia.
O dono da casa e o empregado se olharam com, hesitação o ultimo respondeu:
- Quase toda semana. Mas todos que entram nas matas acabam não voltando.
- Huhum, e essa semana? Já aconteceu algum?
- Não.
- Isso é perfeito. – sorriu Angus, dando uns tapinhas na madeira da parede.
Parecendo que a conversa estava acabando, Aerieerf e o colega iam discretamente se afastando da casa. Não foram muito longe até darem de cara com Damon.
- Muito bem. Temos um Jotun maior que um cavalo. - falou o veterano com orgulho por xeretar.
- Isso não é nenhuma novidade para mim. Enquanto viajávamos estava estudando sobre o assunto, e nenhum menor do que isso foi documentado até então – respondeu o rapaz de armadura prateada, com seu costumeiro tom seco impregnando cada palavra – Em vez de vocês dois fazerem algo útil, como montar as malditas armadilhas, ficam fuçando por ai.
- Fuçando por ai... Bem, isso não é nenhuma novidade vinda do senhor, Sr. Aerieerf, e do senhor, Sr Heitor. – falava Angus inspirava descontentamento e pegando todos os três de surpresa - Suas reputações os precedem meus senhores... Bem, quero vocês seguindo as ordens do Sr. Damon por enquanto.
Os recrutas realmente não esperavam que seu instrutor aparecesse logo ali, como se já os tivesse rastreado a muito tempo atrás.
Enquanto Angus falava, Heitor olhava para Aerieerf com implicância em sua expressão, provavelmente o culpando pela bronca, esse olhava para Damon com repúdio estampado em sua face.
- Sr. Damon, quero que reúna os cavalos restantes da cidade próximos aonde o Sr. Gonzalo está trabalhando.
- Vocês ouviram o instrutor. Sigam-me. – Ordenou Damon, mantendo o tom com os companheiros enquanto partia imediatamente para o primeiro animal que via.
- Arg! Eu mereço... – comentava Aerieerf baixinho consigo mesmo.
Rune - Capítulo 2 – Um Vilarejo e uma Besta - Parte 1 - fim.
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Então, faz um tempinho que não mecho nesse tópico por que tô com preguiça de revisar mais capítulos e partes. E também por que ninguém deu um feedback até agora. Então enquanto a coragem para revisar mais coisas não chega, vou postar aqui uma lista com alguns dados de personagens, na ordem em que são apresentados durante a história. o/
Rune - Lista de personagens
Capítulo 1:
* Damião DeValence Aerieerf
--------------------------------------
* Gabriel Èst Damon
--------------------------------------
* Junnas Alexis Balthazar
--------------------------------------
Imman Angus
Bem, por enquanto é só. Depois junto todas as fichas em um post só BEEM no futuro. xD
Até mais
Rune - Lista de personagens
Capítulo 1:
* Damião DeValence Aerieerf
- Spoiler:
- - Recruta do Sedoc, juntou-se aos Aesir a dois anos atrás. Com o tempo, foi tornando-se notório o potencial do rapaz, muito competente em executar tarefas e com bom senso de improvisação, ele se destaca entre os novatos, mesmo mantendo uma atitude rebelde e antipática perante seu instrutor.
Idade atual: 20 anos - Altura: 1,75 - Pele: Morena - Olhos: Castanhos - Cabelo - Castanhos.
Naturalidade - Colônia Norte de Lyverith (província de Valence)
--------------------------------------
* Gabriel Èst Damon
- Spoiler:
- - Recruta do Sedoc. É um Aesir de nascença. Dês de pequeno sempre foi um jovem dedicado e muito bem instruído. Destaca-se por ser um hábil atirador e atleta, possui uma grande senso de estratégia, porém se mantem distante dos demais recrutas.
Idade atual: 19 anos - Altura: 1,80 - Pele: Escura - Olhos: Negros - Cabelo - Negros.
Naturalidade - Colônia Norte de Lyverith (Cidade de Setecolinas)
--------------------------------------
* Junnas Alexis Balthazar
- Spoiler:
- - Um dos dois atuais Jarls do Sedoc. É um homem amigável, imigrante de Lithilien juntou-se aos Aesir quando era jovem. Por suas diversas habilidades e destrezas, rapidamente galgou sua passagem até o topo da hierarquia do local, chama a atenção por sempre levar consigo um belo cinturão com várias adagas.
Idade atual: 41 anos - Altura: 1,78 - Pele: clara - Olhos: Âmbar - Cabelo - Castanho claro.
Naturalidade Lhinnet - (Cidade de Lascorde)
--------------------------------------
Imman Angus
- Spoiler:
- - Um dos dois atuais Jarls do Sedoc. É um homem rude, quando muito jovem, ganhou sua liberdade depois que seus "donos" foram mortos por um membro do Sedoc, como gratidão, escolheu se juntar aos Aesir. Sua natural habilidade em combates o tornou um grande soldado. Mas acabou por se tornar instrutor do mais novo grupo de recrutas. O que o deixa muito frustrado.
Idade atual: 29 anos - Altura: 1,86 - Pele: Escura - Olhos: Negros - Cabelo - Preto.
Naturalidade Colônia Sul de Lyverith - (Minas de Penhasco Cinza)
Bem, por enquanto é só. Depois junto todas as fichas em um post só BEEM no futuro. xD
Até mais
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Mais fichas o/ xDDD
Rune - Lista de personagens
Capítulo 1:
* Laurence Keltham
------------------------------------------------
* Heitor Radhanes
------------------------------------------------
* Gregório DeVale
------------------------------------------------
* Rachel Yara / Ayr'Naarae
Rune - Lista de personagens
Capítulo 1:
* Laurence Keltham
- Spoiler:
- - É um sujeito bem pálido, sempre anda por ai com um olhar cansado. Não é de muitos amigos, e geralmente gosta da solidão. É extremamente inteligente é um bom estudioso e alquimista. Trabalha em diversos projetos dentro dos laboratórios do Sedoc. Tem uma fama de tentar criar novos compostos para melhorar a performance de guerreiros em combate, mas que sempre acaba com experimentos catastróficos.
Idade atual: 25 anos - Altura: 1,70 - Pele: branca - Olhos: Castanhos escuros - Cabelo - Loiro.
Naturalidade - Algum lugar de Lithilien
------------------------------------------------
* Heitor Radhanes
- Spoiler:
- - Recruta do Sedoc. Também é conhecido como o "Veterano" por que tenta se tornar um membro oficial do Sedoc a vários anos, mas sempre cometia algum tipo de deslize que o impedia de se graduar. Sempre foi um sugeito beberrão e fofoqueiro, que deixa as coisas para a ultima hora.
Idade atual: 28 anos - Altura: 1,85 - Pele: morena - Olhos: Negros - Cabelo - Negro
Naturalidade - Colônia Norte de Lyverith (Cidade de Setecolinas)
------------------------------------------------
* Gregório DeVale
- Spoiler:
- - Capitão do grupo das Feras. É um proeminente guerreiro, sua estatura e força são notáveis. É chamado de "O Animal" pela selvageria e brutalidade exercida quando entra em combate. Um homem justo porém ríspido, que rapidamente tornou-se notório dentro do Sedoc.
Idade atual: 28 anos - Altura: 2,11 - Pele: morena - Olhos: Negros - Cabelo - Negro
Naturalidade - Colônia Norte de Lyverith (Província de Vale)
------------------------------------------------
* Rachel Yara / Ayr'Naarae
- Spoiler:
- Enfermeira do Sedoc. Rachel é filha de uma nativa das florestas de Lyverith com um Aesir de Norglast, e possui uma grande habilidade com medicina, aprendeu tanto técnicas de cura de seu povo, estudos de medicina tradicional e conhecimentos rúnicos dos Aesir a tornam uma curandeira excepcional, inclusive pela sua idade. Muito gentil e prestativa, ela é querida por todos.
Idade atual: 22 anos - Altura: 1,65 - Pele: avermelhada(indígena) - Olhos: Azuis - Cabelo - Castanho escuro.
Naturalidade - Colônia Norte de Lyverith (Tribo Ayrevase)
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Gostei da sua forma de escrever.
Pelo que notei, até o final da 1º parte do capítulo 2, ainda não há alguma cena de ação?
Posso estar errado, pois só li realmente a primeira parte do capítulo 1.
E dei uma olhada rápida pelas outras partes.
Mesmo com tanto escrito, está a recém no cap. 2
Não posso reclamar da falta de ação também kkk
Particularmente eu não tenho muita paciência para ler tanto sem ver alguma ação.
Aposto que seu roteiro seria ainda melhor ilustrado.
Aos poucos vou tentando acompanhar, espero ver bons combates em breve
At.
Pelo que notei, até o final da 1º parte do capítulo 2, ainda não há alguma cena de ação?
Posso estar errado, pois só li realmente a primeira parte do capítulo 1.
E dei uma olhada rápida pelas outras partes.
Mesmo com tanto escrito, está a recém no cap. 2
Não posso reclamar da falta de ação também kkk
Particularmente eu não tenho muita paciência para ler tanto sem ver alguma ação.
Aposto que seu roteiro seria ainda melhor ilustrado.
Aos poucos vou tentando acompanhar, espero ver bons combates em breve
At.
ChenLong- Mensagens : 644
Data de inscrição : 18/05/2012
Idade : 35
Localização : Rio Grande do Sul - RS
Re: Rune - Capítulos.
ChenLong escreveu:Gostei da sua forma de escrever.
Pelo que notei, até o final da 1º parte do capítulo 2, ainda não há alguma cena de ação?
Posso estar errado, pois só li realmente a primeira parte do capítulo 1.
E dei uma olhada rápida pelas outras partes.
Mesmo com tanto escrito, está a recém no cap. 2
Não posso reclamar da falta de ação também kkk
Particularmente eu não tenho muita paciência para ler tanto sem ver alguma ação.
Aposto que seu roteiro seria ainda melhor ilustrado.
Aos poucos vou tentando acompanhar, espero ver bons combates em breve
At.
Alguém leu! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEWWWWWWWWWWWUUUUZZZZZZZZ!!!!1111onze xDDD
Isso é verdade. Ainda não teve ação. Você não foi o único a reclamar disso. E acho que um prólogo com muita porrada deveria ter sido inserido antes do Cap 1 para mostrar como é o clima dos momentos com mais ação na minha história. Você está correto, a porrada só começa agora na parte 2 do cap 2, que eu ainda estou para revisar.
Sim, ia ficar mesmo. Estava até pensando em uma ilustração no início dos capítulos e uma gravura rascunhada a cada "parte" de capítulo. Mas por enquanto ainda não tomei essa iniciativa, mas inevitavelmente, vou acabar fazendo para todos. xD
Muito obrigado por estar acompanhando. Criticas são muito bem vindas. ChenLong o/
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Em breve...
xD
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Re: Rune - Capítulos.
Em resposta aos comentários ai encima, resolvi postar um dos prólogos que acontecem antes do Cap. 1. Se vocês querem ter uma melhor ideia do clima da história, dêem uma olhada nessas futuras três partes. xD
Rune -Prólogo - Uma pequena pedra vermelha. (parte 1)
Continua...
Rune -Prólogo - Uma pequena pedra vermelha. (parte 1)
- Spoiler:
- Um novo dia estava começando. Era uma manhã nublada, o vento do mar soprava forte enquanto uma humilde carroça percorria um estreito caminho a beira de um precipício, com o oceano ao fundo da grande queda e uma íngreme parede de rochas negras que se erguia a esquerda do veículo limitavam a passagem. Sobre a carruagem, um calvo condutor olhava para o precipício a sua direita bastante apreensivo. Não era um início de manhã quente, mas ele suava como um porco, o estreito caminho era antigo, e sempre havia a eminência do chão desprender-se lançando sua carruagem no abismo.
- Que tipo de livro é esse meu senhor? - perguntava o sujeito de meia idade.
Até então não havia conversado com a pessoa a quem estava oferecendo transporte, não dês de que seus serviços foram contratados a cerca de uma hora, em sua pequena aldeia de pescadores. Precisava falar, pois estava muito nervoso por causa do precipício.
- É um livro de estórias para crianças. - respondeu calmamente o homem que sentava ao seu lado.
Um sujeito de cabelos negros muito lisos, porém mal arrumados e de corte irregular que até o momento lia calmamente a um pequeno livro de capa verde e páginas amareladas.
- Que tipo de estória? – inquiriu o transportador.
O sujeito de cabelos negros interrompeu sua leitura, abaixando o livro que estava na altura de seu rosto, encarando diretamente o condutor. O encarava apenas com um olho de iris escura como a noite, pois usava um tecido negro como tapa olho do lado direito da sua pálida face.
- Fala sobre um filhote de lobo. – respondeu, coçando com sua mão livre o queixo.
O condutor o olhou, e por um minuto, se mantéu em silêncio.
- E o que aconteceu com esse filhote? – falou o condutor sem muita reação.
O homem de tapa olho virou o rosto e vislumbrou o horizonte cinzento do mar agitado. Após uma pequena pausa, ele explicou:
- Os pais foram mortos por um homem. Ele teve pena do pequeno filhote e o levou para casa e o criou como um cão. – sua fala foi cortada por forte som de uma onda quebrando nas rochas bem abaixo - Foi ensinado a pastorear ovelhas, e a obedecer ordens. O tempo passou e o filhote cresceu. Um dia, ele viu que havia lobos caçando as ovelhas de seu dono. Ele alertou o dono, e juntos, eles saíram para caçar os lobos. Com facilidade, ele conseguiu rastrear os lobos até o ninho. Ele viu que o homem estava para matar os lobos, e que os lobos tinham um filhote no ninho – o sujeito de cabelo preto então parou, e seu olhar tornou-se contemplativo enquanto olhava para as nuvens negras a sua frente.
- ...E? – indagou o condutor, agora curioso.
O viajante de um olho só parecia ter se perdido em pensamentos, e um momento depois voltou para a conversa:
- Não sei o que vai acontecer depois. Você interrompeu a minha leitura. – respondeu, sem alterar muito sua expressão apática.
- Ah... Sinto muito senhor. Eu não...
- O que você acha que ia acontecer? – interrompeu, agora parecendo um tanto mais animado.
- Huhumm... Não sei, o lobo poderia se lembrar de quando o homem matou seus pais, e se vingar.
- O lobo também poderia proteger seu dono, afinal, ele foi quem o criou por todos esses anos...
- É verdade. Mas, meu senhor, que tipo de história para crianças é essa? É algo um tanto... denso não acha?
Perguntava enquanto puxava as rédeas dos animais um pouco para a direita. A carroça estava ficando perigosamente mais próxima da borda, e o vento apenas ganhando força.
- Não sei – suspirou - É um livro bem estranho, mas afinal de contas, é um livro de Clarenhall – admitiu o sujeito de tapa-olho com o que parecia um breve sorriso irônico.
Mas logo a expressão do voltou a tornar-se vazia.
- Meu senhor, me perdoe por ter o interrompido em sua leitura. Mas não pude evitar, fiquei curioso. Eu... Eu não sei ler.
O homem de tapa-olho voltou a encarar o condutor, por um breve momento o estudou, e logo com uma expressão caridosa falou.
- Isso é uma pena, meu amigo.
O condutor voltou sua atenção ao caminho estreito pelo qual percorria, após um momento de silêncio e mais um ataque de ansiedade, voltou a se comunicar:
- O senhor parece alguém bem inteligente - comentou despretensiosamente - Me diga, o que traz alguém que sabe ler a essa ilha triste? Logo vi que você é estrangeiro pelo seu sotaque.
- Meu sotaque... - sorriu - É verdade, sou um estrangeiro. Sou um... Empregado de alguém muito importante na minha terra natal. Estou aqui para cumprir um serviço.
Aquilo de alguma maneira soava bem convincente, mesmo não entendendo as reais pretensões daquele misterioso homem, o condutor tomou aquilo como verdade e seguiram caminho.
- Olhe só. Estamos quase onde o senhor queria. Mas, o trecho a seguir é muito acidentado. Terei de o levar até lá a pé.
Após ouvir as palavras do condutor, o sujeito observou o tortuoso e íngreme caminho que se destacava das formações rochosas daquele lugar.
- Não se preocupe. Aqui está ótimo. – falou dando um ágil santo da carruagem - Se possível, gostaria que você ficasse aqui e aguardasse o meu retorno. Tenho certeza que não demorarei mais de uma hora.
Sem pressa apalpou suas vestes e de dentro de sua capa negra de lã, emergiu a mão direita com uma sacola. Arremessou para o sujeito que havia o transportado. Este conseguiu agarrar a sacola ainda que todo desengonçado lá do acento da carroça. Quando o pequeno saco de tecido chocou-se com sua mão, o condutor ouviu o inconfundível som de moedas envoltas na bolsa. Abrindo um amarelado sorriso. O homem de um olho só continuou:
- Então poderemos retornar a sua vila.
- Muito justo meu senhor, o esperarei. – concordou alegremente, verificando o conteúdo da bolsinha. – Meu senhor – falava enquanto contava as moedas prateadas - por favor não demore. A qualquer momento essa tempestade vai nos atingir com toda a força...
Quando voltou sua atenção ao seu empregador, este havia subitamente desaparecido.
Continua...
JP Vilela- Mensagens : 533
Data de inscrição : 16/02/2013
Idade : 33
Localização : Cidade dos Canibais - PE
Ficha do personagem
nome :: Ogriv
classe:: Blood Mage
Tópicos semelhantes
» Como faço pra ler capítulos anteriores no DPZINE?
» Roteirista a procura de desenhista ( 3 capitulos prontos )
» SHRU Volume1 Inventando os primeiros Capitulos!!
» Primeiros capitulos para um roteiro de demonios
» Roteirista a procura de desenhista ( 3 capitulos prontos )
» SHRU Volume1 Inventando os primeiros Capitulos!!
» Primeiros capitulos para um roteiro de demonios
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Dom Set 15, 2024 12:57 pm por Alexandre
» Entre á ilusão e a realidade ato 1
Dom Set 15, 2024 3:26 am por Alexandre
» Ilustrações e esboços ~ Bruno Alex
Sex Set 13, 2024 9:10 am por Bruno
» [Roteiro] Soul´s Reaper - A procura de desenhistas
Qui Set 12, 2024 10:39 pm por Alexandre
» Guia definitivo para desenhar bem
Sáb Jul 06, 2024 5:09 pm por juanito
» Quadrinho em andamento.
Sex Jun 21, 2024 5:41 pm por Bruno
» IlustraLab Podcast - Sulamoon - Superando Dificuldades Iniciais na Arte
Sex Jun 21, 2024 2:46 pm por Bruno
» FireAlpaca - Soft para pintura gratuita
Sex maio 10, 2024 12:08 pm por Bruno
» YOO meu desenhos toscos
Sáb Abr 20, 2024 2:41 pm por juanito